𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑 • E de novo e para sempre

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EPISÓDIO 1 — PARTE 2
[E DE NOVO E PARA SEMPRE]

EPISÓDIO 1 — PARTE 2[E DE NOVO E PARA SEMPRE]

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SILVA ERA UM HOMEM JUSTO, BRAVO, MASCULO... Era o diretor especialista de Alfea. Supostamente, ele deveria saber sair e lidar com todo tipo de situação que aparecesse em seu caminho.

Mas aquela garota, Anelise Blaer, foi capaz de testar todas as suas habilidades de uma vez. E ele perdeu. Em anos de experiência, nunca pensou que um dia poderia acabar na cama com uma garota muitos anos mais nova que ele.

Ele ainda não entendia o que Anelise teria visto nele para se derreter nos seus braços. Ela era tudo que um dia ele já sonhou: inteligente, confiante, determinada — ela era linda, mas não era só o exterior de alguém que importava, Silva preferia conhecer alguém pelo o que ela era de verdade, por seu comportamento e forma de pensar.

E desde aquela noite, todas as cenas dos dois, enrolados nos lençóis macios do quarto dela, não deixaram de atormentar seus sonhos e seus pensamentos. Silva nunca seria capaz de esquecer a maneira como seu nome saia dos lábios de Anelise, dos barulhos e expressões que ela fizera com ele, em cima e por baixo dele...

Que os deuses acima o perdoassem, mas Silva não conseguia deixar de pensar no quanto ele queria que aquela noite se repetisse de novo, e de novo, e de novo... E para sempre.

Mas quando ele a viu ali, em carne e osso, conversando com Sky, aquele que era como seu próprio filho, todos os pensamentos pecaminosos que ele tentou afastar nos últimos dias sumiram em um estalar de dedos.

Ele não tinha o direito, mas sentiu ciúmes e inveja de Sky que poderia estar perto dela, conversar com ela, até mesmo sair com ela em público sem que fossem julgados. Além de tudo isso, uma relação estável entre Silva e Anelise nunca poderia existir, afinal ele era o diretor especialista de Alfea e ela a mais nova fada caloura que atraía a atenção de qualquer um que passasse por ela.

Mal Silva sabia que Anelise o observava naquele exato momento.

— Então, depois das aulas, vocês todos são meus — disse ele, a espada apontada para o mais novo grupo de especialistas. — E eu gosto que minhas coisas funcionem bem, então vocês vão treinar todos os dias. Descubram sua técnica. Aprimorem sua habilidade. E um dia, até você — a espada bem perto de um garoto moreno — vai lutar como ele.

Sky agarrou a espada no ar bem a tempo de Silva desferir o primeiro golpe. As lâminas se chocaram com dureza, os músculos dos dois homens se contraindo com o impacto. Entretanto, Sky abriu brecha para Silva o chutar no estômago.

O loiro cambaleou para trás, um golpe certeiro que ele perdeu. Silva tomou a espada de Sky para si. Entretanto, Sky ainda tentou se defender, mas não foi rápido o suficiente com a faca em seu uniforme. Silva cruzou as espadas em torno de seu pescoço.

Se aquela fosse uma luta real, Sky já estaria morto.

    — Ele luta até melhor com um aviso prévio — brincou Sky para os calouros.

    Silva riu, abaixando as espadas.

    — Ele se saiu bem — se referiu a Sky. — Preferiu a esquerda, mas qual é a novidade?

    Sky bufou, sabendo que aquele sempre foi seu ponto fraco de defesa. Ele recuou, voltando a pegar suas coisas, denunciando que havia terminado de treinar.

    — O pai de Sky era Andreas de Eraklyon, o que o fez entrar por tradição, mas ainda veio no primeiro dia e fez o que devia. Muito bom — disse, abaixando o voz para apertar a mão de Sky para que logo o loiro fosse embora. — Não espero nada menos do restante de vocês. Não importa se são da terceira geração e vieram obrigados pelos pais, ou se foram selecionados por mim nos seus reinos para servir. Essa decisão foi tomada com base em seus talentos naturais de combate e armamento, e espero ver essas técnicas em evidência diariamente. Este lugar vai parecer um inferno, até o inferno de verdade chegar.

    Todos estavam prestando atenção em suas palavras, a soberania e comando predominante na voz de Silva era o suficiente para o temerem.

    — Somos a primeira linha de defesa, uma certeza quando o futuro é incerto... Isso é engraçado?

    Silva apontou a ponta da espada para um garoto que deveria se achar melhor do que todos. Ele não era ninguém, na verdade, apenas mais um garotinho que não sabia nada do mundo e como ele podia ser cruel.

    — É que você está falando de se preparar para o futuro num castelo com garotos empunhando espadas — tentou se justificar, ainda rindo.

    — Deve ser legal viver num mundo onde pode ser tão mole, onde o medo teme tão poucas coisas que o desrespeito é uma opção — sibilou Silva, raiva fervilhando em seu sangue. — Sabe por que a barreira existe?

    — Para proteger a escola contra os queimados — respondeu.

    — E você já viu um queimado?

    — Ninguém da minha idade viu — afirmou. — MAs essa é a questão. Isso não acabou?

    — E se não tiver acabado? — insistiu Silva. — Acha que saberia o que fazer? Eu tinha dez anos quando vi um pela primeira vez. Estava catando lenha com meu pai quando ouvimos o que parecia um ronco, um estalo. Meu pai atirou duas vezes, uma no peito e uma na cabeça. Não importou! Os queimados têm velocidade e força sobre-humana. Se eles te cortarem, a infecção será rápida e grave.

    O garoto não tinha palavras espertinhas para dizer.

    — Eu vi acontecer — continuou Silva. — Eu vi a luz se apagar dos olhos do meu pai e quando ele largou a espingarda eu sabia o que tinha que fazer. Agradeça por nunca ter visto um queimado, mas, se um dia vir, reze para ser morto por ele, ou quem o ama precisará matar você. Entendeu?

    — Entendi — respondeu quieto e contido, assustado.

    Silva assentiu, o medo que colocara no garoto parecia ter sido o bastante para assustá-lo por agora.


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10.03.21

 𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

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𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

Primeiro capítulo narrado pelo nosso Saul Silva (nós somos muito cadelinhas desse homem, né?)

Eu acho que daqui a pouco eu vou precisar pagar terapia para algumas de vocês, porque aparentemente eu estou abalando seus emocionais com uma semana inteira de espera para o próximo capítulo, não é?

Novamente, obrigada por todos os votos e comentários, as risadas e sorrisos que eu tenho quando os leio é o que me motivam a continuar a escrever. Agora, boa sorte com mais uma semana de espera e eu já aviso: se preparem para um momento caliente da Anelise com o Silva.

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[atualizações às quartas]

ICE ℘ 𝐒𝐚𝐮𝐥 𝐒𝐢𝐥𝐯𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora