The Lie is Pleasant

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A maior preocupação de Junmyeon naquele momento era, de fato, a hora que passava rápido e que ao mesmo tempo parecia não mudar o presente. A cada suspiro, um minuto se passava e nem um carro se movia na pista.

Faltavam apenas sete dias para o casamento. Sete. Uma semana.

Não havia visto Sehun nesse tempo. Um mês havia se passado desde o último encontro. Tudo o que tentou fazer foi falar com seu irmão para entender que tipo de relação ele teve com o dançarino, mas um dia antes de vê-lo, recebeu uma péssima notícia.

Kim Dongkyu era o caçula entre três irmãos, havia alcançado a maioridade há pouco tempo. O do meio, Kim Minseok, era o mais afastado da família, mas também tinha grande afeição pelos dois irmãos. Foi uma relação muito boa, até que Junmyeon revelasse aos irmãos seu novo namorado. Dongkyu não reagiu, apenas evitou falar sobre isso. Minseok manifestou-se contra, alegando que Sehun havia apodrecido a forma que Junmyeon via a sociedade como julgadora, quando na verdade estavam apenas ajudando a manter o mundo em equilíbrio.

Junmyeon sonhou uma vez, em flashes rápidos, com uma briga violenta entre ele e Minseok, mas não conseguia entender o motivo. Não sabia o que haviam dito para se alterarem. O único que poderia dizê-lo a verdade era Dongkyu, já que o do meio nem ao menos estava no país.

Porém, a péssima notícia era justamente sobre o caçula: houve uma perda grande de oxigênio em seus pulmões que não pôde ser controlada, deixando-o em coma. Já estava no hospital há três semanas. Recentemente havia despertado e estava consciente, uma brecha para que Junmyeon pudesse descobrir de uma vez por todas quem era Oh Sehun, antes que oficializasse seu compromisso no papel com Wendy.

Aquela era a última chance de tentar se lembrar de Sehun, mas ele não sabia. Inexplicavelmente, estava ansioso. Talvez por sentir algo diferente todas as vezes que conversava com o dançarino, ou pela mente gritar que deveria ouvi-lo. Ou por no fundo sentir que algo ruim poderia acontecer a qualquer momento.

Quando viu que o táxi estava próximo ao hospital, e que ainda estava rolando um grande congestionamento, pagou a corrida e correu para fora. Recebeu uma ligação de Wendy assim que conseguiu entrar no edifício.

— Tô no hospital, vim visitar ele — Junmyeon disse.

— Me espere aí, também quero ver ele! — ela falou.

— Não dá, eu tô atrasado. Outro dia você vem.

Desligou. 

A porta do quarto era a primeira de um corredor azul claro. A plaquinha de identificação em Junmyeon foi vista pela enfermeira, que sorriu ao pôr os olhos no belo homem que entrou no quarto do irmão. Não era grande. Cheio de máquinas por todos os lados, era sufocante estar cercado de equipamentos médicos. Junmyeon evitava hospitais ao máximo.

O irmão abriu os olhos quando a enfermeira anunciou o visitante. Sorriu. Estava fraco, abatido, parecia cansado demais para falar.

Sempre foi um grande desafio lidar com os pulmões fracos, não era a primeira vez que dava entrada no hospital com a doença. Quando a bronquite se estendia para a pneumonia, tudo complicava. Era a terceira vez. Seu maior apoiador sempre foi Junmyeon. Por mais que não o visitasse todas as vezes que se adoentava, mandava mensagens e vídeos desejando melhoras.

O irmão mais velho se sentou ao lado da cama, numa cadeira verde.

O olhar distante e vazio foi um dos fatores para que Junmyeon parasse para pensar muito bem no que dizer. Seu irmão não estava bem. Pensou que estava sendo egoísta por ter ido visitá-lo com o pensamento em Sehun. Pegou na mão de Dongkyu, assegurando de que não estava ali apenas para saber de uma verdade encoberta ou uma mentira formulada, mas também para mostrar ao seu irmão seu apoio.

EsmaecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora