Capítulo 6

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Levou uns 3 dias para eu decidir voltar para a faculdade e o encontro como sempre, sentado sozinho e anotando tudo que o processo fala. Sorri ao lembrar como aquelas mãos realmente são rápidas. A aula finalmente acabou e ele levanta, pega suas coisas e olha para trás e me vê. Agora a sala já está vazia e ele continua na mesma posição, até que decidi ir até ele, eu mesmo.

— Oi

Parece que ele acorda do transe e tenta passar por mim, sem sucesso claro porque eu bloqueio sua saída. Ele não me olha nos olhos e eu tento segurar seu rosto com uma das mãos e ele se afasta.

Merda, pensei. Ele está me odiando e com razão. Eu comecei isso tudo para acabar com ele e agora estou assim. Melhor ele me afastar, antes que eu o machuque mais. Dou espaço e ele passa por mim rápido. E agora é minha vez de ficar parado.

Passei alguns segundos assim e depois voltei a mim, não podia deixar acabar assim, não quando eu ainda tinha dúvida, sobre isso, que ele me fazia sentir.

Vou atrás dele e não o encontro de imediato, como sempre não adianta, perguntar sobre ele, porque ninguém sabe quem ele é. Decidi ir até seu dormitório.


Bati na porta do seu quarto e sem resposta. Decidi esperar até que ele saia, bem aqui, e uns 10 minutos depois, a porta se abre e um cara sai de lá, me olha por alguns segundos e sorri. Quem é esse cara e por que ele está no quarto do Bright? Antes que eu faça algo, ele percebe que meu olhar, está para poucos amigos e começa se explicando:

— Ei, eu sou só o amigo dele… Me chamo Nani, é um prazer te conhecer… Metawin, certo?

O encarei de cima a baixo, então esse é o famoso Nani? Espera, como ele sabe meu nome… Será que o Bright… Que insegurança é essa? E logo você, Win? Dou um sorriso falso, fingindo simpatia e confirmo quem eu sou. 

— Bem, eu vou indo! — fala e coloca a mão no meu ombro e quase quebrei ela, mas me controlei. — Espero que se resolvam.

Ele se vai e eu entro no quarto e vejo um Bright deitado, com um dos braços em cima dos olhos e resisto a vontade de ir até ele e o surpreender com um beijo.

— Sabia que você iria esquecer a chave da moto, está aí em cima, perto dos meus livros.

— Desculpa te decepcionar. — Começo e ele abre os olhos, parecendo assustado. — Não sou o Nani e olá de novo.

— Saia do meu quarto. — pede ele e se levanta, com um olhar furioso

— Me obrigue. — Se ele vai agir assim, dois podem fazer o mesmo jogo.

Ele vem até mim e antes que ele faça algo, eu agarro seu braço e o puxo para um abraço e sussurro no seu ouvido:

— Estava com tanta saudade.

Ele tenta sair, me empurrando e eu continuo ali aceitando tudo, se fosse com qualquer outra pessoa, demônio ou criatura, eu já tinha dizimado, da existência, com um estalar de dedos, mas como era ele ali. Eu apenas aceitei tudo e feliz, ainda por cima, onde fui me meter?

— Se essa é sua forma, de dizer que também sentiu minha falta, bem, eu ficarei comovido. Falei e puxando seu rosto, para que ele me encarasse e vejo seus olhos cheios de lágrimas e me assusto com a cena, então me afasto dele.

— Por que você está chorando?

—E você ainda pergunta? — pergunta com a voz já embargada. — Eu acordei e você tinha sumido.

— Achei que você surtaria, ao me ver do seu lado pela manhã, pelo fato do que aconteceu entre nós. — justifico. — E eu também estava surtando um pouco.

— Não me interrompa. — fala enxugando as lágrimas. — Você sumiu… Sabe como foi difícil, andar por esses corredores, sem ter você falando sem parar perto de mim? Me fazendo companhia no almoço? Jogando bolinha de papel em mim nas aulas? Me provocando sempre? Como foi difícil dormir sem você, para me abraçar todas as noites? Até nos meus sonhos, que eu costumava ver você… Nem lá você estava.

E lá estavam as lágrimas de novo. Eu não sabia como reagir, eu nunca vi o desabafando daquele jeito, aliás, eu nunca o vi falando, mais que duas frases comigo e agora isso? A única coisa que passa pela minha cabeça é que preciso abraçar ele de novo e o puxo mais uma vez.

— Me desculpa, eu fui um idiota. — digo e o aperto nos meus braços. — Isso tudo é muito novo para mim. Aparentemente você é minha fraqueza.

— E não é novo para mim? — pergunta e sinto seu corpo estremecer nos meus braços.

Seguro seu rosto com uma das mãos, mais uma vez e limpo suas lágrimas, com a outra mão e dou um beijo na sua testa.

— Não vamos falar muito sobre isso, pelo menos não agora, primeiro temos que matar as saudades. — falo e ele dá um sorriso quase imperceptível.

Ele devagarinho, coloca as suas mãos ao redor do meu pescoço e eu coloco minhas mãos, na sua cintura. 

O beijo começou bem calmo, mas aí, eu senti a língua de Bright e o beijo se intensificou. Quando nos demos conta, estávamos na cama. Paravamos constantemente, para respirar, mas logo em seguida começamos tudo outra vez.

Ele era meu vício e eu percebi que também era o dele. As roupas logo foram parar no chão e dessa vez, eu não tinha intenção de fazer isso com segundas intenções malignas, eu queria porque também precisava dele e de tudo que ele me fazia sentir.

 Príncipe Do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora