Capítulo 11

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Como vcs estão me odiando, resolvi postar um extra. 

Espero que me perdoem um dia 😅🌚

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"E se me perguntam por você

Só digo que é passado e um grande alívio

Que já tenho alguém que me tira o frio

E por nada no mundo eu volto com você.

Você sabe bem

Que te sigo sendo fiel de coração

E se um dia você me pedir eu regresso, meu amor

Não diga isso a ninguém, por favor

Você sabe bem

Que jamais houve segredo entre nós dois

Mas não quero que o mundo inteiro saiba como eu estou

Não diga isso a ninguém, por favor.

****

Maria tentava entender, digerir o que passou durante a madrugada.

As palavras de Estêvão eram vivas em sua mente e coração. Não somente o "eu te amo" e a proposta que ele fizera, mas, com ainda mais força, suas palavras duras.

"— Você quer fugir, claro, é mestre nisso."

Aquela sentença era como uma faca enfiada em seu peito, que rasgava tudo por dentro e a feria de forma brutal. Ela quis gritar para ele parar de torturá-la, quis gritar para sua mente parar de atormentá-la, tudo aquilo era demais, e ela não merecia esse tipo de tratamento.

Ou será que sim? Maria terminou seu questionamento ali mesmo. Tinha ciência que merecia sim todo aquele ataque. Fizera Estêvão sofrer sem um porquê. Ela não poderia sair ilesa da história.

Maria estava tão distante que não houve uma única vez que reclamou do trânsito naquela manhã. Foi do apartamento de Estêvão ao seu num completo silêncio. Nem mesmo as fechadas que recebeu de outros motoristas ou os motoqueiros que quase arrancaram seu retrovisor por diversas vezes foram capazes de fazê-la abrir a boca.

E por fim, chegou em casa, com uma única vontade de se enfiar no quarto e nunca mais sair de lá.

— Pela hora deve ter tido uma noite e tanta com o Don Juan, mas pela cara, deve ter recebido um pé na bunda. – Nanda, comentou ao vê-la entrar.

— Os dois.

Luíza e Nanda estavam à mesa quando Maria chegou. Ao responder a amiga, ela se jogou no sofá sem nenhuma delicadeza e colocou uma almofada sobre o rosto. Sua atitude e resposta fizeram as amigas se olharem e logo irem ao seu encontro.

— Pode ir explicando isso direito. – Agachada na frente do sofá, Nanda arrancou a almofada e jogou para qualquer conto, exigindo um esclarecimento.

— É isso mesmo que ouviram. – Respondeu, sem emoções aparentes, com os olhos fechados.

— Não estamos entendendo, Maria. – Foi a vez de Luíza falar.

— Estêvão e eu fizemos amor...

— Onde está a novidade? – Nanda a cortou.

— Não fomos para cama ou transamos – ela se aprumou, mas ainda continuou com as pernas no sofá – nós fizemos amor, como quando éramos noivos, quando tudo era recíproco. Foi diferente de todas as outras vezes, eu senti isso. E no fim, ele me olhou nos olhos e disse que me amava. – Terminou a frase com a voz baixa.

Amor nas EntrelinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora