Batidas brutas na entrada despertaram Junmyeon. Era tarde da noite quando precisou levantar resmungando para atender a porta.
Estava exausto.
Passou o resto da tarde na cama sem coragem alguma de se levantar. Mais cedo tomou café, pulou o almoço e foi direto para o hospital. Felizmente a tentativa de suicídio de Dongkyu havia sido frustrada. Agora ele havia sido internado, muito machucado e seu estado estava bem mais delicado.
Buscou saber o que havia acontecido, como Dongkyu conseguiu quebrar o vidro resistente do quarto se mal conseguia se levantar sem sentir fraqueza. Dongkyu havia se jogado do terceiro andar do prédio, da janela de seu quarto, e caído em cima de uma ambulância que estava estacionada na vaga preferencial. Foi socorrido rapidamente e levado novamente ao interior do hospital, sobrevivendo por pouco.
Naquela tarde, a enfermeira contou para Junmyeon que Dongkyu estava bem no dia anterior, que havia acordado um pouco mais disposto e ficou muito tempo descansando sozinho. Na hora do almoço, ele pediu que a moça trouxesse folhas sulfite e quatro envelopes coloridos, e ela prontamente se disponibilizou a conseguir o que lhe foi pedido. Era por volta das duas da tarde quando ele recebeu as folhas e uma caneta, dois envelopes azuis, um amarelo e um branco. Cerca de uma hora e meia depois, chamou a enfermeira. Dois envelopes azuis, com os destinatários Junmyeon e Mamãe, ele pediu para que ela entregasse para a senhora Kim, sua mãe, que deveria repassar um dos envelopes para Junmyeon. Os envelopes branco e amarelo eram para ser entregues a Junmyeon, que deveria repassar o amarelo a Sehun. Mas Dongkyu insistiu que a senhora Kim não poderia saber dos envelopes branco e amarelo em hipótese alguma, e a enfermeira garantiu que não contaria a ela.
Uma hora mais tarde, quando alguns enfermeiros lanchavam, começaram a ouvir barulhos altos vindos do quarto. Dongkyu havia arrancado os aparelhos que estavam conectados em seu corpo e ninguém teve tempo de impedi-lo de pular, pois quando a enfermeira finalmente chegou ao quarto, o vidro se despedaçou por inteiro. Ele havia jogado diversos objetos na janela e o cômodo estava completamente revirado.
Quando Sehun contou a Junmyeon, ele logo correu para o hospital, sendo barrado na recepção por estar muito alterado. Precisou ser acalmado por dois enfermeiros até que eles esclarecessem que Dongkyu havia quebrado o vidro da longa janela e se jogado.
A enfermeira entregou os envelopes da forma que Dongkyu pediu. Avisou a Junmyeon que o amarelo era para ser entregue a Sehun, e à senhora Kim que um dos envelopes azuis era de Junmyeon.
Junmyeon ainda não havia lido seu envelope e nem entregado o de Sehun, manteve-se na cama desde que chegou do hospital.
Arrastou-se até a entrada e deu de cara com sua mãe parada na porta. Ela parecia raivosa. Segurava a alça de sua bolsa com muita força e seus olhos estavam quase arregalados.
— Mãe? Tá fazendo o que aqui tão tarde?
Ela entrou pela sala e jogou sua bolsa no sofá.
— Quem mandou você falar com Dongkyu? Por que você foi lá chatear ainda mais o meu filho? — ela gritou.
Junmyeon coçou os olhos e colocou a mão na cintura.
— Eu precisava falar com ele, é meu dever de irmão mais velho — ele respondeu baixo.
— Não! Você queria um motivo para poder me contrariar!
Seu peito subia e descia muito rápido, seus punhos e dentes estavam cerrados e ela não aparentava querer ouvir, apenas queria poder falar.
— A senhora tá entendendo tudo errado. Se acalma!
Ele tentou segurar em seus ombros, mas ela se esquivou e apontou o dedo para ele.
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Esmaecidos
FanfictionAs marcas físicas do acidente deixadas no dançarino Oh Sehun não lhe deixavam tão triste quanto pensar que seu namorado, Junmyeon, não se lembrava mais de si. Pior ainda: que nem acreditasse ter sido apaixonado por um homem um dia. Mas quando Sehun...