Tomando Fôlego.

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04:08AM

Uma voz em tom relaxado me desperta, minha cabeça dói, meu corpo também dói, como se tivesse sido atropelado por uma carreta, e não entendo direito o que está acontecendo.
Ele tá acordando, vai chamar o médico.
Essa voz eu conheço, Léo, meu irmão.
Tento abrir meus olhos mas a luz é atordoante, respiro fundo e sinto ar leve, e também, meio úmido, levo a mão ao rosto e sinto que tem algo preso a ele, me assusto.
Calma irmão, vai ficar tudo bem agora.
A voz de Léo me acalma.
Minhas vistas voltaram a ficar claras, posso enxergar novamente, Léo está parado na minha frente com um sorriso de alívio no rosto, meus olhos fazem a vistoria completa do local, tento mover o corpo mais está todo dolorido, estou deitado em uma cama de hospital, o "algo" preso ao meu rosto é só uma máscara de oxigênio.

K– O que aconteceu?
Minha voz sai arrastada, sem fôlego.

Léo– Bom, digamos que você quase morreu senhor herói.
Ele cruza os braços destacando a sua musculatura exagerada.
Na verdade, tecnicamente você morreu.. por 2 minutos.. mas morreu.
Léo aproxima o seu rosto do meu, e sussurra.
E então.. como é lá no inferno?!

Não me contenho e acabo rindo, mas só pra me lembrar do inferno que vivi, me engasgo e começo a tossir.

Léo– Desculpa, eu não resisti irmão.
Ele se desculpa, e ao mesmo tempo me ajuda a sentar na cama, a posição me ajuda a respirar melhor.

K– Na verdade ele mandou eu vim te buscar.
Tiro a máscara, e sinto o ar entrar aos poucos em meus pulmões, que sensação maravilhosa.
Te avisei senhor anabolizante..
Faço aspas com as mãos.
Os homens bombas vão direto pro inferno.

Léo– Mas olha só, nem parece o defunto que carreguei em meus braços horas atrás.

Bem nessa hora entram no quarto, Barroni, o médico, e uma enfermeira.

Médico– Já está de pé?! Você é um cara duro na queda senhor ——.

Léo– Cara não importa quantas vezes eu escutar o seu nome, nunca vou me acostumar com ele.

K– Não te culpo, eu que sou o dono nunca me acostumei, puta nome feio.

Léo– Feio?! Feio é Aristóteles, Hassan, ou Nicolau, seu nome no mínimo é desumano.

Todos na sala dão risada.

Barroni– Irmão!
Me abraça apertado, um abraço tão exagerada que escuto meus ossos estralando.
Pensei que ia te perder.

K– Barroni...
Falo com dificuldades.
Está me sufocando caralho.

Léo– Roni seu idiota.
Léo puxa Barroni, e eu sinto o alívio de respirar novamente.
O cara acabou de voltar do mundo dos mortos, e tu já quer mandar ele de volta.

Enfermeira– Eu não me preocuparia com isso, o senhor —— tem uma saúde de jogador de futebol, e na melhor forma.

Léo– Oi linda, não fomos apresentados ainda.
Léo cumprimenta a enfermeira com um beijo no rosto.
Vamos combinar uma coisa? A partir de agora só chamamos meu maninho pela primeira letra do nome dele tá? Meus ouvidos já estão sangrando de tanto ouvir esse nome monstruoso hoje.
Ele se vira na minha direção.
Onde seu pai estava com a cabeça quando escolheu esse nome? Será que ele nunca tinha ouvido falar de bullying?

Manual da MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora