4 TESSA

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O Hardin tem sido o meu apoio desde os meus 19 anos e, apesar da nossa relação não ser tão perfeita como nos romances que insistimos em reler, tenho a certeza que esta vinda a Chicago tem mais do que um propósito, apenas não o consigo decifrar (ainda).

Sempre fui metódica e organizada, mas desde que o conheci a vida se encarrega de me guiar e no final, volta a trazer-me para os braços consolantes dele. Neste momento deixo os frutos deste amor com a minha mãe e com a Heather, para que consigam ter um fim-de-semana descansado e tranquilo, o que, nos últimos meses, não tem sido fácil. O Hardin está encostado ao seu velho Ford Capri e, tilintando as chaves na mão, sorri e aponta para o relógio com um ar promissor.

-Estava a ver que já não vinhas. Vamos neste carro? Traz-me incríveis memórias... - confessa.

-Bem, terei como recusar? -Arqueio a sobrancelha nunca desviando os meus olhos dos dele.

Há medida que o tempo passa, começo a ficar sonolenta e a música parece mais distante e pausada, bem como a voz dele.

-Onde estamos? E os miúdos? Hardin responde-me... - quando o vulto se vira encontro o meu pai com uma seringa espetada no braço. Olho em meu redor, tenho os pés petrificados e singelas rosas brancas em cada fio de cabelo loiro, está escuro e a visibilidade tende em diminuir...Sinto-me morta, sem luz, num breu profundo e adormecido.

-Tessie, finalmente te juntaste ao teu velhote no Inferno. Essa massa ao teu lado é o cancro que te retirei, mas que, infelizmente não foi sufiencientemen...

-Pára! Pára com isso! Eu não estou morta! Pára! -tento retaliar sem sucesso.

Acordo repentinamente e estamos parados numa bomba de gasolina com reflexos incandescentes, ele olha para mim com um olhar aflito e assustado por mais uma vez, depois de anos, os pesadelos terem regressado e em força. Encontra-se sentado, branco como a cal, e os seus olhos verde-esmeralda foram substituídos por uma escura mancha.

-Tessa, olha para mim. Tessa, o que foi desta vez? -questiona ele olhando fixamente para mim – Sentes-te bem?

-Sim, acho que sim... - acabo por lhe confessar o teor do meu sonho e, sinto as suas mãos frias a percorrer as minhas costas. Desejo-o. Todo o meu corpo necessita dele e do seu toque. Informo-o disso mesmo.

-Estás mesmo a sugerir que façamos sexo dentro de um carro? Quem és tu e o que fizeste à minha mulher? -arrelia-me ele.

Num espaço de segundos estou em cima dele fazendo movimentos circulares lentos em torno do seu caralho, inclina-se para trás dando-me espaço pressionando os seus quadris contra as minhas coxas, encontrando-se debaixo de mim num espaço de segundos. Tenho consciência que estou provocante e, mal entra em mim arranho-lhe as costas e sugo a pele dele deixando uma marca. Os gemidos vão me escapando mesmo estando a comprimir fortemente os lábios, quando o movimento de entra-sai termina, constatamos que nos viemos ao mesmo tempo.

Chicago está ainda mais colorida e efervescente do que me recordava, os movimentos, as vistas, a junção dos saberes e dissabores, a história que ambos partilhamos aqui merecia ser recontada.

Quando o Hardin me comunicou que se ia mudar para Chicago estávamos numa fase de transição estranha onde a nossa relação se limitava a encontros esporádicos para satisfazer a ânsia sexual. Visitei-o pela primeira vez em maio, lembro-me dos cheios perfumados e das crianças vestidas com padrões florais, o arrependimento contrastava com a necessidade infinda de estar com ele. Abriu-me a porta, olhando fixamente para mim, ergueu-me pegando me nas coxas e colocando-me em cima da bancada de mármore da cozinha. Em surdina, disse o quanto me amava e precisava de mim para viver, excitou-me e tocou-me nos pontos que tão bem conhece, e, num espaço de minutos, estava mais encharcada do que alguma vez me lembrei. Os movimentos da língua dele no meu clitóris eram paradisíacos, as mãos dele nos meus seios massajando e acariciando levemente...nunca desaprendemos, por mais tempo que passe.

Da segunda vez que o visitei a estadia durou pouco mais de 3 dias, recordo-me de estarmos a entrar na época outonal pois o StarBucks já confecionava as melhores Pumpkin Pies e, como não poderia deixar de ser, ele levou-me num passeio, que se tornou uma palestra de "Como as marcas aproveitam o outono para o Merchansing". À noite, tentávamos parecer um "casal" vendo filmes ou lendo livros, o que culminava sempre com o pénis do Hardin no meu das minhas pernas dando-me prazer com que regularmente sonho. 

AFTER - Até ao último suspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora