parte sete: as minhas palavras se partem e se derretem

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Delegacia de Missouri, EUA

A equipe tinha se dividido em tarefas separadas, uma tática que ajudava a acelerar a investigação. Derek Morgan continuava sentado na cadeira, o pensamento longe, embora ele soubesse que deveria estar com a atenção completa na caixa de arquivos novos que tinha chegado somente há alguns minutos. A sala estava silenciosa, o som de agito somente do lado de fora.

Ele não conseguia pensar em como tinha sido um pouco estúpido e egoísta impedir que a ideia de Sky fosse aceita. Era óbvio que a equipe entenderia o temor dele e não hesitaria em levar mais em consideração as palavras dele do que as dela, mas ele não gostou nem um pouco da sensação que lhe tomou assim que viu a mulher sair porta afora e não voltado mais.

Fazia algumas horas que Skye tinha saído e não avisara para onde tinha ido, o que o deixava em um estado de preocupação alerta. Tinha um assassino planejando vingança contra ela, por que diabos a mulher era tão teimosa em estar sozinha?

O Agente também pensou em pedir à Garcia que rastreasse o celular dela, mas sua situação já estava ruim o suficiente para que pensasse em piorar.

- Oi, docinho.

A porta foi aberta e Garcia entrou, fechando a mesma atrás de si. Ela aproximou-se de Derek, imaginando que ele deveria estar um pouco desatento. Não o julgava, porém, uma vez que também compartilhava a mesma preocupação dele em relação à Sky.

- Eu fiz tudo errado, não foi? - o homem indagou, assim que Penelope sentou ao seu lado.
Ela balançou a caneta entre os dedos, soltando um suspiro ao encarar o amigo de longa data.

Ela e Derek eram bastante íntimos, os dois trocavam flertes de brincadeiras e nunca havia passado disso, muito pelo contrário, a amizade de ambos só crescia.

- Talvez um pouco - finalmente respondeu. - Acho que você poderia ter argumentado os motivos de ter sido contra a ideia dela sem que envolvesse que você estava com medo de perdê-la.

- Isso não é motivo suficiente? - indagou.

A analista supriu a vontade de revirar os olhos. Morgan era tão inteligente, mas parecia estar cegado no momento pelos próprios sentimentos.

- Para você, é - Garcia continuou. - Mas a Sky não vai se importar tanto com a própria segurança quando tem um serial killer matando mulheres grávidas, Derek. E ela se sente culpada por isso.

O homem assentiu devagar. Sentia-se ainda mais estúpido com as palavras da amiga, sabendo que ela estava certa. Ele precisava evitar, que no ambiente de trabalho, suas emoções tomassem conta de si antes da razão. Ele podia mesmo ter argumentado ser contra com motivos profissionais, e não emocionais e ela ainda estaria ali.

Garcia apertou o braço dele, um gesto de consolo para mostrá-lo que ela estava ali, caso precisasse. Ele sabia disso, mesmo sem precisar ser lembrado.

- O que eu faço agora? - ele questionou, olhando o celular mais uma vez só para verificar que ainda estava sem resposta.

Garcia suspirou mais uma vez e sorriu, tentando ser o mais otimista possível, disfarçando a sua enorme preocupação com a outra amiga.

- Dê um tempo - aconselhou. - Ela vai voltar.


Em algum lugar de Missouri - EUA

Depois de Donner ter enviado os arquivos que Sky solicitou, ela pagou o café e voltou para o carro que tinha alugado algumas horas antes.

Ainda estava estacionado ao lado de um restaurante, mas a Agente não estava se importando tanto com as coisas ao seu redor. Seu único foco eram aqueles arquivos no seu e-mail e capturar o assassino. A mulher respirou fundo, ignorando mais uma vez o toque de mensagem do celular. Tinha certeza que era Derek mandando mais alguma coisa, provavelmente perguntando onde ela estava.

Mas Skye não estava com humor para responder qualquer uma das mensagens. Ela ainda achava que ele deveria tê-la apoiado na ideia da emboscada. Como todo Agente, qualquer plano tinha risco. Morgan precisava aprender a separar o pessoal e o profissional no ambiente de trabalho, principalmente se envolvesse White, uma vez que ela não gostava de misturar as duas coisas.

Nem sequer deveria estar envolvida com ele no seu tempo ali, ela só precisava resolver o caso e voltar para a sua equipe.

Mas as coisas sempre pareciam mais complicadas do que normalmente era. Desde que chegara ali, era como se estivesse vivendo um pesadelo. Não conseguia aguentar o peso de carregar a culpa por mulheres grávidas estarem morrendo por sua causa, por puro capricho de vingança daquele desgraçado.

In Dark // criminal minds [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora