|Capítulo 24|

347 20 2
                                    

Clara

Após um tempo do término dos expedientes, vi a porta do lado se abrir e a modelo loira passar por ela sendo seguida de Hugo, que me olhou rapidamente, parecendo nervoso e apreensivo.

- Tchau, Clarinha - a loira sorriu falsamente e acenou, de forma superficial.

Dei um sorriso sem mostrar os dentes e acenei de volta, completamente desconfortável e intrigada, pois não me lembro de ter lhe dito meu nome e que, muito menos transformasse-o em um apelido, pronunciado de forma tão íntima assim.

- Vou levá-la em casa, você já pode ir - Hugo aproximou-se um pouco. - Nos vemos mais tarde!? - tentou sorrir.

Com um aceno leve com a cabeça, confirmei a sua pergunta.

Ele engoliu em seco e seguiu o seu caminho com a queridíssima ex.

Chacoalhei levemente a cabeça para espantar os pensamentos de insegurança que insistiam em rondar minha mente; apertei minhas unhas contra a palma da minha mão, querendo - de alguma forma - aliviar as emoções que estou sentindo. Com um suspiro, desligo os aparelhos sobre a mesa, em seguida abaixo-me superficialmente para para minha bolsa no canto da mesa. Após pegar as poucas coisas que estavam fora do lugar, levantei-me e segui em direção a saída sem olhar para os lados.

Ao chegar ao térreo, cogitei a possibilidade de pegar um ônibus, mas antes de ir para casa, eu queria passar em um lugar, e de ônibus me atrasaria muito, então, chamo um táxi que estava passando ali e lhe dou o endereco.

[...]

Assim que cheguei, toquei a companhia duas vezes, mas nada, então forcei a fechadura vendo que, por milagre a porta estava aberta, então adentrei o apartamento chamando o nome do meu amigo, em vão.

Com o cenho franzido, caminhei até o fim do corredor até a porta que da acesso a suíte, onde girei a maçaneta e abri, fechando-o em seguida. Assim que entrei no cômodo, já pude notar o barulho da água do chuveiro caindo, e logo parar. Com toda minha ousadia ja conhecida, tirei minhas sandálias e joguei-me na cama grande e macia que ficava no centro do quarto, apenas esperando ele sair do banho.

- Clara?! Eu não estava te esperando - Gabe proferiu surpreso, enquanto secava os cabelos com uma toalha e outra repousava ao redor de sua cintura.

Meu amigo é muito bonito.

- Você não tem medo de entrarem aqui, não? Deixou a porta aberta de novo, seu velho - falei divertida.

Gabe revirou os olhos rindo e veio em minha direção.

- Esqueci de novo, meu bem - sorriu, se inclinando pronto para me dar um selinho, mas eu recusei seu contato, virando o rosto para o lado, deixando-o completamente confuso.

- O que foi? - Franziu o cenho, ficando ereto novamente.

- Acho que eu... - Suspiro, deixando a frase no ar.- Quero conversar.

- Certo, vamos conversar. Só vou vestir alguma coisa - declarou e foi em direção ao seu closet, logo saindo de lá com uma samba canção azul, da sua marca.

Meu amigo aproximou-se e subiu na cama, deitando-se ao meu lado.

- Acho que estou gostando de alguém - falei, sem rodeios.

- Sério? - virou -se para mim surpreso e divertido. - Isso quer dizer que finalmente irei ser padrinho de um casamento ou você só vai iludir o coitado? - Perguntou ele, arqueando uma sobrancelha, com uma expressão debochada.

Ri e dei um tapa em seu braço.

- Certo, desculpe.

- Ele é... sei que essa frase é clichê, mas com ele é diferente, não sei explicar. - Gesticulo, fitando o teto.

Giordano Onde histórias criam vida. Descubra agora