Desde nova Heather teve que lutar muito para conseguir algo em sua vida. Abandonada pela mãe aos treze anos com a sua irmã de seis meses, ela teve que morar com seu pai, um alcoólatra sem limites. Diante disso, teve que correr atrás dos seus sonhos...
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"Cada tempestade, cada fracasso, cada medo
Toda vez que você segura minha mão
Toda dor, toda dúvida, toda lágrima
Me deu força para continuar." — Irma (every smile)
Point Of View Heather Jones.
Estados Unidos, Califórnia 22 de novembro de 2015.
Dois meses passaram desde o dia em que fui demitida do meu antigo emprego. Eles pagaram-me tudo o que me deviam e que era meu por direito e eu estou fazendo o máximo que posso para economizar esse dinheiro. Afinal, ainda não consegui nada para fazer até hoje.
Recordo-me de uma noite, de dois meses atrás, quando o meu pai chegou em casa, encontrando-me com uma de suas garrafas de vinho em mãos. Eu bebia para tentar fugir do desespero em que eu me encontrava naquele dia e até que deu certo, pois, depois de uma conversa com ele, eu dormi rapidamente, mas resultou em uma ''eu'' acordando com uma terrível dor de cabeça no dia seguinte.
Na noite, eu disse ao meu pai que havia perdido o emprego igual a ele. O vi sentar em uma das cadeiras da mesa, abaixou o rosto e respirou fundo, trazendo o olhar até mim. Pude ver um lampejo de decepção ao ele ter caído em si do homem que se tornou, do homem que não pode ajudar a família, por conta de um vício terrível que carrega. Ficamos em silêncio, até que ele disse: o que vamos fazer? Você há alguns anos é a pessoa que mantém essa casa de pé, Heather!
Ainda com o copo na mão, olhei em seus olhos, dizendo que eu de fato não sabia o que fazer. Expliquei os motivos pelos quais eu perdi o meu emprego: os atrasos. Eles geralmente aconteciam porque no momento em que o meu pai chegava pela manhã, eu não o queria ver naquele estado e nunca saia sem saber que ele estava bem ou não. Por muitas vezes, eu estava saindo com a Lucy quando encontrava com ele parado em pé na porta, criando coragem para colocar a chave na maçaneta e girar. Nisso, eu voltava para dentro e começava a preparar um café forte para ele, preparava um alimento e buscava por roupas limpas para que o próprio fosse tomar um banho. Esperava que tomasse banho, se alimentasse e dormisse para que eu conseguisse seguir o meu caminho em paz. Sei que falhei com o meu compromisso no meu trabalho, mas ver a maneira como o meu pai chegava, partia o meu coração, porque desde que ela se foi... Ele só tem a mim e a Lucille. Por mais que ele tenha um vício que acaba com ele aos poucos, eu jamais quero que ele pense que eu o desprezo por conta disso. Quero que ele se sinta acolhido por mim para que não acabe como muitos desses homens que passam a morar na sua. Apesar do uso desenfreado do álcool, o meu pai é um bom homem.
