My dear

till death do us part

Hailey p.o.v.

Estávamos na estrada, nós saímos de Los Angeles bem cedo e o voo de duas horas foi tranquilo, pegamos um carro alugado no aeroporto e eu dirigia até a casa alugada no meio do deserto, era perfeito para o que eu queria. O silêncio dentro do carro era reconfortante, a música tocava baixinho e se juntava com o barulho das rodas na estrada, eu adorava viagens assim, e a minha cabeça se perdeu em pensamentos enquanto eu dirigia pela noite estrelada.

— Um pensamento pelo outro — me virei para o Justin, surpresa com a fala dele — Eu adoraria saber o que se passa por essa mente misteriosa.

Voltei os olhos para a estrada com um sorriso leve, era uma boa maneira de descobrir mais sobre mim, e eu sabia que ele estava tentando. Também não conseguia conter a curiosidade de saber o que se passava na mente DELE naquele momento.

— Eu estava pensando como eu amo a calmaria de uma viagem na estrada, o silêncio acolhedor e as estrelas nos guiando, que eu me sinto em paz como há muito tempo não sentia.

Olhei de lado para ele, analisando a sua expressão com a minha resposta, não vi nada além de curiosidade pura e uma genuína surpresa. O Justin se virou para a janela, pensativo.

— Sua vez — murmurei, a curiosidade me invadindo.

— Eu estava pensando como você parece tranquila, os olhos brilhando, mesmo que transborde nervosismo de você. Estava imaginando se tem medo de ficar tão sozinha comigo e acabar entediada ou desesperada para voltar para casa.

Aquilo me atingiu em cheio, eu não tinha resposta para ele. Não sabia que ele podia me ler tão bem, era exatamente o que eu estava sentindo. O Justin percebeu como fiquei rígida e soltou um suspiro, tentando quebrar o clima em seguida.

— E estava tentando adivinhar onde diabos nós estamos nos metendo — o seu sorriso irônico me relaxou, não ao ponto de soltar uma risada, mas o suficiente para raciocinar novamente.

— Foram três pensamentos.

— Então você fica me devendo dois, Rhode.

Agora sim eu ri, ele nunca tinha me chamado pelo nome do meio, ninguém me chama assim para falar a verdade, mas eu gostei de como soou.

O GPS mostrou que já estávamos chegando e logo eu consegui avistar a casa de longe, tão isolada e tão bonita no meio de todo aquele deserto. Vi a expressão maravilhada do Justin ao meu lado e soube que o tinha surpreendido. Logo nós estávamos entrando na grande mansão exótica, fomos até o quarto e eu tomei um banho enquanto o Justin ajeitava as coisas, quando eu sai do banheiro e ele entrou, eu fui até a cozinha preparar o jantar.

Já era bem tarde então eu inspecionei a despensa para ver o que tinha disponível e decidi fazer uma macarronada ao molho branco. As comida já estava no fogo quando um Bieber de cabelo molhado e calça preta de moletom apareceu na cozinha.

— Precisa de ajuda? — ele se aproximou receoso.

— Um vinho seria bom.

Ele concordou e foi até a adega escolher um, voltando logo depois e colocando um pouco em cada taça, vindo até o meu lado do balcão e me estendendo a taça. Eu bebi um gole e sorri, apreciando a escolha, e então encarei aqueles olhos castanhos tão próximos de mim que eu sentia a respiração dele.

Um segundo depois a mão dele foi até a minha cintura, me puxando levemente, e os seus lábios foram de encontro aos meus em um beijo leve. Não era forçado ou premeditado, ele apenas queria me beijar, não lembrava a última vez que isso tinha acontecido. Me desvencilhei do braços dele com um sorriso sincero no meu rosto e voltei para o que estava fazendo, ele continuou ali do meu lado, me observando.