✓ SOUL ── JASPER HALE

ᴄʜᴀᴘᴛᴇʀ ᴛʜʀᴇᴇ

Rochester, Nova York - 1933
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A FAMÍLIA CULLEN aproveitava uma espécie de férias. Enquanto Carlisle passava seu tempo num hospital em Rochester, Devon, Edward e Esme passeavam pela cidade em dias nublados, para não correrem o risco de revelarem suas verdadeiras identidades sob o Sol. Apesar de não ser onde a jovem vampira nasceu e cresceu, lembrava um pouco sua cidade natal, onde fora transformada há quase 200 anos.

Devon passou por muitas décadas. Eras e eras vendo a moda evoluir devagar, porém positivamente com o tempo, mas a década de 30, era sua favorita até agora. Ela não era uma mulher superficial, mas amava se vestir bem, sempre elegante aos olhos humanos.

Em 12 de Abril, a Monthorn saia de uma das lojas mais cobiçadas pelas mulheres da cidade, com algumas sacolas na mão. Ela iria para casa, contar a Esme sobre as novidades que as costureiras mais habilidosas enviaram para venda, trajando de um vestido preto que acentuava levemente suas curvas, saltos brancos, uma encharpe branca de tule, meia calça preta e uma pequena carteira de mão. Seus cabelos estavam impecáveis em um penteado apropriado para a época, e seus sapatos quase não faziam barulho com tamanha elegância ao caminhar. A rua estava vazia com apenas alguns postes de luz amarelada iluminando o caminho.

Devon andava calmamente, quando sua audição aguçada capta um barulho estranho. Ela estava perto, pois enquanto caminhava os sons ficavam mais altos. Ela vira a esquina devagar, se deparando com uma cena perturbadora para qualquer mulher: Quatro homens cercando uma garota, a tocando em partes indecentes, mesmo a moça pedindo veementemente para pararem. Ela parecia gravemente machucada, pois sangue escorria dela por algum lugar.

A vampira largou as sacolas no chão, e assobiou. Os homens olham para ela, e se deslumbraram com a beleza daquela estranha. Oh, pobres almas. Aquele rostinho angelical era uma armadilha mortal.

— Olha, o que temos aqui?! Está sozinha moça? — Um dos bárbaros pergunta, com a voz claramente afetada pela embriaguês.

— Acho que precisa de um acompanhante a sua altura, madame. — Outro deles diz, e o nojo se mantém explícito na face da Monthorn, que segurou fortemente um rugido animalesco para aqueles seres desprezíveis.

Os desgraçados se aproximam, com pura malícia em seus olhos. Devon estava com ódio, um ódio quase palpável. Mas quando um deles ousou segurar seu pulso, a vampira fez algo que nem ela mesma esperava.

Devon conseguia ver uma espécie de energia saindo daqueles homens, uma aura escura e podre, e ela sentia isso. Por puro instinto, a mulher estende suas mãos, trazendo para si toda a energia vital daqueles quatro humanos nojentos. Ela os drenou, não seu sangue, mas sim, suas essências, deixando-os em coma permanente.

Ela se sentiu forte, forte como quando era uma recém criada. Sua sede parecia mais controlada que nunca, entretanto ela ainda não entendia o que fez com aqueles homens, apesar de não sentir remorso algum. Devon então, escuta um fraco coração bater, e percebe ser da mulher que fora machucada pela a escória dos homens, agora mortos no chão sujo de um beco qualquer. Ela se encontrava com uma aura em volta de si, fraca, como se a qualquer momento fosse se apagar e levar consigo a moça machucada.

A vampira se aproxima, e percebe um grave ferimento causado por vidro no abdômen da loira tremendo ao chão. Devon se abaixou ao lado da moça analisando a coitada, com pena em seu coração, pensando em como nenhuma mulher merecia passar por isso.