Nova York - 1768
─────── ✵ ───────NOVA YORK ESTAVA em crise. A peste atingia milhares de pessoas a cada hora que passava e ninguém tinha a solução para as desgraças que assolaram a grande cidade. Não sabiam como contraiam a doença, nem como curá-la.
Devon Monthorn — filha das pessoas mais importantes da época para NY, Marcel e Vallory Monthorn — sofria por ver pessoas de sua terra morrendo, perecendo diante da ignorância das autoridades. Claro, todos ficaram em pânico com os tempos difíceis, mas a garota não achava certo perderem a humildade, a humanidade para com os outros. Seus pais não podiam ou simplesmente não queriam ajudar, e Devon, apesar de não conseguir acreditar nessa barbárie, sabia que era a verdade.
Sempre que podia, a jovem ia até um dos grandes hospitais da cidade visitar um bom amigo que fez enquanto cuidava de algumas crianças há alguns meses, e ajudava como podia. Graças a sua condição financeira, cursou medicina assim que terminou seus estudos, aprendendo tudo o que estava a seu alcance neste tempo antigo.
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CARLISLE CULLEN ERA um doutor incrível. Cuidava de centenas de pacientes e nunca parecia cansado ou indisposto, sempre querendo ajudar e inovar, fazendo com que Devon o achasse estranhamente perfeito. Seus olhos curiosamente amarelos como âmbar chamavam a atenção da mais nova. Sua pele perfeita e pálida, além de nunca vê-lo comer ou beber.
Eles se tornaram bons amigos. Devon ajudava como podia, tratando as pessoas que chegavam por conta dos sintomas avassaladores da peste. Com pouco tempo, Carlisle começou a apreciar a presença da menina, sempre sorrindo com compaixão para aqueles que mais precisavam no momento, apesar dos riscos de se contaminar também. A Monthorn exalava uma aura vibrante e feliz para os seres a sua volta, apesar da grande maioria ser cética, ainda haviam os mais velhos, crendo que ela era algum tipo de bruxa do bem, mas foi desmentido, já que ela não passava de ser apenas uma humana com um bom coração.
No ápice daquela epidemia, mais especificamente no dia 18 de setembro, Devon não apareceu no hospital. Não saiu de casa, nem de seu quarto. Apesar de curioso pelo motivo, o Doutor Cullen não poderia — mesmo se quisesse — escapar de seus afazeres para procurar por sua querida amiga.
Já a Monthorn, estava enfrentando um luto difícil pela perda de seus pais, graças peste. Mesmo não sendo tão próximos como ela gostaria, ainda eram a única família que lhe restara. Lágrimas dolorosas eram derramadas no mais absoluto silêncio de sua grande casa, agora, vazia. Ela sabia que não poderia se afundar na tristeza e ficar inerte, quando tantas pessoas lutavam por suas vidas numa cama hospitalar, contudo, não conseguia levantar de maneira alguma, nem comer, muito menos se sentir menos mal. Mas era diferente. Ela estava doente ao extremo e sequer conseguia respirar sem dificuldade.
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PASSARAM-SE CINCO DIAS desde que Devon sumira do hospital e Carlisle não conseguia mais ficar ali parado, sem ter sua companheira médica ao lado. Como um pai faria com sua filha amada, ele foi até a casa da garota. Bateu na porta uma, duas, três vezes. Mas ninguém veio atende-lo. Ele estranhou. Os Monthorn eram uma das famílias mais ricas da cidade, e deveriam ter alguém para abrir a porta do casarão.
O vampiro chamou por mais algumas vezes e não obteve resposta. Mais preocupado ainda, olhou para os dois lados antes de quebrar a fechadura antiga da porta. Com audição aprimorada vampírica, ele pôde escutar apenas um fraco coração batendo. Esse que pertencia a Devon.
O homem se alarmou. Correu com sua velocidade até onde o som vinha e se deparou com a cena mais triste que já presenciara: Sua garotinha extremamente doente, fraca, numa cama bagunçada. Foram poucos meses, mas Carlisle já se sentia ligado aquela menina de ouro.
O mais velho se aproximou da cama e passou os dedos gelados pelo delicado rosto da Monthorn, que não se incomodou, já que as outras dores e desconfortos no corpo frágil da menina, encobriam qualquer ação e reação externa.
— Querida, acorde por favor. Não deixe seu médico favorito sozinho. — Disse o vampiro, com veneno nos olhos no lugar de lágrimas que nunca iriam ser derramadas.
Devon conseguia escutar a voz de seu amigo, um pouco distante de si. Com muito esforço, ela abriu os olhos e o olhou, pela provável última vez.
— Meus pais... — Sua voz não passou de um sussurro que incomodou seus pulmões comprometidos, que Carlisle mal escutaria se não fosse por sua condição vampírica.
— Não diga mais nada, querida. Descanse. — Pediu o Doutor com sua voz tranquila, apesar de por dentro estar sentindo seu coração — que já não batia há tempos — doendo ao vê-la assim.
O loiro não iria sair do lado de sua menina, e não queria que ela o deixasse. Tentava os mais avançados tratamentos que a época permitia serem descobertos contra a peste, para que ela se recuperasse, mas não foram eficazes. O pânico de perdê-la não o deixava em paz, mas ainda havia uma esperança.
— Carlisle... Não me deixe morrer. — Ela suplicou para o único que lhe restara, após uma forte dor no peito fazê-la chorar copiosamente.
Devon não era tola. Ela já desconfiava o que o Doutor Cullen poderia ser, de acordo com lendas da época, mas seu ceticismo falara mais alto. Entretanto, naquela situação ela acreditava com todas as forças que de uma maneira ou de outra, Carlisle poderia salvá-la, para que ela continuasse salvando outras vidas. Com isso, o mesmo já estava irrevogável perante sua decisão.
Então, ele a mordeu.
O veneno do vampiro percorreu por suas veias, seus órgãos, sua pele, lhe causando uma dor infernal. Devon não conseguia gritar, chorar ou se debater, mas a dor da transformação a consumia por dentro, paralisando-a, porém consequentemente, a salvando. Até que depois de 3 dias de agonia, seu coração deu a última batida e parou. Devon Monthorn estava morta, aos meros 18 anos de idade.
Mas seus olhos abriram.
Olá pessoal!
Essa é uma fanfic que venho planejando há bastante tempo. Então resolvi tirá-la do bloco de notas e publicar o primeiro capítulo aqui!
Espero muito que vocês gostem!Comente o que acharam deste primeiro capítulo, gosto de ler o feedback!
Com amor, Scar.
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✓ SOUL ── JASPER HALE
FanfictionALMA ── "Eu posso ver sua alma, e não é a de um assassino." DEVON MONTHORN FORA transformada em vampira por Carlisle Cullen, em 1768, pois seu amigo vampiro não queria que a doce e gentil Monthorn partisse tão jovem, apenas com 18 anos. PASSOU MUIT...