|Capítulo 29|

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Senhorita Duarte

- CALIFÓRNIA?! - gritaram em unisso assim que dei a notícia.

Cheguei em casa após o expediente, louca para contá-los sobre a viagem. Céus, eu estou pirando.

- CALIFÓRNIA, tipo, Ca-li-fór-nia?! - Caio silabou, pra ter certeza de eu estava falando sério.

- Sim, sim! - afirmei animada.

- Puta que pariu! - Bia exclamou, mas logo pediu desculpas silenciosas para minha mãe. - Amiga, você vai amar, juro. Eu tô muito feliz que você vai finalmente realizar um dos deus maiores sonhos - comentou na mesma vibração que eu, me dando um abraço apertado.

- Eu sei. Isso não é insano?! Deus do céu, eu vou entrar em combustão - sentei-me, após me afastar da loira.

- Fico feliz por você, minha filha - dona Amélia se pronunciou, com um sorriso pequeno no rosto e o olhos  lacrimejando.

Minha mãe constumava ser um pouco emotiva as vezes.

- É tão gratificante para uma mãe ver o filho realizando uma coisa que sempre quis - continuou tocando em meu pulso. - Eu lembro de quando você era adolescente e almejava fazer intercâmbio para conhecer outro país. Sempre quis que você conseguisse alcançar os seus ideiais, mesmo que seja a trabalho, eu tenho certeza que você vai aproveitar muito - disse com carinho.

Eu e Amélia tínhamos os altos e baixos. Confesso que na minha adolescência, nossa convivência não foi lá das melhores, e tenho ciência de que isso contribuiu para alguns fatores negativos em minha vida. Eu, desde que Caio nasceu, me afastei e vice-versa, e é por isso que não demonstro muito afeto a ela. Claro que hoje temos uma relação melhor, sei que ela me ama do jeito dela, e eu a ela do meu jeitinho, sei que há coisas que nunca vão mudar, mas, eu consigo levar do jeito que está, e não posso negar que ela na grande maioria das vezes me apoiou em meus sonhos altos.

Balancei a cabeça, sentindo meus olhos encherem de lágrimas também. Eu estava emotiva, e histérica. Mal conseguia formular uma frase direito. Só agora caiu a ficha de que eu irei para outro país.

Quando senhor Felipe nos disse que precisaríamos viajar para Los Angeles por alguns dias, eu por pouco surtei. Ele explicou que terá um baile beneficente importantíssimo patrocinado por um dos seus investidores estrangeiros mais importantes, e precisamos comparecer, e, ainda mais agora que estamos abrindo um novo hotel lá, que precisa de uma certa verificação. Por isso, Califórnia precisa da presença dos representantes das empresas G&C, e claro, eu como secretária do Hugo, tenho todo direito a ir.
Talvez Ayla também vá conosco, mas esse é o menor dos meus problemas, o que importa é que irei conhecer as praias de Santa Mônica.

- E pra onde você vai, Clara? - Questionou Carol, curiosa.

- Vou para Los Angeles, e, gente, eu irei para uma festa de ricaços. Eu estou me sentindo a própria patroa - brinquei, o que não era mentira.

- Uau, a gente tem muito o que comprar - Bianca divagou, como se estivesse pensando numa lista de lojas que precisamos passar.

- Com certeza - concordei.

- Quando você vai? - Meu irmão perguntou.

- Na terça-feira - respondi, percebendo o quão próximo está. Ainda bem que eu tinha passaporte.

Nem sei direito pra que eu tirei, mas o que importa é que eu já tenho e só preciso conferir algumas coisas.

- Iremos a noite, chegaremos lá na quarta. Na quinta nós vamos visitar o local do novo hotel e na sexta será o baile. Teremos sábado e domingo inteirinhos para desfrutar das maravilhas da cidade dos anjos - reprimi um gritinho.

Giordano Onde histórias criam vida. Descubra agora