"Sempre fiz algo que eu achava que estava
pouco preparada para fazer.
Quando você tem um momento de incerteza,
mas persiste, é aí que você consegue avançar".
MARISSA MAYER
Desde aquele encontro no bar, há duas semanas atrás, as coisas entre nós estão mais sólidas. Temos conversado bastante por mensagens e telefonemas. Temos nos encontrado no Ibirapuera para correr, visitamos uma exposição em um dia e depois tomamos um café, e em outro dia comemos um lanche. Conhecemos cada vez mais o universo um do outro e incrivelmente, temos muitos gostos em comum. Só não conversamos nada sobre relacionamento. Parece que estou com medo de dar mais um passo entre nós. Fabrício só nessa semana, me mandou flores no trabalho, deixou uma caixa de chocolates na portaria, me acompanhou à missa no domingo passado antes de irmos no parque e me levou no cinema para assistir uma comédia romântica. Todas essas coisas que um casal de namorados faz. Mas indiscutivelmente nós não somos namorados, somos amigos. Preciso tomar uma atitude adulta, preciso vencer esse medo de relacionamento e colocar nome nisso que estamos vivendo. Preciso urgentemente agir como adulta e madura que sou.
Mas a vida quer me dar uma rasteira novamente. Quando tomo uma decisão, vem um trem e passa por cima de mim. Em plena segunda-feira, recebo uma ligação um tanto desagradável:
― Alô?
Susana? ― Sinto um arrepio na espinha quando reconheço a voz.
― É você, Dante? O que você quer? ― Esse traste só me procura para extorquir dinheiro ou coisa pior.
― Sou eu, Susi. Você está bem? Patrícia me ligou dizendo que precisa que eu assine uns papéis referentes à faculdade. Pensei que nós dois podemos resolver isso num almoço de amigos, vou te esperar num restaurante aqui perto. Eu mando o endereço para você, estou com muitas saudades, querida. ― Que nojo que eu tenho desse homem. Depois do fim do nosso casamento, ele começou a beber, continuou andando com pessoas erradas e acabou perdendo tudo que tinha. Aí, os amigos interessados apenas no dinheiro dele, abandonaram o cafajeste. Sem a má influência deles, ele conseguiu se levantar, conseguiu arrumar um bom emprego novamente e não me perturbou mais. Agora aparece assim, sem mais nem menos, com essa história que a Pati pediu algo para ele, e eu que tenho que encontrar o imbecil para resolver.
Ligo para a Patrícia que me explica que realmente enviou alguns papéis por e-mail, mas que era para ele assinar, reconhecer firma e mandar via correio para ela. Ela fica muito puta da vida por ele ter usado isso de isca para me atrair. Falo para ela ficar calma que eu iria nesse almoço, pegaria os papéis e despacharia ele pelos próximos vinte anos, no mínimo. Na hora do almoço chamo a Ana e confidencio.
― Vou almoçar com o pai da Patrícia, amiga. Me deseje sorte.
― Como assim Susi, esse homem apareceu do além? ― Ana sabe o que aconteceu na época do casamento. Contei toda minha vida para ela quando nos conhecemos.
― Você acredita que ele usou de um pedido que a Pati fez, e que teoricamente nem precisava ser presencial, para me fazer ir a um encontro? É um cafajeste, sem vergonha, mas eu não tenho medo dele, não. Vou lá dizer umas poucas e boas na sua cara e pegar essa papelada para minha filha.
― Você quer que eu vá junto? ― Pergunta Ana toda solícita e temerosa.
― Não precisa, mas se eu não voltar em duas horas, no máximo, você chame a polícia. ― Rimos juntas, mas sei que o caso é sério.
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Linda Susana
RomancePROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS POR CONTER CONTEÚDO SEXUAL O CEO Fabrício Campos está sempre rodeado de lindas mulheres na balada. Mesmo em seus 49 anos, arrasa corações com seu corpo sarado, seu sex appeal, seus olhos verdes misteriosos e sua cont...