Capítulo 17

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— Prontinho — minha mãe disse ao por a travessa de lasanha em cima da mesa.

— Acertou demais, dona Flaviana. — Gilson elogiou.

— Ai, Gilson, me sinto honrada com isso vindo de você. — fingiu estar envergonhada, o que causou uma risada em todos.

A risada foi cessada pelo toque do celular da minha mãe e ela foi até a cozinha. Engatei em uma conversa descontraída com meus irmãos.

— Seu pai avisou que vai se atrasar — minha mãe anunciou quando voltou a sua cadeira.

— Cadê a novidade? — disse sem muita vontade e tomei um pouco do refrigerante em meu copo.

— Ele está se esforçando.

— Se ele não vir, também não será uma surpresa.

— Já chega, Bárbara. — Flaviana me repreendeu. Apenas respirei fundo e não falei mais nada.

— Então, Gilson, como estão as coisas com os estudos? — Marcos perguntou.

— Estão indo, estou tentando conseguir uma vaga em um estágio remunerado em uma das maiores empresas de jogos do país.

— Uau! Isso é incrível, espero que consiga.

— Com toda certeza ele vai, ele arrasa — minha mãe disse orgulhosa, ela tinha Gilson como um dos filhos. Gs sorriu em agradecimento.

— E você, Bárbara? Ainda está estudando? — perguntou a mim.

Estava demorando... Porque ele tinha que falar meu nome?

— Ao contrário do que você achava, até agora eu não abandonei, isso é impressionante, né? — falei sem olhar para ele e continuei mexendo na minha comida. Sentia olhares sobre mim, então levei minha atenção ao homem mais velho. — Já que você acha que sou covarde o suficiente para não terminar o que começo. Ah! E ainda estou trabalhando, já que você também acha que sou uma vagabunda que não é capaz de conseguir o próprio dinheiro.

— Pega leve — Gs sussurrou para mim.

Eu não suporto esse homem! Sempre se achando o dono da razão.

— Prontos para sobremesa? — Flaviana perguntou depois de todos ficarem em silêncio por segundos.

— Mãe, eu... — Fiz menção de levantar e ir embora. Não queria estar perto daquele homem.

— Por favor, Bárbara... — ela me olhou e pediu. Acabei cedendo.

— Eu te ajudo a trazer a sobremesa.

Fui com ela até a cozinha.

— O que foi isso? O que custava esperar, pelo menos, saírmos da mesa? — repreendeu em sussurro.

— Eu não suporto ele, mãe! Eu não consigo depois de tudo o que ele disse para mim, e agora fica aí pagando de bom moço, amigo da vizinhança.

— Querida, eu te entendo e não tiro a sua razão, mas tenha mais respeito na hora da refeição.

Ao terminamos de comer a sobremesa, todos foram para sala e ficaram conversando, já eu, avisei que estava de saída. Gs insistiu para vir comigo, mas falei que não era preciso, percebi que ele estava empolgado com a conversa que estava tendo com meus irmãos. Falavam sobre jogos, o que faz Gilson falar, tranquilamente, por cinco horas se deixar.

Assim que fechei a porta da casa, um carro estacionou na frente.

— Filha! — disse ao sair e acionar o alarme.

Entrega para você - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora