black cat | heejake

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— Eu vou ficar com saudades. — Heeseung  diz, sentindo um bolo na garganta por estar segurando o choro.

— Eu também, querido, eu também. — seu marido respondeu, enquanto o abraçava forte. — Mas o dever me chama, você sabe.

— Infelizmente. — não aguentou e finalmente chorou quando se afastou e olhou para HyukJun.

— Oh meu amor, não chore... — o maior se aproximou mais e limpou as lágrimas do pequeno. — Vão ser apenas dois meses, você sabe que eu volto, e com presentes para vocês. — sorriu e viu Heeseung rir baixo.

— É, eu sei.

Esticou suas pernas um pouquinho para dar o último beijo no marido, o abraçou em seguida novamente, sussurrando um "eu te amo" e ouvindo um "eu também te amo" em seguida. O viu calçar seu sapato, abrir a porta e finalmente ir depois de sorrir, Lee chorou e chorou sentado no chão igual as outras vezes, tentava entender o dever de seu marido mas era difícil, ainda mais quando tinham um filho.

Heeseung sempre esperava aflito todas as vezes que o marido ia fazer seu trabalho, HyukJun trabalha na marinha japonesa e fica meses fora, dando poucas notícias por não ter sinal o tempo todo. Heeseung apenas rezava para que ele voltasse bem e, principalmente, vivo.

Mas não foi isso que aconteceu.

Se passando um mês e contando os dias para volta do amado, ele não esperava que um colega de Hyuk aparecesse de noite em sua porta segurando seu chapéu branco ao peito, aquilo fez seu coração disparar.

— Konbanwa. — o homem diz fazendo uma reverência, parecia abatido. — Vim lhe trazer notícias.

— É sobre meu m-marido? — Heeseung já estava tremendo nessa hora.

— Sim, senhor Lee. — fechou os olhos e suspirou. — Eu estava no mesmo navio que ele, ocorreu um erro e o navio bateu em uma grande rocha, por azar ele estava na ponta ajustando algumas coisas e não viu. — nesse momento o menor já tinha seus olhos marejados. — Bateu em cheio nele e Hyuk caiu no mar, demoramos para encontrá-lo por causa do caos e, quando achamos seu corpo, ele não estava mais vivo.

— Não... Não... Não! — gritou e, por suas pernas fraquejarem, ele foi ao chão.

Seu choro era pior do que aquele das despedidas que tinha que dar ao marido, pois demonstrava dor. Sua garganta doía e seus olhos ardiam.

Aconteceu o que mais Heeseung temia: um acidente que tiraria a vida de seu marido.

Lee arriscou, mesmo que não gostasse da ideia de se relacionar com alguém que tinha um trabalho tão complicado, mas o que podia fazer? Estavam tão apaixonados que não podiam lutar contra isso, e, depois que Heeseung se descobriu grávido, eles se casaram para fortificar ainda mais a relação.

O homem tentou consolá-lo mas aquilo não adiantaria, um acidente ridículo daqueles tirou de si o homem que mais amava na vida, Heeseung não merecia isso.

Por estar chorando alto demais acabou acordando seu filho que veio até si, e por não entender o que estava acontecendo começou a chorar também, o pai apenas o abraçou forte enquanto sua cabeça estava um turbilhão, tentava acalmá-lo mesmo que nem ele estivesse calmo.

Quando foi se acalmar, o homem já havia ido embora e ele ainda estava do mesmo jeito no lugar com o filho nos braços, que dormiu de tanto chorar. Seu olhar estava opaco e vidrado em um lugar qualquer da porta.

Heeseung não sabia o que fazer. Não tinha mais rumo sem seu marido ao lado, o que seria dele e de Niki agora? Como teria forças para fazer o enterro de seu marido e viver sozinho daqui pra frente?