Capítulo 05

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POV Bárbara

— Olha ela aí!

— E aí, Sr. Lira! — Cumprimento o senhor da pequena lanchonete em formato de quiosque que fica em uma das pracinhas do Marechal.

— Tem algo para mim hoje?

— Hoje não, só passei pra descansar um pouco. O sol tá de matar.

— Isso é verdade — Estende um copo com o que parece ser água de coco. — Tome um pouco.

— O senhor é um anjo!

O quiosque do Sr. Lira é bem posicionado, então sempre passo por aqui quando estou fazendo as entregas.

— O senhor mora ali, né? — Aponto para o outro lado da rua onde tem uma grande casa com uma fonte na frente e um carro estacionado. Ele afirma que sim. 

Analiso a construção.

— Tenho uma dúvida, se o senhor me permitir — Olho para ele esperando confirmação, a qual logo chega. — Por que alguém tão rico trabalha aqui? Cansou de comprar mansões?

Pergunto e ele ri levemente.

— Eu já consegui fazer tudo o que queria, Passos. Meus filhos e netos são bem estruturados, sou aposentado... E aqui eu me sinto bem e realizado. Imagina se eu não estivesse aqui pra te dar uma água de coco geladinha.

— Verdade... O universo é doido, né? — Ele ri da minha fala. — Bom, o senhor já fez a sua vida e eu vou fazer a minha. Tenha um bom dia!

— Tchau, Passos. Toma cuidado!

Continuo as entregas e como sempre, vou na casa da Sra. Voltan, dessa vez ela até me ofereceu uma água. É dada a hora do almoço e sigo para a agência me encontrando com Gilson e indo almoçar no restaurante de sempre.

— O que aconteceu? — Meu amigo pergunta.

— Nada, por quê? — Respondo e tomo um pouco do meu refrigerante.

— Tá com a cabeça longe hoje.

— Tô pensando... Na verdade, tô um pouco intrigada.

— Com o quê? — Me olha interessado.

— É que todo dia tem entrega na mesma casa, sabe? É quase sempre o mesmo nome só que quem me atende nunca é a menina, já me considero amiga da mãe dela de tanto que vou lá.

— Qual o nome?

— Carolina Voltan, alguma coisa assim.

— Já procurou no instagram ou sei lá?

— Já, não achei nada, ela deve usar outro nome na internet.

— Ah, mano, se você quer vê-la, muda o horário de ir na casa dela, talvez apareça.

— Se eu fizer isso vai atrasar todo o cronograma e vou me lascar.

— Verdade... Acho que vai ter que ser na sorte mesmo.

Continuamos ali conversando besteiróis até que nossa amiga Bianca chega e almoça conosco. Como eu já fiz todas as entregas para o dia de hoje e tenho a tarde livre, Thaiga me chama para passar a tarde com ela em sua casa e Gs volta para agência.

— Oi, Junior! — Cumprimento o pai da minha amiga que está descendo as escadas olhando algo em seu celular.

— Babi! Quanto tempo! — O homem diz me abraçando.

— Minha nora! — Rose, a mãe da menina ruiva, diz vindo da cozinha.

— É... Ela nos abandonou mas consegui trazer de volta.

— Eu nunca abandonaria a minha sogra, a senhora sabe, né? — Digo abraçando a mulher mais velha.

— E eu fico sobrando, Bárbara? — O homem diz fingindo-se de ofendido.

— Pare de ser tão ciumento, Sr. Júnior.

— Apareça mais vezes, você precisa me explicar como passar aquela fase do God Of War.

— Pode deixar.

— Vai ficar para o jantar?

— Se você quiser eu fico — Digo para Rose. 

— Vou fazer aquele macarrão que você gosta.

— Vou começar a vir aqui todo dia.

Ela ri e despeço-me dos pais da minha amiga, vou ao quarto de Bianca e chego me jogando em sua cama.

— Queria um banho mas esqueci de passar em casa pra pegar uma roupa.

— Pega minha, depois você devolve.

— Ou talvez eu não devolva... — Sorrio.

— Não vem roubar mais roupa minha não, nem começa, palhaça.

— Seus pais ainda acham que a gente namora?

— Sim. Tem quanto tempo que terminamos? Dois anos? — Aceno positivamente. — Segundo eles, nesse tempo você continuou vindo aqui e eu não apresentei mais ninguém, então isso é namoro.

— Vai entender... — Dou risada.

Fecho os olhos por alguns segundos com o intuito de descansar um pouco.

— Ah não! Você não veio aqui pra dormir, né? Vamos fazer alguma coisa — Minha amiga fala me fazendo abrir os olhos.

— Eu só preciso de um banho e fico novinha em folha — Digo com a voz abafada.

— Acho que sei algo que possa te deixar mais animada.

Sinto um movimento no colchão e ela senta na minha bunda com uma perna de cada lado e põe as mãos em minha cintura

— Massagem? — Pergunto sugestiva. — Na verdade, só vai me dar mais sono...

— Não... — Arranha levemente minhas costas com suas curtas unhas e aproxima-se do meu ouvido. — Quero outra coisa.

Fala em tom de sussurro, deixa uma pequena mordida no lóbulo da minha orelha e segue uma trilha de beijos até a minha nuca, arrepio-me com o ato. Continuo ali aproveitando a espécie de carinho por alguns segundos e rapidamente me viro ficando de frente para ela.

Os meus momentos com a Thaiga sempre foram rápidos e cheios de desejo, e dessa vez não é diferente. Fico sentada encostada na cabeceira da cama e ataco os lábios da garota ruiva enquanto distribuo apertões entre sua cintura e bunda a fazendo rebolar levemente.

[...]

Entrega para você - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora