Capítulo 7: Cheiro de carne queimada.

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A carne e a gordura molhada estalavam diante do calor das chamas feitas por uma fogueira improvisada

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A carne e a gordura molhada estalavam diante do calor das chamas feitas por uma fogueira improvisada. O javali estava despedaçado, formando agora apenas uma carcaça, uma sombra do que já foi. Com ajuda de algumas ervas encontradas ao arredores, o gosto do bife tornou-se muito mais saboroso.

Os licantropos comiam como desesperados, verdadeiros cães famintos, sujando seus dedos e com a gordura escorrendo para as mãos. Henry observava tudo aquilo com sua forma e sua graça, um método delicado de ser. Ele não dizia, mas sua sede de sangue começava a o importunar novamente. Alimentar-se de animais não saciava um vampiro como um humano saciaria. 

Cassandra, já vestida, nota como o vampiro em nenhum momento se aproximou da fogueira, e sim, ficou encarando o céu e a lua, que brilhava intensamente fora da sociedade.

— Henry, não sente a mínima vontade de comer?

— Não, não... A comida não tem mais gosto, é como se fosse palha. Podemos passar a noite por aqui, levantaremos juntos do céu. Temo que nós tenhamos ido um pouco demais para o oeste.

— E o que isso significa? — Bruce pergunta ao vampiro.

— Que daremos de encontro com uma vila que existe ao sul daqui, após a floresta. E lá... Não aceitam bem seres sobrenaturais.

— Basta seguir sem falar com ninguém e não nos notarão. — James dizia ainda com a boca cheia, dando uma bela mordida logo em seguida.

— Não é tão simples. Eles utilizam de um povo que se chama de "Abençoados". Pessoas sensitivas a magia que detectam quando algo estranho passa por elas.

— Então são contra a magia, mas utilizam de gente sensitiva? Como isso? — Bruce indagava, escolhendo mais um pedaço. Preferindo o mais defumado pelas chamas.

— Eles acreditam que foi Deus que lhes deu essa arma para reconhecer os "maus da Terra". São ignorantes.

— Bem, os vampiros são de fato o mal da Terra. — James provoca sussurrando, mas Henry com seus sentidos apurados consegue ouvir.

— Continuando... É a rota mais rápida para chegar no castelo, dar a volta seria muito tempo gasto. Tempo esse que não temos, essas horas já devem ter mandado mais vampiros para nos caçar.

— O que estamos esperando para ir então? — James respondia levantando-se preparando seu cavalo.

— É verdade. Vamos continuar. 

Todos se levantaram então, recolhendo os pertences do chão e iniciando novamente a peregrinação. A floresta já estava fina e não demorou muito até as densas árvores darem lugar às campinas. Repleta de camponeses cuidando de gados, colheitas como batata, cereais e aspargos. O grupo certamente distoava de todos, com trajes luxuosos, embora já surrados pela viagem, contra vestimentas caseiras de pano fino e chapéus feitos a mãos com palhas e couro bovino.

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