O prédio Bragança é de longe um dos lugares mais luxuosos e modernos que já estive, nem mesmo a agência que eu trabalhava tinha tanta personalidade em sua arquitetura e decoração, mas isso não impede a sensação de falta de ar que estou tendo desde que saí de casa essa manhã, na boa, eu não sei o que deu em mim para aceitar essa proposta. Ficar perto dele não vai me fazer bem, então, o que diabos estou fazendo aqui?
Você é masoquista. - Minha consciência tira sarro e reviro os olhos. Megera.
Droga.
Eu sou masoquista.
Quero chorar e dá meia volta, fingir meu próprio sequestro e desaparecer da face da terra.
- Essa blusa é horrenda! - Viro para encarar a dona da voz, me surpreendendo quando dou de cara com Kiara, a garota que conheci no banheiro dos Bragança, durante a festa que eu nem queria estar, na qual fui apresentada minutos depois como sendo a acompanhante do ...
- Gosto dela. - Respondo, assumindo uma postura defensiva, me encolhendo. Ela arqueia uma sobrancelha e passa a caminhar na minha direção, batendo com o salto fino no chão. - Oi, você. - Diz quando está próxima o suficiente, estendendo sua mão para que eu a aperte. Estudo sua atitude por um par de segundos, retribuindo o gesto quando percebo que estamos tendo atenção extra dos demais funcionários e não pretendo ser motivo de fofoca no meu primeiro dia.
O que ela está fazendo aqui?
- Kiara. - A mulher sorrir, não parecendo surpresa por eu lembrar seu nome e coloca parte da sua franja para trás da orelha. O gesto me chama atenção e acabo tendo um vislumbre de uma mancha arroxeada no seu pescoço, não é tão visível, na verdade, ela parece ter sido coberta por maquiagem, mas devido a nossa aproximação e meu dom de observação acabo percebendo.
Ela me flagra e volta a esconder a pequena mancha com a lapela de sua blusa social. Limpo a garganta sem jeito, apertando o botão do elevador novamente.
- Não sabia que trabalhava aqui. - Comenta, se posicionando ao meu lado na espera do elevador. A olho de canto de olho, aproveitando para a observar mais detalhadamente agora que estamos em um ambiente mais claro, os cabelos são mais loiros a luz do dia e os olhos possuem um castanho comum, menos evidenciado agora que não tem tanta maquiagem em suas pálpebras. A pele do rosto não possuem marcas de nenhum tipo, está tão branca quanto parecia na festa.
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Perverso, Sr. Bragança. / COMPLETO NA BUENOVELA
ChickLitSENDO ESCRITO. SEM REVISÃO. Eu sempre me vi como culpada. Acreditando desde as palavras que saiam da boca da mulher que me trouxe ao mundo até naquelas ditas por pessoas aleatórias na rua. Mas, eu estava errada. Eu não era a culpada. Eu era a vít...