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Desejo que possamos ser melhores desconhecidos.

- Do jeito que você gosta

- Acho que é isso. - Shou estava com o rosto pingando quando tentou fechar o porta-malas do Fiat 500 com as malas cheias lá dentro. Ele as tirou e tentou de novo, desta vez forçando com o próprio peso.

- Tem certeza que você só vão ficar algumas semanas? - Ochako disfarçou o sorriso. Protegendo os olhos do sol forte, olhou para Emi-san, que estava vasculhando a bolsa, tentando desesperadamente encontrar alguma coisa.

- Claro. - Emi-san ergueu os olhos. - Nós protegemos à signora Bakugou que vamos estar de volta dentro de um mês. Tempo suficiente para ajudar a pobre irmã do Shou com o bebê e retornar para casa. - Ela pausou por um momento e ergueu as mãos, exasperada. - Shouta, não estou achando o meu celular. Não está na bolsa.

Calmo, Shou se inclinou para a frente, alcançando o quadril da esposa. Tirou o telefone do bolso dela, lhe entregando sem dizer nada. Em seguida, pressionou os lábios contra a testa de Emi-san, sussurrando algumas palavras em italiano.

Durante as duas semanas em que estava em Varenna, Ochako rapidamente se tornou amida dos Aizawa. Eles passaram os dias apresentando a casa e a ajudando a explorar a cidadezinha, mostrando onde os melhores cafés eram servidos, qual era a melhor gelateria e quem Ochako deveria chamar em caso de emergência. As noites eram mais tranquilas: longas refeições com muita massa, complementadas por vinho tinto e risadas. De alguma forma, em poucos dias Ochako sentiu que havia encontrado um lar na casa e se acomodou ao ritmo da Villa Palladino.

O contraste entre sua estrada ali e a vida em Londres era quase difícil de acreditar.

- Vamos manter contato, prometo - Emi-san disse a Ochako, segurando seu rosto enquanto a beijava em ambas as faces. - Vou te mandar e-mails, pois é mais fácil. Só não esqueça de ir ao cybercafé algumas vezes por semana.

- E você tem todos os meus números de contato, em caso de emergência - Shou acrescentou. - Ligue a qualquer hora do dia ou da noite. E tem um carro velho na garagem. Você pode usar se precisar ir a uma cabine telefônica.

Ochako fez uma careta.

- Acho que não vou dirigir. Mal consigo fazer isso do lado direito da estrada, em Londres. Vou acabar provocando um acidente aqui. Acho que vou usar a sua bicicleta velha, isso sim.

Emi-san parecia preocupada.

- Vou ficar bem - Ochako assegurou. - Você me mostrou tudo o que eu preciso, e, se houver algum problema, prometo ligar. A equipe de limpeza está aqui dia sim, dia não, e os jardineiros três vezes por semana. Se eu precisar de alguma coisa, não vou esta sozinha.

Shou abriu a porta do passageiro para Emi-san. O sol quente refletiu sobre a tinta azul, dando a ela um tom amarelado.

- Amor, se quisermos chegar lá durante o dia, temos que ir agora.

Emi-san hesitou, dirigindo a Ochako um olhar preocupado.

- Se você tem certeza...

Ochako a envolveu em um abraço pouco característico, passando os braços ao redor de Emi-san. A moça a abraçou apertado, embora Uraraka não estivesse certa de quem ela estava tentando tranquilizar.

- Mantenha contato, cara mia.

- Vou manter, com certeza. Te vejo quando vocês voltarem de Florença. Espero ver todas as fotos do bebê.

Emi-san finalmente sorriu.

- Claro, e eu posso jurar que você vai ficar entediada antes de mim. Obrigada mais uma vez. Você salvou a nossa vida.

Um Verão na Itália Onde histórias criam vida. Descubra agora