𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟓 • Brincar com a Morte

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EPISÓDIO 2 — PARTE 1
[BRINCAR COM A MORTE]

SILVA SABIA QUE FORA UM ERRO, mais uma vez, se entregar a beleza intocável de Anelise — mesmo que aquelas tivessem sido as melhores horas que passara com ela

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SILVA SABIA QUE FORA UM ERRO, mais uma vez, se entregar a beleza intocável de Anelise — mesmo que aquelas tivessem sido as melhores horas que passara com ela.

Mas ele não se arrependia. Ele não se arrependia do que fizeram em seu escritório, não se arrependia de tê-la possuído em cima de sua mesa, não se arrependia das marcas de amor que deixara na pele pálida do pescoço dela nem de como depois ela parecia ter dificuldade de andar normalmente.

Ele tinha que admitir, tiveram sorte de poderem se perder um nos braços do outro antes que Farah o chamasse em seu escritório. Já era madrugada, todos os alunos estavam dormindo.

Entretanto, enquanto ele e Anelise estavam junto, uma aluna havia fugido para o Primeiro Mundo e um suposto queimado a seguira. Silva estava estático enquanto ouvia das palavras de Farah, rezando para aquilo não ser real.

— O acorrentei num celeiro fora da barreira — disse ela, os braços cruzando enquanto observava os jardim da escola.

— Devia tê-lo matado — disse Silva.

— E deixá-lo no mundo humano?

— Devia tê-lo trazido para cá e matado — corrigiu.

Farah se virou para encará-lo, pensativa.

— Cortou sua pele? — perguntou ele.

— Não estou infectada — ela o assegurou. — Pedi para o Ben fazer óleo das flores de zambak na estufa. Já ministrei, ficará inconsciente por horas.

— Farah — Silva sibilou, como se sentisse dor.

— Preciso entrar na mente dele — disse ela. — Precisamos saber se é um acidente isolado ou algo mais.

— Algo mais? — repetiu. — Tipo o quê?

Farah levantou a cabeça para encará-lo nos fundos dos olhos, calculando bem suas fatais palavras seguintes.

— Eu achei uma trocada no Primeiro Mundo.

— Uma trocada? — exclamou Silva. — Não ouço falar de uma trocada há séculos.

— Mas lá estava ela — concordou. — Foi deixada há 16 anos, na época em que o último queimado foi visto.

— Acha que há uma ligação? — sussurrou Silva, assustado.

— Não está sendo fácil, Saul — lamentou Farah, a voz tremeluzindo. — Rosalind esconder tanto de nós, talvez ainda ajam coisas que não sabemos. E eu estou preocupada com os alunos. A Alfea que conhecem é diferente da que frequentamos.

As palavras de Farah tinha dor e medo, suas aflições partiam o seu coração de uma maneira devastadora.

— Eles têm tanta vida para experimentar — continuou. — Mesmo que aqui fosse seguro, o que passam pode ser inviável. Mas esse mundo não é seguro e eu não sei quanto tempo mais conseguiremos protegê-los. Se que sente o mesmo...

ICE ℘ 𝐒𝐚𝐮𝐥 𝐒𝐢𝐥𝐯𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora