Capítulo 5: Pegar em armas.

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O quarteto prosseguia pelas estradas das docas, ruas que ainda não haviam sido asfaltadas. Ainda sendo uma grande lambança de terra molhada e algumas poças de lama. Aquilo agrediam os caros sapatos de Henry, que ainda assim, não parecia ligar.

O dia havia mudado, adotando uma cara muito mais cinzenta. O véu de neblina descia sobre a cidade, adotando uma temperatura mais fria.

- Estamos chegando, é um dos melhores ferreiros da cidade. - O vampiro novamente afirmava.

- Estamos andando a um bom tempo... Tem certeza que estamos chegando? - Bruce já estava a ficar aborrecido.

- É alí! Com as amostras no vidro.

- Me parece meio pequeno para "um dos melhores ferreiros da cidade" - Cassandra desconfiava da procedência do vampiro, que jurava aos montes.

O grupo continuou até finalmente chegar no estabelecimento. Era de fato pequeno, mas parecia ser maior para o fundo. Haviam algumas prateleiras com adagas, sabres e espadas para amostra. Nas paredes, escudos e machados. Ao ver o vampiro, o dono do local - Um jovem bonito, com um queixo inigualável, cabelos ébanos e olhos azuis -Pulava da cadeira, falando em um idioma que o trio de licantropos não conhecia.

- Ma vie, que tu fas tu ici? - Ele levanta a mão para o que parece tocar no rosto do vampiro mas que é negado instantaneamente, que abaixa sua mão.

- Pas maintenant, Alexei. Amour, j'ai besoin de ton aide, j'ai besoin d'armes, du genre qui tue les vampires. - Ele respondia ainda no outro idioma, o dono não responde, apenas sinaliza com a cabeça.

- O que você falou para eles? - Bruce perguntava, aquele era um idioma que ele mal fazia ideia que existia.

- Só que eu preciso de armas, as do tipo que matam vampiros.

- Armas? Teremos aquelas famosas armas de fogo? - James se anima, apenas para ser bruscamente cortado pelo vampiro?

- Armas de fogo? Ha! - Ele solta uma bela risada debochada. - Antes que a bala saia do cano, o vampiro já teria saído da sua mira. É inútil. As espadas são melhores opções.

O ferreiro abria as portas carregando com delicadeza quatro bainhas, eram de coro trançado, cada uma com uma cor diferente. Que representava que eram feitas de animais diferentes. A espada de Henry vinha em uma bainha branca, feita do couro de cabras das montanhas Havia linhas de fios marrons descendo por toda a extensão da luxuosa capa de espada. Leves cristais eram trançados paralelamente. Aquilo parecia ter sido feito com um carinho especial.

A bainha de James já era mais escura, dando a entender ser couro de bisão, com grossos pelos ao começo. A espada se revelava ser um sabre, sendo vista ao final sua lâmina curvada. O metal era reluzente, e era possível ver a reflexão do local com muita nitidez, estava polida e bem cuidada.

Bruce já adquiria uma espada com uma bainha ainda mais escura, essa aparentava ser de um lobo com grandes quantidades de melanina, sendo completamente negro. O cabo da espada era detalhadamente moldado com o couro escuro. Por curiosidade, o rapaz decide tirar alguns centímetros da espada para checá-la. Era tão branca e brilhante como a de James. Bruce ficou maravilhado, aqui era arte, e o ferreiro o artista.

A espada de Cassandra coincidia com sua beleza e com seu temperamento. Sua bainha era feita com o que parecia ser pele de onça, tão feroz como a própria Cassandra, trazendo uma cor exótica que ia do amarelo queimado com manchas escuras por toda a capa. Seu punhal era adornado com curvas delicadas, dando uma certa feminilidade para a espada, que também era alvo de elogios da moça.

- Estas são as espada que posso oferecer a vossa senhorias. - O ferreiro dizia com um forte sotaque francês.

- Isso... É brilhante! Por que ninguém nunca ouviu falar em você, isso é obra divina. - James estava extasiado. Completamente apaixonado pela sua arma.

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