—Brianna Davis! — diretora Mackenzie exclama meu nome com extrema felicidade, levanto-me recebendo uma saúda de palmas, e gritos do tipo: "vai lá princesa!". Confesso que tive uma última semana difícil e nada invisível como gostaria de permanecer, ficou claro que Sra. Mackenzie amou a ideia de comunicar um estudante da realeza entre a plebe, essas foram as suas palavras, e logo foi descoberto que era eu, de órfã a princesa, estamos evoluindo.
Forcei um sorriso quando peguei meu diploma de suas mãos tentando não olhar para a plateia, falhei miseravelmente, meus olhos encontraram o homem de cabelos claros cuja elegância era maior do que aquela ocasião realmente pedia, meu peito encheu de tamanha alegria, nunca imaginei que alguém que pertencesse a minha família estaria ali, torcendo por mim, ele sorriu orgulhoso e eu queria tanto dizer que só era o ensino médio cara, porém entendi que fomos separados antes mesmo de ele ter a oportunidade de me carregar no colo. Respirei fundo tentando não deixar minhas reais emoções me dominarem. Retorno meu olhar para a mulher que queria tanto uma foto comigo.
—Não se esqueça dos pobres quando for coroada. — sussurrou de maneira audível ainda com o largo sorriso. Encarei-a com certa seriedade ignorando o clique e descendo do auditório. Estava cansada de ouvir aquilo de pessoas que nunca nem lembraram meu nome, observei a mulher se recompor ainda desconfortável com a cena.
Bufei enquanto sentava no meu lugar e ouvia o próximo nome.
—Certo, garota rebelde. Lembre-se que é nossa formatura e seu último dia aqui, então foque em se divertir! — aconselhou Hope animada pelo baile de logo mais, o qual eu não iria, não estava nem ai se era o último do ensino Médio, apenas queria um segundo de sossego e reflexão sobre a minha escolha.
O último aluno foi chamado e em seguida todos os formandos subiram para a foto final, aquela que só ficaria guardada em um álbum repleto de boas e más lembranças do que foram os últimos três anos.
Um flash, um grito de "faculdade" e um abraço coletivo foram os instantes finais antes de deixar um ciclo encerrado para trás.
Abracei meus amigos deixando palavras positivas e caminhei em direção ao sorridente rei.
—Uma bela formatura americana! — expressou-se me fazendo rir.
—Achei que choraria, Aidan. —disse penteando meus cabelos com os dedos, eles tinham uma cor castanho claro e batiam quase um palmo e meio depois do ombro e tinham ondas bonitas.
—Bem, não, já vivi a formatura no secundário antes, confesso que foi bem menos eufórica, mas ainda assim emocionante. — franzi a testa confusa.
Já havia vivido?
—Como assim? Eu supostamente não fui sua primogênita? —questiono colocando o capelo novamente na cabeça.
—Sim, você é minha primogênita, mas não unigênita. — sua fala me despertou curiosidade. —Eu voltei a me casar, e a atual rainha já tinha um filho, uns três anos mais velho que você e curiosamente o criei desde os cinco anos. O reino precisava de uma rainha e eu de uma companheira, então em uma visita a um dos povoados de Áster, conheci Eva, sua beleza era inegável, porém havia sido renegada pelo pai do pequeno e extrovertido rapaz, encantei-me por eles e assumi a paternidade. — suspirou fundo. — Aquilo foi como um ultraje para o reino de Áster, porém era a única garantia de um sucessor pra toda a nação, já que eu sabia o quão demorado foi até Charlotte e eu termos um herdeiro, então os ânimos logo se acalmaram com a esperança de um futuro, mesmo que ele não tivesse sangue real em suas veias.
Tentei assimilar o peso de suas palavras, mas me pareceu impossível, o que aquilo queria dizer?
Eu estaria tirando o lugar de alguém? Oh, Aidan tinha uma esposa e um praticamente filho, o que eu seria na família? Uma bastarda?
Meu subconsciente dizia que eu seria tudo, menos uma felicidade para pessoas que nem se quer achariam que eu estivesse viva.
—Algum problema, querida? — questiona Aidan preocupado com meu silêncio.
—Sim, apenas me distrai, nada mais. —respondi forçando um sorriso, eu estava fazendo aquilo com tanta frequência que minha consciência acusou-me.
—E o que pais fazem em formaturas na América? Em Áster acontece um grande baile em homenagem aos formandos. — a forma como ele falava era engraçada, de uma maneira branda e rebuscada.
—Na América também temos um baile, porém nada que mobilize um país inteiro para participar. É menos extravagante, bem menos. — explico olhando toda a animação em nossa volta. Mas principalmente na de Alan e Hope, estava tão feliz por tê-los conhecido, sem eles as coisas seriam mais difíceis. Sorri de lado compreendendo que caminhos às vezes se descruzam nas infinitas escolhas que precisam ser feitas e precisamos estar preparados para o desconhecido que às vezes nos aguardava no início de um novo caminho. Eles olharam em minha direção e acenaram, não sabia ao certo se nos veríamos tão cedo novamente.
O quanto minhas escolhas vão pesar nas minhas costas? Eu queria que o poder da escolha fosse mais fácil, que tudo estivesse num só caminho e você pudesse andar por ele saltitante, porém nada era tão simples assim.
Respirei fundo entendendo sobre a coragem, coragem para enfrentar o que te assusta! Não posso me dar ao luxo de regredir todas às vezes que tiver medo do próximo passo.
Eu iria para Áster, seja lá o que isso realmente significasse.
❤❤❤
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A Herdeira : Perdida
RomantikÉ fácil conviver com a vida do jeito que esta, na realidade é bem cômodo, mas a prova de que não estamos preparados para mudanças é a forma como lidamos com elas. Brianna Davis sabia exatamente o que era lidar com as dificuldades, o que não sabia er...