9 horas com ela.

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Saímos de lá, e no meio do caminho para casa, Ana pede para minha mãe mudar a rota e seguir para um clube, ela disse também que gostaria de me mostrar um de seus dons escondidos.

Quando chegamos no local que ele pediu, ela nos apresentou o clube Byron Fergunsson.

-Ana, esse não é o...

-Sim é ele!-ela diz me cortando.

-Meu Deus Ana!

Ela sorri e entra dentro do clube. Ela autoriza a entrada de nós dois.

Passamos por um extenso corredor até chegarmos a uma série de janelas grandes de vidro.
Faapp. Pude ouvir o barulho de uma flecha cortar o ar.

-Você sabe usar o arco?

-Eu treino desdo meus doze anos, então, relativamente falando. Eu sei usar um arco e flecha!

Seguimos até uma porta de ferro que estava trancada. Ana passa um cartão e a porta se abre.

A uma fila de alvos, me posicionei em frente ao alvo e peguei umam arco ao meu lado. Ana vai atrás de mim e arruma a flecha no arco:

-Agora você puxa e...

Solto a flecha que vai a cinco centímetro do meio.

-Solta!-ela sorri.- Não foi tão mal assim!

-Obrigada! Eu também treino desda infância!

-Sério?-ela diz com uma cara de dúvida.

-Sim, eu fiz um com bambo e linha de náilon! Eu era muito bom!

Ela da uma risada exagerada e diz:

-Nossa, belo arco e flecha!

-Oque? Sério eu era muito bom, nunca errei o alvo!

-Com certeza não!-ela sorri.

Ela tira o arco da minha mão e empunha a flecha, encaixa e solta. Perfeitamente no meio!

-Sabe, tem algo que eu sou bem melhor que em arco e flechas!

-Sério?

-Uhum, abaixa um pouco!

Sinto minha bochecha corar. Sim eu sei que é um motivo bobo, mais é um motivo.

Eu não deveria estar nessa cadeira!

Ela se abaixa e eu beijo ela.

Enquanto estávamos voltando, fiquei  observando pela janela os carros passando. Ana colaca sua mão em cima da minha e eu a olho e dou um sorriso.

É possível que um dia nós tenhamos uma vida normal. Sejamos um família normal, com rotinas normais e eu talvez volte a andar.

Mas enquanto continuarmos a ficar esperando, sem resposta, o grande dia - o dia que ela partirá.- continuaremos sendo o casal que fica o tempo todo pensando em datas, e não em momentos, no futuro e não no presente.

-Ana?

-Sim?

-Porque você tem que ir?

Ela abaixa a cabeça e o sorriso dela desaparece:

-Luke eu...

-Não Ana, só me fala!

-Eu tenho problemas okay?

Foi estranho ela dizer justamente isso para min. Para min! O garoto que tem uma mãe com câncer. O garoto que perdeu o movimento das pernas. O garoto que vai perder a única coisa que ele amava e lhe pertencia. Ana!

-Olha para min!-digo com um sorriso irônico.

-Luke eu sei como você está se sentindo e...

-Não Ana!-digo a interrompendo.- Você não está em uma cadeira de roda impedido de fazer oque quer sem ser observado por alguém! Ana, eu só quero que você me responda. Porque você tem que ir embora?

Oi povo,
Esse não é um recado, é uma dedicatória da página e um agradecimento também.
Eu "conheço" uma garota que é cadeirante, e eu acho que o Luke seria ela que homem e com os pensamentos meus. Creio que ela também pensar assim, e mesmo sem querer eu sinto um pouco de pena dela- por mais que eu não queira sentir. Então, esse capítulo é dedicado a ela!
Mesmo sem falar com você minha querida, eu lhe dedico esse capítulo. Parabéns guerreira! Porque se fosse eu, não aguentaria.

Gente, vim dar um tanks pelos votos que está aumentando cada vez mais... :') muito obrigada por tudo...

A Garota de uma noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora