mio > 03

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Heeseung não entendeu quem era "ele", mas ao ver o filho tirar um gato de trás das costas e esticar seu braço para mostrá-lo a si, quase caiu para trás.

— Filho... — suspirou e levou a mão à testa, enquanto negava com a cabeça.

Niki era demais.

— Não podemos ficar com ele, meu amor, você sabe que o papai tem alergia. — se afastou um pouco, com medo de sua rinite atacar instantaneamente.

— Eu sei, papai, mas eu achei que seria legal a gente ficar com ele, sinto que o senhor fica muito sozinho quando vou para a escola e não quero te ver triste. — a expressão do pequeno foi mudando aos poucos para uma de tristeza.

Heeseung sorriu bobo ao ouvir aquilo, não tinha como negar o gatinho depois da fala do filho, ficou todo derretido e se impressionou com o carinho que seu menino tinha por si.

— Ok, você venceu, papai dá um jeito. — puxou o garoto para um abraço e depois olhou para o gato preto. — O que aconteceu com esse serzinho, bebê?

— Ele ficou preso numa moita que tinha uns espinhos e ouvi ele miar, ele está todo arranhado, papai. — fez um biquinho triste.

— Hm... Vamos cuidar dele então. — guiou o filho até a sala e pediu para ele se sentar no sofá. — Vou pegar algodão e um remédio para passar nesses arranhões.

Andou, indo para o banheiro, e abriu a caixinha de primeiros socorros que ficava pendurada na parede, separou as coisas e depois de fechá-la voltou para onde seu filho estava, o mesmo falava baixinho para o gatinho se acalmar enquanto fazia carinho na cabecinha dele, Heeseung sorriu pela fofura da cena.

— Okaay, vamos cuidar desse gatão. — suspirou, falando de um jeito engraçado, fazendo Niki rir.

Heeseung embebedou a gaze com o remédio e foi passando aos poucos nas pequenas feridas do gatinho, depois de afastar os pelos negros com seus dedos, Niki fazia algumas expressões de dor quando ouvia o gatinho miar, Lee se segurava para não rir.

— Papai, deve estar ardendo! — fez um barulhinho de dor e segurou no braço do pai.

— Eu sei, amor, mas o que posso fazer? — riu. — Se não limpar pode ficar infeccionada, vai ser pior.

— Tá... — fez um biquinho. — Não chora, gatinho, vai fazer bem pra você.

O garotinho deu um beijinho na cabeça do gato, que miou para ele como se dissesse "tudo bem", o pai sorria novamente e não cansava de fazer isso, seu filho é sua alegria e parecia que esse gatinho fofo também seria.

Depois de limpar todos os arranhões que achou, ele deixou o gato no sofá e foi guardar as coisas na caixinha e jogar os algodões no lixo.

— Temos que levá-lo no veterinário já que vamos ficar com ele. — avisou seu pequeno, que ainda estava encantando com o animal.

— Vai mesmo ficar com ele? — deu um pulo do sofá, ficando de pé no chão. Seus olhos brilhavam.

— Claro, amor. — deu um risinho.

— Eba! — correu para os braços do pai, dando-o um abraço apertado. — Você vai ficar mais feliz, papai, ele vai te fazer companhia.

— Não me faça chorar, bebê. — disfarçou, rindo, ainda era sensível.

— Desculpa. — riu também.

🐱

No dia seguinte, Heeseung levou o gato para o veterinário depois de deixar o filho na escola. Na noite anterior, só deixou água para ele pois não havia nenhum lugar que vendia ração aberto naquele horário, mas o gatinho não parecia estar com fome já que não miou pedindo comida e dormiu a noite toda, mostrando que estava cansado.

— Ele está perfeitamente saudável, tirando os leves arranhões. — o veterinário diz, enquanto passava uma pomada nos ferimentos. — Só recomendo um banho depois, a areia e ração específica.

— Ah, que bom que ele não tem nada. — soltou o ar, aliviado. — E obrigado, senhor Hwang.

— De nada. — sorriu e anotou algumas coisas rapidamente da folha. — Aqui, não são coisas caras mas são de qualidade e menos agressivas.

— Obrigado novamente. — agradeceu, fazendo uma leve reverência, pegou o papel, colocando em seu bolso, e depois pegou o gatinho.

Se despediu e foi direto comprar as coisas recomendadas na lojinha que havia no próprio pet shop. Depois de pagar, saiu do local com sacolas no braço esquerdo e o gatinho no direito.

Ao chegar em casa, soltou o gato, que andou um pouco, parou, virando para si, e se sentou enquanto o olhava.

— Está com fome, miau? — perguntou, vendo ele mexer sua cauda. — Acho que sim, só me deixe lavar as mãos que já arrumo tudo.

Deixou as sacolas no chão e tirou os sapatos antes de pisar no piso de madeira, correu para o banheiro, lavando as mãos, e depois voltou para onde as sacolas foram deixadas, tirou tudo de dentro delas, colocando na mesa.

Lavou tudo que precisava ser lavado e limpou o resto com álcool. Enquanto colocava a ração na tigelinha roxa, sentiu o gatinho se esfregar em suas pernas, sorriu com isso e rapidamente colocou o potinho com a ração no chão perto do armário da cozinha, parecia até que aquele lugar foi feito para ser o cantinho do gato.

Viu o bichano ir até ela e começar a comer, Heeseung encheu outra com água e colocou ali do lado, sorriu satisfeito por tudo estar certinho. Só restava agora colocar a areia na caixinha de areia e deixá-la na área, que ficava depois da cozinha, mostraria depois para o gato onde estava quando ele terminasse de comer.

O resto do dia foi Lee cozinhando a comida favorita de seu garotinho, enquanto sentia o gatinho marcando território em suas pernas, ele passava sua cabeça e orelhas por ela, era fofo.

🐱

— Precisamos dar um nome para ele. — Heeseung comenta ao filho, que fazia cafuné no novo membro da família.

— Ele me lembra o gato do Garu, o Mio. — sorriu, animado. — Deixa ser Mio, papai, deixa?! — fez aquela carinha pidona que sabia que amolecia seu pai.

— Deixo. — deu risada. — É fofo e o nome combina com ele.

— Né? — disse, sorridente, e abraçou o gato, que se aninhou ao pescoço de Niki.

— Agora vá pegar seus materiais para fazer a lição, mocinho, vou te ajudar. — bagunçou os cabelos do filho, que assentiu e deixou o gato no colo do pai, já indo para o quarto. — Estranho... Não atacou minha alergia nenhuma vez... O que tem de errado com você?

Olhou confuso para Mio, que miou, colocando as patinhas no peito de Heeseung para cheirar seu rosto.

— Esquece. — mexeu o nariz em desconforto, pronto para espirrar. — Só porque falei.

Deu um espirro alto, fazendo o gato pular assustado de seu colo e ir parar do outro lado do sofá, depois de dar um miado estridente.

— Desculpa. — riu daquilo e viu o gato sentado lamber sua pata como se estivesse o ignorando e ignorado o que havia acabado de acontecer. — Exibido. — deu língua para Mio, que olhou para si e fez suas garras afiadas saírem como uma ameaça. — Estou brincando. — pirragueou.

Mio parecia até ter vindo de um desenho animado, talvez tivesse mesmo vindo do desenho da Pucca.

black cat | heejakeOnde histórias criam vida. Descubra agora