|Capítulo 34|

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Clara

As horas seguintes pareceram se arrastar da maneira mais lenta possível. A visita ao local do novo hotel foi produtiva, pois consertamos erros que de longe não se podia perceber, e além disso conheci algumas pessoas encarregadas pelo mesmo muitíssimo simpáticas e inteligentes que fizeram distrair-me do ocorrido.

Neste momento estou sentada em uma SUV que foi alugada pelos meus chefes, rumando a um restaurante que fica a poucas quadras do novo hotel. Eu não estava no clima de ir almoçar com eles, mas pelo menos Melinda não estava conosco, e também eu precisava ser profissional, não deixar as minhas emoções tomarem conta de mim.

Eu via que as vezes Hugo olhava pra mim, mas quando eu retribuia o olhar, ele desviava. Parecíamos mais adolescentes do que dois adultos.

Ouvi meu celular tocar e o apanhei dentro da bolsa, deslizando pela tela para atender ao ver que se tratava da Bia. Eu estava ignorando a mesma desde que contei sobre Hugo, mas ela estava lotando minha caixa de mensagens e meu telefone de ligações.

- Oi - atendi.

- Oi uma porr! Como você some assim? - bradou, tão alto que tive que afastar o telefone da orelha.

- Eu estou bem e com saudades. Mais tarde conversamos, está bem? Não posso falar agora - disfarcei.

Ouvi-a soltar um xingamento do outro lado da linha antes de me responder.

- Certo, Clara. Me ligue sem falta!

- Ok, ok! Até mais

- Até!

Guardei o celular na bolsa novamente, respirando fundo.

- Você parece triste, querida. Aconteceu alguma coisa? - Virei-me vendo a cobra n°1 questionar-me com a voz pingando sarcásmo enquanto piscava os olhos com aquele abanador gigante que são seus cílios postiços.

- Não, querida - sorri em sua direção. - O que te faz pensar que aconteceu? - perguntei com a voz suave.

- Sua carinha está tão abatida... você sabe que pode contar comigo - pôs a mão no peito.

Que fingida! A cara nem treme!

Busquei paciência respirando fundo.

- Ayla, eu estou bem, e mesmo que precisasse de algo você seria a ultima pessoa com qual eu falaria. Me poupe do seu fingimento - finalizei, sorrindo rapidamente.

Vi Rafael e Hugo nos olharem rapidamente pelo espelhinho mas fingi não ver enquanto observava de rabo de olho Ayla com uma expressão ridícula de tristeza.

- Desculpe. Eu só queria ajudar - disse.

Engoli em seco, revirando os olhos discretamente. Ignorei totalmente sua fala agradecendo mentalmente pelo carro parar na hora certa. Desci do veículo juntamente com os outros podendo finalmente respirar ar fresco e puro. Ficar no mesmo ambiente que Ayla me intoxica.

[...]

O almoço foi horrível!

Já estávamos de volta ao hotel que estamos hospedados,  e eu acabara de sair de uma ligação de quase uma hora com Bianca porque fui colocar a garota a par de toda a situação e ainda contar o desastre que foi o almoço.

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