Capítulo 09

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Bárbara parou na entrada da faculdade, deixou sua amiga lá e foi comprar algo para elas comerem. Estava saindo do estacionamento do fast-food, e enquanto olhava para o lado direito da rua, prestando atenção para sair com o veículo, a traseira de um carro bateu na dianteira do seu, fazendo seu corpo ir para frente.

— Mas que caralho?! — Reclama dando um pouco de ré e saindo do automóvel logo em seguida. — Que porra foi essa? — Diz se aproximando do outro veículo.

— Tá doida?! Olha por onde anda! — O homem sai do carro já exaltado.

— Meu irmão, o que você tava fazendo aí? Isso não é canto de parar.

A única coisa que Bárbara conseguia pensar era que o carro não era seu, o para-choque estava amassado no lado esquerdo e queria encher a cara daquele engomadinho de porrada, por ser tão imbecil.

— Level, o que tá acontecendo? — Carolina chega com uma sacola do fast food nas mãos.

— O que tá acontecendo é que ele não sabe dirigir. Você sabe que você estava errado né? — Bárbara perguntou sem olhar para a dona da voz e se aproximou do rapaz.

Carolina ficou surpresa por ver a mulher que estava ali no meio daquela confusão, mas não deu importância, a gravidade do ocorrido tomou a sua mente, aquilo mal tinha começado e já estava a deixando irritada.

— Mas que porra, Level...

Babi olhou para a loira.

— Você? — Perguntou um pouco confusa e tentando conter a sua irritação.

— Eu o quê?

— Loirinha do muay thai.

— Sim, sou eu.

— É que você disse que iria ser rápido, então fiquei por aqui mesmo. — O homem de cabelos castanhos interrompe a interação das duas se explicando.

— Pra isso existe o es-ta-cio-na-men-to — Bárbara diz a palavra pausadamente. — Pra estacionar.

— Olha, faça o favor de ficar em silêncio, você está me irritando — Samuel diz não aguentando mais.

— Ok! Vamos embora... — A loira diz abrindo a porta do veículo.

— Os pais de vocês devem ter comprado a carteira de habilitação, não é possível. Mimados...

— É o quê?! — Carolina sai do carro já furiosa batendo a porta com força e aproxima-se da morena ficando cara-a-cara. Se tinha uma coisa que ela odiava, era que a chamassem de mimada. — Repete.

— Mimados. — A batalha de olhares se faz presente.

Por um deslize na sua mente, Carolina apenas pensou: "Olhos escuros". Voltando a real milésimos de segundos depois.

— Quem você acha que é pra falar assim? Você já tá me subindo os nervos.

— Ok, me desculpe, madame. — Essa frase subiu na cabeça de Carolina fazendo sua irritação crescer mais. — Agora, vai me deixar com o carro assim?

— Puta que pariu... — O rapaz resmunga e olha de maneira superior e debochada para a morena ali. — O que você quer?

Bárbara o observa com seus olhos faiscando, tentando se controlar. O garoto sabia que estava errado, mas não deixaria isso transparecer.

— Como é que vai ficar isso aqui? De quem é o carro?

— Meu — A loira responde.

— Como é que você deixa ele dirigir? É um perigo! Ele poderia, sei lá, acabar provocando um acidente e matar pessoas.

— Calma aí, não é pra tanto, né?

Carolina olhava aquilo com curiosidade, não acreditava no quão abusada a mulher estava sendo.

— Você poderia ter prestado mais atenção também, né? Só olha pra um lado quando está dirigindo? — Tenta defender o amigo, mesmo sabendo que aquilo não tinha muita defesa.

— Eu estava no meu direito! Ele que para o carro no lugar errado e eu que levo a culpa? Faça-me o favor, garota!

— Ai tá bom, já chega! Eu vou pagar isso aí — Diz já cansada daquilo. Reconhecendo o carro da prima ruiva, mais tarde conversaria melhor com ela sobre isso.

— Ok, problema resolvido. Aproveite e pague outra carteira de habilitação pro seu namoradinho, ele tá precisando.

— Eu que vou pagar o conserto dos carros, relaxa. — O garoto entre elas diz segurando os ombros da loira.

— Ótimo. Me passe seu número, você conversará com a dona do carro depois.

Barbara estende o seu próprio celular e o homem pega-o anotando seu número.

— Te aguardo no muay thai! Faço questão de lutar contigo! — Carolina grita raivosa para a moça que já está entrando no veículo.

Não conseguia explicar tamanha irritação por aquela mulher, ela tinha ultrapassado um limite. Carolina apenas queria liberar esse sentimento, queria liberar com alguns golpes, golpes na própria morena.

— Não se preocupe, loirinha, lutarei com o maior prazer! — Grita de volta sorrindo debochada e levanta o dedo do meio para a loira.

Em seguida, sai cantando pneu.

— Que idiota!

— Folgada do caralho! — Level resmunga.

— Ai mas você também, né Level? — Bate no braço do rapaz. — Quem já se viu parar o carro ali! Que porra...

Entrega para você - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora