Capítulo 29 - Infiltração

6.6K 726 484
                                    

Vou andando em direção a porta do presídio e conforme eu vou chegando mais perto, mais nervosa e com medo eu fico. Sinto vontade de desistir e sair daqui correndo. Entretanto, eu não posso e eu não vou fazer isso. Não agora que eu já cheguei até aqui. Agora vou até o fim. Deixo meus pensamentos de medo e fracasso de lado e foco no porque estou aqui. Desse modo, respiro fundo e entro no presídio. 

Conforme eu vou entrando, percebo que alguns policiais me olham, mas não parecem se importar com a minha presença. É incrível como uma farda já é suficiente para que não ocorra nenhum estranhamento. Continuo caminhando e vejo diversas salas... Eu nem sei para onde devo ir... 

Fico observando os policiais entrando e saindo de uma sala para outra e vou olhando as placas de identificação, até que de repente, vejo um policial se aproximar de mim, então ele me olha e fala:

Policial: Sua barba está por fazer. Se o R. Smith ver isso, ele vai te dar uma advertência. 

Nisso, eu, fazendo a voz grossa que treinei a semana toda, respondo:

S/N: Verdade. Acabei me passando. Obrigado pelo aviso. 

Policial: As ordens. 

Estou prestes a caminhar quando percebo que ele fica me analisando...

Policial: Espera... Eu nunca te vi aqui antes...

S/N: Eu sou o James. Estou começando hoje a trabalhar aqui. 

Policial: Bem-vindo, eu sou o John. Não sabia que o R. Smith tinha contratado um novo policial.

 S/N: Obrigado. Ele me disse que amanhã vai ocorrer a integração, pois ele quer estar presente.

John: Ah sim, hoje ele tem uma reunião em outra cidade. 

S/N: Você poderia me dar uma informação? 

John: Sim?

S/N: Como é meu primeiro dia, ainda estou me habituando com o local... Então você poderia me dizer onde que ficam as chaves das celas? Recebi ordens para trocar um presidiário de cela, parece que estavam brigando. 

John: Todo dia tem uma briga... Por mim, eu deixava eles se matarem, mas já temos que seguir as regras... As chaves ficam no departamento 3-b. 

S/N: Obrigado.

Ao falar isso, eu começo a caminhar. Quanto menos eu falar com alguém, melhor é, até porque essa minha voz forçada não é das melhores e logo eles vão começar a estranhar essa conversa de do nada ter um novo policial. Desse modo, eu vou andando pelos corredores procurando o departamento 3-b. 

Não demora muito para que eu encontre a sala, então eu abro a porta e me deparo com um policial. 

S/N: Você poderia me alcançar as chaves das celas?

Policial: Claro. Ele tira um molho de chaves de seu bolso e me entrega. 

Policial: Pode ficar com as que eu estava usando. Não vou mais precisar delas hoje. 

S/N: Obrigado. 

Ao dizer isso, eu saio e começo a andar até onde tudo indica ser o caminho que dará acesso as celas. Entretanto, enquanto estou caminhando, eu ouço uma conversa entre dois policiais:

Policial 1: Onde diabos está o R. Smith? 

Policial 2: Não vi ele, por que?

Policial 1: Já encerrou o intervalo dele e ele ainda não retornou para nós irmos para aquela maldita reunião.

Policial 2: Estranho. Ele nunca é de se atrasar. 

Policial 1: Eu vou entrar em contato com os departamentos para ver onde ele está. Ele não pode ter simplesmente desaparecido.

Droga! Eu preciso fazer alguma coisa para impedir isso. E tem que ser agora, pois eles não podem sair por aí procurando o R. Smith. Desse modo, imediatamente eu vou até eles. 

S/N: Vocês estão procurando o R. Smith?

Policial 1: Sim. Você o viu?

S/N: Acabei de me encontrar com ele poucos minutos atrás quando eu estava iniciando o meu turno. Ele pediu para avisar que ocorreu um imprevisto e que ele precisava ir com urgência até a residência dele. Ele disse que assim que possível, entrará em contato, mas que irá se atrasar para a reunião. 

Policial 1: E você só me avisa isso agora? Você é um imprestável.

Ao dizer isso, ele sai rapidamente e eu sigo o meu caminho, pois agora tenho que agir urgentemente, afinal, essas desculpas não vão segurar a situação por muito tempo. 

Continuo caminhando até que eu encontro uma escada e desço. 

Bingo! 

Vejo um grande corredor com várias celas em ambos os lados. Também já consigo ouvir algumas conversas paralelas e vejo que estão vindas dos presidiários. Sinto vontade de sorrir, pois com certeza o Jake está em algum lugar aqui, mas eu me contenho e começo a caminhar devagar, olhando cela por cela... 

Até agora, nada do Jake...

Continuo caminhando, olhando para cada cela e encarando cada presidiário. Alguns me olham de volta, outros me ignoram, percebo que alguns param de conversar quando me aproximo e ouço outros me xingarem. Até que então, minha atenção se foca totalmente para um homem de cabelos pretos que está sentado no chão, olhando para baixo. 

Sim, é ele. Eu tenho certeza!

Sinto uma onda de felicidade ao vê-lo, mas ela logo desaparece, pois uma emoção toma conta de mim por completo ao notar aquela roupa de presidiário que ele está vestindo... E vê-lo assim, sentado no chão, cabisbaixo, com um olhar triste, sem brilho, sem vida... Isso corta o meu coração. Sinto vontade de chorar, mas me contenho. 

Vamos acabar logo com isso, meu amor. Eu vou te tirar daqui.

Amor ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora