“Que ironia que comigo
Esteja acontecendo isso
Você me magoa de novo
E eu continuo te amando...Eu prefiro você, você, você
Entre todas as coisas
Amo te ter aqui, aqui, aqui
Mesmo que seja só por algumas horasEu prefiro você, você, você
Embora você desapareça
E só me ame às vezes
O que você me deu ou o que fez comigo
Eu não sei
Mas eu prefiro você
Embora você não seja isso que você mereça..."
****
Era certo que o coração de Maria estivesse inclinado a dar uma resposta positiva a Estêvão, mas ela queria ouvir um pouco mais. Ele tinha uma ótima lábia, ela sabia, e queria vê-lo usar toda ela para reconquistar sua confiança.
Estêvão não economizou palavras, usou todo seu vocabulário na intenção de convencer a amiga, e no fim, Maria já estava derretida, já se sentia no céu ouvindo todos aqueles adjetivos. No fim, a saudade falou muito mais alto que seu orgulho. Na verdade, ela já não fazia mais tanta questão de continuar maltratando seu pobre coração, que passava os dias chamando pelo nome dele.
— Isso é a coisa mais brega que já ouvi. – Nanda ainda trocavam palavras sussurradas com Luíza.
— Também acho, mas ela vai cair de novo, quer apostar?
— Para quê? Sei que é isso que vai acontecer.
— Dá para vocês duas pararem de tagarelar? – Maria as olhou com olhos fulminantes. – Estou ouvindo tudo! Nos deixem a sós, por favor. – Seu pedido foi basicamente uma ordem.
— Ai, ai, ela é mesmo muito trouxa, vai se render se novo. – Luiza comentava com a amiga, enquanto saíam da sala.
— E eu não sei. – Nanda concordou, e por fim, não se via, nem as ouvia mais.
— Vai, levanta daí – disse ao amigo que ainda estava ajoelhado – já sabe como são as peças, né.
Sem dificuldades evidentes, Estêvão se levantou, colocou os presentes sobre a mesa de centro e se acomodou ao lado de Maria, bem próximo, na verdade.
— Claro que sei. – Riram. – Isso quer dizer que estou perdoado?
— Acha mesmo que eu consigo ficar muito tempo com raiva de você? Além do mais, estava com saudades. Não tinha com quem falar sobre como foi o dia, não recebi mensagens de boa noite...
— Recebeu sim – a cortou, rindo – só ignorou.
— Shhhh! – Ele logo se calou, mas ainda sua face esboçava um vontade crescente de rir. – senti falta de você me chamando de meu bem, e das coisas que você sempre diz. Além do mais, almocei todos os dias no colégio, porque almoçar sozinha é horrível. – Concluiu.
— Você sentiu falta de mim ou dos meu dotes culinários?
— Dos dois, mas principalmente daquela sua macarronada. Hum – fechou os olhos e inalou o nada, como se tivesse um prato à sua frente – me deu até água na boca agora.
— Você é muito boba, Maria. – Se divertia com as palhaçadas dela. – Mas vem cá – ele segurou seu queixo, fazendo com que ela o olhasse nos olhos – você tem certeza está tudo bem entre nós?
— Esquece isso, Estêvão. Um erro seu não vai apagar quem você é para mim.
Aquela frase foi suficiente para enterrar o assunto. Estêvão sentiu sinceridade nas palavras de Maria, e entendeu que o melhor a fazer era deixar aquele assunto de lado, e seguir em frente.
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Amor nas Entrelinhas
RomanceUm amor que se converteu em amizade, ou uma amizade que se converteu em amor? Uma escolha equivocada é capaz de mudar toda uma vida, e Maria sentira isso na pele. Prestes a realizar seu sonho de menina, ela se vê diante de um conflito. Havia aberto...