𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏 • Apenas uma noite

5.5K 345 287
                                    

PRÓLOGO
[APENAS UMA NOITE]

ANELISE ESTAVA CONGELANDO

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ANELISE ESTAVA CONGELANDO. Não importava se ela era uma fada da neve que morou a vida toda no Alasca, mas o inverno ali era algo que ela nunca estava preparada para aguentar.

    Entretanto, ela tinha um bom motivo para estar no centro da cidade até altas horas. Já passava das onze da noite quando ela entrou num bar aquecido pouco movimentado e, o mais importante, aquecido.

    Ela havia passado o dia todo fazendo as últimas compras das coisas que precisaria levar para Alfea, a nova escola para fadas que passaria a frequentar em poucos dias. Ela se lembrava perfeitamente do quanto discutiu com sua mãe quando ela a avisou da repentina mudança, alegando que a mudança de ares faria bem para a filha.

    Existiam pouquíssimas fadas onde eles estavam, e Anelise precisava aprender mais sobre o próprio mundo, mas isso não seria possível na Terra — as chances de causar um acidente por descontrole de seus poderes era enorme.

    Mas ela sabia o porquê de sua mãe estar fazendo isso: ela não aguentava olhar para Anelise sem lembrar do ex marido que a abandonou quando percebeu que sua filha de sangue era uma aberração, nas palavras dele. Ela nem mesmo morava com sua mãe mais, mas ainda dependia dela para pagar as contas e o aluguel, então ela não tinha opção a não ser ir para Alfea.

    Anelise não queria ir, a fada preferia qualquer lugar do que um internato repleto de pessoas imaturas com quem ela teria que conviver. Ela era fria por dentro e por fora, não importando seus poderes. Quanto mais longe ficasse das pessoas, melhor seria.

    Assim que abriu a porta do estabelecimento, o sininho em cima da porta anunciou sua entrada. Infelizmente, todos que estavam ali a essas horas eram homens que dirigiram olhares maliciosos para ela, correndo os olhos pelo seu corpo, dos pés a cabeça.

    Anelise revirou os olhos com nojo, não se contendo. Suas botas estalaram no chão de madeira enquanto apertada o passo e se dirigia para o bar que parecia desocupado, tirando pelo único homem que não a cobiçou quando entrou.

    Ela se sentou na banqueta, jogando o tecido do longo casaco para trás. Tirou suas luvas de couro delicadas quando segurou sua bolsa no mesmo instante em que o barman se aproximou dela para pegar seu pedido. Cansada, ela pediu por um chocolate quente, um pedido estranho para quem estava num bar, mas aquele era o único lugar aberto a essa hora que ela conseguiria uma bebida quente para aquecê-la do frio.

    Ela abriu a bolsa para pegar sua carteira, colocando alguns livros em cima do balcão que estavam atrapalhando sua busca. Ela se amaldiçoou, não entendo como conseguia perder coisas dentro da própria bolsa. Ela bufou, mas finalmente achara o pequeno acessório de couro preto.

    — Orgulho e Preconceito — o homem ao seu lado no bar leu o título na capa antiga, fazendo uma careta.

    — Tem algo contra Jane Austen? — retrucou Anelise, levantando uma sobrancelha.

ICE ℘ 𝐒𝐚𝐮𝐥 𝐒𝐢𝐥𝐯𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora