parte três: revelações

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Quântico, Virgínia - FBI, 14:23PM

Dois anos atrás

O som de salto alto ecoando especialmente por aquela sala estava fazendo a cabeça de Richard Donner doer. Ele parecia exausto e ansioso. Geralmente, ele conseguia resolver um caso rápido se tivesse com a sua equipe, ou ao menos, a sua parceira, mas aquele caso em especial estava lhe tirando o sono há alguns bons dias. 

Ele ficava noites e noites, atrás de novas evidências, qualquer pista que indicasse uma esperança de pegar o assassino - ou ao menos descobrir quem era o desgraçado -, era um passo mais perto de fechar o caso e finalmente poder respirar em paz.

- Donner - a mulher chamou e ele murmurou algo em resposta, ainda concentrado com os passos nervosos dela de um lado para o outro na sala. Ele sabia que não adiantava reclamar com ela por aquilo; era mais fácil que um buraco se cavasse sozinho sob os seus pés que ela aceitasse alguma ordem sua. - Precisamos de ajuda.

O fato de Skye ter admitido aquilo não surpreendeu Richard. Era verdade que sua parceira era muito competitiva e individualista, logo se tornava difícil que ela chegasse no auge de admitir que precisava de ajuda para alguma coisa. 

Mas ela tinha mudado esse comportamento quando aceitou ser parceira dele e quando começou a namorar um analista de perfil; Donner não o conhecia, mas teria que agradecer ao homem por estar fazendo milagres com aquela mulher.

- Isso significa que você está dizendo que vai consultar seu namorado sobre o caso? - o homem ajeitou a postura sobre a cadeira e quase soltou um suspiro aliviado quando White parou de andar pela sala e se sentou no seu lugar de costume na mesa.

- Não - ela respondeu, revirando os olhos. - Já falei que eu e o Derek não conversamos sobre nossos casos. É nosso acordo.

O agente deu de ombros.

- E o que diz então?

- Que você pode consultar um deles - ela explicou. - Que não seja o Morgan, é claro. - ela completou, sorrindo.

- Não vou roubar seu homem, White - Donner zombou.

- Não poderia nem se quisesse - Sky respondeu. - Certo. Agora sério. Não aguento mais ver no que estamos errando. Talvez saber um perfil completo do suspeito possa nos ajudar.

Ele não questionou a decisão dela. 

Era uma boa ideia. Eles não eram especialistas em criar perfis de assassinos; embora soubessem muita pouca coisa, o que não ajudava muito. Eles precisavam de alguém profissional naquilo. Precisava reduzir a sua lista de dezenas de suspeitos e precisava fazer isso o quanto antes. Ele já havia matado 8 mulheres e do jeito que estava acelerando a matança, não iria demorar muito para que ele chegasse a 9.

- Reúna os outros.

Missouri - EUA

Atualmente

O barulho da chuva distraia a mente da mulher.

Para a sua surpresa, ela ainda segurava o papel na mão e não ousou encarar de novo. Parecia que, a cada vez que lia uma palavra do que ele tinha escrito, sua mente voava para o passado e para a decadências de acontecimentos infelizes. 

Primeiro ela precisou terminar com o Morgan; a agente não tinha previsto o desgaste emocional que o caso estava lhe causando e não se sentia mais capaz de manter um relacionamento a aquela altura. Derek era carinhoso, atencioso e paciente, mas ela precisava de espaço. Estava perdendo a si mesma e a sua mente durante todo o processo. 

In Dark // criminal minds [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora