husband and wife

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Hailey p.o.v.

O casamento sempre foi uma ideia longe para mim, talvez um sonho distante quando era criança, ou um pensamento rápido de uma jovem apaixonada. Mas nunca me pareceu realmente uma opção, até porque alguém como eu, que nunca tinha realmente amado ninguém, não tinha motivo algum para considerar isso. Pelo menos não até ser preciso.

Eu tinha crescido em uma família rica de Los Angeles, uma daquelas que tem os valores e morais antigos, os meus pais eram donos de uma grande empresa de investimentos na cidade, que foi criada há várias gerações atrás junto com a família Bieber. Desde que eu me entendo por gente, eu escuto a história de como tudo começou, de como o meu tataravô era sonhador e que juntou cada moeda que tinha para realizar o seu sonho ao lado do melhor amigo. Alguns bons anos depois e aqui estou eu, a única herdeira direta dos Baldwin (se eu não contar com os primos distantes que já saíram desse ramo).

Eu amava a minha família e a minha vida, eu tinha seguido os meus sonhos e me mudado para Milão, estudando moda em uma das melhores universidades da Itália, tinha curtido a minha adolescência e aproveitado cada segundo com eu quis. Porém, uma das coisas que eu nunca tive oportunidade de viver, foi o amor, pelo menos não aquele que derrete a gente, cobre os sentidos e nos deixa sem ar. Eu já tinha me apaixonado, vivi experiências românticas intensas, conheci homens incríveis, mas nunca realmente disse as três palavras, e no fim, acho que foi isso que me fez aceitar o pedido de casamento que Justin Bieber me fez.

Justin e eu crescemos juntos, os dois herdeiros de um império do negócios, chegava a ser engraçado. Mas nós nunca fomos tão próximos assim, a gente se via nas festas, brincava juntos quando crianças, estudamos nas mesmas escolas a vida toda, mas acho que éramos apenas conhecidos, até um certo momento da adolescência pelo menos. Corações partidos costumam deixar jovens garotas muito confusas e vulneráveis a fazer besteira, e foi exatamente assim que Justin e eu acabamos transando aos 16 anos, bem depois de eu levar um fora do menino que eu era afim na época. Mas isso é outra história.

O importante é que mesmo com aquela convivência superficial, Justin e eu acabamos nos casando e a nossa história era muito mais curta (e bem menos romântica) do que a da maioria dos casais.

Em algum momento da minha vida adulta, eu parei de tentar encontrar o amor que os livros e filmes me prometiam, tinha zerado as esperanças de achar AQUELE homem que faria o meu coração acelerar até quase sair pela boca, e acontece que foi no mesmo momento que os meus pais perceberam que juntar os dois herdeiros da empresa da família, era muito proveitoso para todos. Tudo aconteceu muito rápido e muito devagar ao mesmo tempo, eu tinha acabado de me mudar novamente para Los Angeles e a minha carreira de modelo estava decolando, aquela altura já tinha ficado claro para todos que eu não tinha o menor interesse na empresa, eu estava solteira e tinha um péssimo histórico com namorados, o Justin estava formado e era a promessa de futuro que os nossos pais tinham, tudo foi se encaixando devagar.

Eu estava me arrumando para um evento de família quando a minha mão citou ele pela primeira vez.

"O Justin está um homem agora! tão bonito e responsável, você não acha Hailey?"

Concordei com um resmungo baixo, sem prestar muita atenção e sem entender por que ela estava falando naquilo. Até que mais tarde, coincidentemente, Justin Bieber vem até mim, em um terno muito caro e bem arrumado, e me oferece um drink, com toda a gentileza e o charme que ele sempre teve. Eu sorri e agradeci, e nós acabamos passando a noite conversando, como se fossemos dois amigos que estão colocando o papo em dia.

No dia seguinte, eu acordei com um buquê de rosas entregues na minha porta, junto com um bilhete encantador e um convite para um jantar, recusar parecia grosseiro então eu aceitei. Um ano e meio depois e nós dois estávamos no altar, dizendo sim e saindo em lua de mel, sabendo que aquele pedaço de papel não unia apenas duas pessoas, unia duas famílias e uma geração toda de negócios.

Foi basicamente isso. Não era a melhor história de amor, ou o que quer que seja, mas era a história que eu tinha, eu duvido que aquilo merecia um livro ou faria as pessoas chorarem encantadas, mas servia para mim.

É claro que muitos podem pensar "do que adianta casar sem amor?" bom... isso era realmente necessário? Eu já vi inúmeras relações perdurarem sem amor, bastava apenas consideração e um mínimo de afeto que tudo correria bem. E até agora, eu não tive problemas com isso. Justin e eu nos dávamos bem, a gente se entendia do nosso jeito, tínhamos química sexual desde adolescentes, já tivemos um passado, ele era carinhoso e atencioso comigo, a nossa família era praticamente uma só, eram inúmeros os motivos que me convenceram a aceitar aquilo, fora que eu sei que ele também não tinha muita sorte no amor. Éramos a dupla perfeita.

Nós dois tínhamos algumas coisas em comum, uma delas era a paixão pelo trabalho. Da mesma forma que eu me entregava com tudo para o trabalho, ele dedicava tudo o que tinha para a empresa da nossa família, estava no sangue, eu acho, e essa compreensão mútua que tinha entre a gente, era uma das coisas que nos uniam. A relação era superficial em alguns momentos, talvez até monótona, mas valia a pena, tínhamos momentos de conversas e descontração e os dois estavam no mesmo ponto da relação, aquele de fugir da pressão dos nossos pais para que tivéssemos um filho.

Tudo funcionava e seguia como tinha que ser. Dois jovens com futuros promissores, se aventurando e formando uma família, marido e mulher até que a morte os separem. Ou até que algum dos dois perceba que o que eles tinham, talvez não fosse o suficiente.

My dearOnde histórias criam vida. Descubra agora