EPISÓDIO 2 — PARTE 3
[A FADA MAIS PODEROSA]ANELISE ESTAVA TENTANDO MANTER A CALMA quando viu a comoção no pátio principal de Alfea. Terra e Musa carregavam Silva quase inconsciente pelos ombros.
Controlar seus ritmos cardíacos estava sendo difícil. Sem pensar duas vezes, a fada do gelo desceu as escadas correndo, mantendo certa distância deles por mais que ela quisesse ser aquela que o salvaria.
Ela cobriu a boca com as mãos para evitar um grito. Eles estiveram juntos há apenas algumas horas. E agora ele estava ali, quase morrendo.
— Preciso de um quite do Bastião — exclamou Terra. — Dane, me ajuda a levar ele para a estufa.
— Eu... — gaguejou Anelise, tentando se recompor. — Eu vou chamar a diretora.
Ela estava entrando em pânico, sim. E, infelizmente, nessas situação, a única coisa que Anelise poderia fazer era se afastar para não causar mais problemas ainda. Então, ela preferia se afastar. Na verdade, por mais que fosse o que ela quisesse fazer, ela tinha medo do que as pessoas falariam se ela corresse para os braços de Silva.
Afinal, o relacionamento entre professor e aluna era proibido. Ela poderia ser expulsa de Alfea? Ou Silva perderia seu cargo? Deuses, eram tantas dúvidas e medos.
Anelise correu para o andar de cima, subindo as escadas o mais rápido que podia com os saltos que usava. Ela abriu a porta da sala de recepção do escritório da Dowling, subindo as poucas escadas até sua sala. Felizmente, a porta já estava aberta.
— O diretor Silva está ferido — disse ela, desesperada. — Não sei o que aconteceu. Eu acho que foi aquela coisa monstruosa.
— Droga — xingou Dowling.
Ela e seu assistente não perderam tempo em dar a volta na mesa e sair correndo apressadamente do escritório, mal se importando se a fada do gelo os seguia ou não.
Anelise deu um meio sorriso maligno ao ver o erro e desespero dos dois. Ela mesma não poderia mostrar fraquezas, agora não.
Minutos depois, ela ouviu o barulho de passos atrás dela. Entretanto, ela não se alarmou ao sentir o cheiro almiscado de um perfume com notas de jasmim.
— Está aí — comentou Anelise. — Tem um feitiço forte bloqueando a entrada, mas consigo enfraquecê-lo.
— Vai congelar os cristais? — perguntou ela.
— Não são cristais — negou. — É magia pura, Beatrix.
— O que quer fazer?
Anelise parou por um segundo para pensar. Então, ela esticou as mãos, um vento bem mais congelante do que neve atingiu a sala inteira de Dowling. A estante então se locomoveu para o lado, dando lugar a uma passagem longa e sombria.
— Faça uma varredura com seus raios de eletricidade — mandou. — Será como um scanner. Quero ver se tem alguma brecha pela qual posso entrar e destrui-lo pela fonte.
— Acha que vai funcionar? — perguntou a fada.
— Duvida de mim? — retrucou Anelise. — Duvida do meu poder, Beatrix?
— Não — exclamou, nervosa e rápido demais. — Não, claro que não duvido.
Visto o olhar frio e irritadiço que Anelise a lançava, Beatrix foi sábia em obedecer sua ordem. Não demorou mais de um segundo para que os raios roxos começassem a vasculhas as extremidades da estante de livros.
Enquanto Beatrix se ocupava com as ordens de Anelise, a fada da neve se amaldiçoava e se corrompia de vontade de correr para a estufa onde Silva deveria estar sendo tratado. Mas o máximo que poderiam fazer seria retardar o efeito do veneno do veneno do queimado. Anelise sabia que podia ajudar, mas o que ela faria também seria temporário.
Essa foi a única vez em que ela se pegou rezando para qualquer deus que pudesse ouvi-la implorando para que Saul Silva ficasse bem, para que ele vivesse.
— Que droga estão fazendo.
A voz de Callum assustou Beatrix, a fazendo parar com os raios. Anelise cruzou os braços, o olhar de poder prevalecendo em sua postura e rosto.
— Olhe como fala com sua superior — alertou Anelise, a voz mais cortante do que uma espada.
— Desculpe — pediu ele, contido e temeroso. — Dowling tem alguma espécie de armadilha mágica na porta.
— Me diga algo que eu já não saiba, Callum — pediu Anelise, suspirando. — Desgraçada.
— Mas foi uma boa jogada sua, Anelise, de deixar o queimado livre — elogiou, tentando corrigir seu erro ao bajular a fada. — Boa distração.
— Realmente, foi — concordou Beatrix, encarando Callum. — Mas eu vou presumir e dar um chute que você não faz ideia de como passar pela armadilha da Dowling.
— Eu não sou uma fada — gruniu ele, irritado com as provocações. — Por isso que presumo que ele a enviou.
— Deve ferir sua masculinidade ser substituído por uma adolescente — sibilou Anelise, levando a mão para apertar sua têmpora direita que começava a doer. — Mas sabe bem como ele fica impaciente, não é mesmo? Nem eu com meu charme e perfeição, Callum, posso impedi-lo.
— Sim, eu sei — concordou, inquieto.
— Dowling, Silva e Harvey mantiveram a roupa suja por muito tempo escondida — disse Beatrix. — Precisamos descer lá.
Anelise jogou a cabeça para trás, proferindo insultos em outro idioma que Callum nem Beatriz entenderam. Ela cerrou os punhos, o ambiente se tornando mais frio ainda.
— Vou pensar em algo — avisou. — Até lá, tentem quebrar a armadilha com raios de novo.
— Anelise — chamou Beatrix, a voz tremeluzindo com medo da fada. — Acha que vamos conseguir mesmo quebrar? Supostamente, a Dowling não é uma das fadas mais poderosas.
— Não mais do que eu sou.
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31.03.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Vocês esperavam por essa, senhoras e senhores?
Hoje o capítulo demorou um pouco mais para sair já que eu literalmente escrevi ele agora, já que ontem eu não tinha conseguido. Mas o importante é que aqui está ele!
Já leram o último capítulo de FATE? O capítulo final foi publicado hoje mais cedo. Se ainda não leram, eu os aconselho a correr para lá!
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ICE ℘ 𝐒𝐚𝐮𝐥 𝐒𝐢𝐥𝐯𝐚
Fanfiction𝐓𝐄𝐌𝐏. 𝟏━ Apenas uma noite era necessária para mudar a vida de duas pessoas. O que deveria ser apenas algumas horas de diversão, se transformou em bem mais do que isso, e agora a sorte parecia ter se voltado contra eles. 𝐀𝐧𝐞𝐥𝐢𝐬𝐞 𝐁𝐥𝐚𝐞�...