A cada batimento do coração, um latejar implacável se espalhava pela cabeça de Kiera. Em alguma parte borrada e confusa da mente, ela sentia a luz do sol quente.
Onde estou?
Cada pensamento era doloroso, lento, seguido de um balanço suave e constante. Tudo o que ela podia sentir era o mundo girando ao seu redor, fora do controle. Sua cabeça rugia violentamente. E estava tão abafado, tão quente. Por que ninguém abria a janela?
Tentou se mexer. Não conseguiu.
Uma mão segurou seu rosto, seguida pela pressão fria de um pano em sua testa. Se tivesse forças, teria suspirado de alívio.
— Você deveria ter me chamado antes — a voz que parecia pertencer a uma mulher falou, atravessada por um tom de repreensão.
— Achei que o tônico bastaria — agora era a voz de um homem.
— Não. Ela foi envenenada. Olhe o estado do ombro, onde a flecha a acertou. O veneno está causando a febre. Ela tem sorte de que não usaram algo mais forte, ou já poderia estar morta.
O que está acontecendo? Quem são vocês?
Kiera tentava falar, tentava abrir os olhos; mas tudo o que saía de sua boca eram gemidos baixos e desconexos.
— Você consegue reverter o processo?
— Se confiasse nas minhas habilidades, não faria essa pergunta.
As duas vozes se misturavam. Ela não sabia mais distinguir qual pertencia ao homem e qual pertencia à mulher.
— E eram mesmo soldados com brasões de salamandra na floresta?
— Um grupo considerável.
— Nas terras de Áquila?
— Também me fiz a mesma pergunta.
— E estavam atrás dela?
Kiera queria gritar que sim. Queria contar que eram homens com armas e brasões de salamandra que a caçaram pela floresta. Seu sangue ardia, latejava. Queria perguntar o motivo por ter sido perseguida. Queria descobrir o que havia acontecido com a carruagem e com o covarde príncipe Leopoldeison.
Duas mãos pousaram em seu peito sem que ela esperasse e, como ondas calmantes, pouco a pouco, se espalharam por sua pele, resfriando a ardência, relaxando seus músculos.
O que é isso?
Kiera tentou perguntar, mas a boca estava seca, assim como a garganta. Ela mal tinha se dado conta de sua respiração irregular quando sentiu sua consciência se desvanecendo.
Um aroma floral a envolveu.
Alguém acariciou a pele em brasas do seu braço.
Ela conseguiu abrir um pouco as pálpebras
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A Rebelião do Oceano | DEGUSTAÇÃO
FantasyLIVRO EM DEGUSTAÇÃO NO WATTPAD. DISPONÍVEL COMPLETO E REVISADO NA AMAZON. Para conter o avanço de um poderoso Lorde do Oeste, a rebelde princesa Kiera de Valois é enviada contra a vontade para se casar com um príncipe aliado. Entretanto, durante uma...