1 Hardin

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Seja do que raio as nossas almas são feitas, a minha e a dela são iguais. Esta frase está marcada na nossa história como mais nenhuma outra alguma vez estará, pelo menos era isso que julgávamos acreditar. Estes pensamentos são interrompidos por ela: a única pessoa (para além de mim próprio) a quem jurei para sempre amar.

­- Hardin Allen Scott, levanta-te já dessa cama, sabes perfeitamente que odiava chegar atrasada à cerimónia da nossa própria filha, – diz-me ela grotescamente – e para além do mais ficamos de encontrar o Landon no Centro de Conferências antes disso!

- Todas as atenções vão centrar-se em ti e nesse lindo vestido, - retalio eu, à medida que observo cada detalhe dos movimentos dela e o facto de não se aperceber o quão provocante se torna, mesmo sem o querer. – além do mais se quisesse, fodia-te aqui e agora.

Conheço bem o efeito destas palavras lascivas nela, e ainda melhor aquela contorção das pernas tentando, sem sucesso, abstrair-se das minhas palavras. A capacidade que tenho de lhe ler os pensamentos desta forma depois de tantos anos nunca falha, é como se a nossa relação fosse um vulcão, que, com apenas um beijo, entra em erupção. Somos muito mais fortes do que todos os romances já escritos, e mesmo Jane Austen não conseguiria escrever nada que se assemelhe à nossa história: À da Tessa e à minha. Estes pensamentos são novamente dissolvidos pela voz dela:

-Hardin sabes perfeitamente que não o podemos fazer o Auden está no quarto ao lado, -retalia ela – muito menos agora que é um pré-adolescente.

-Não te importavas tanto quando era recém-nascido, ou mesmo quando as amigas da Emery faziam um trabalho na sala e nós no banho a foder. Ou devo recordar-te de um passado ainda mais recente na casa de banho do teu próprio escritório, ou até da vez em que fomos...

-Já percebi! Não me precisas de relembrar...-intervém, minimamente envergonhada.

-Seja. Vou-me vestir. – tento convencê-la das minhas palavras, e sem lhe dar tempo de contrapor enfio a minha mão por baixo do vestido sedoso desviando as cuecas penetrando-a levemente.

- Mmmm - geme, isto nunca vai deixar de ser música para os meus ouvidos, nunca vai ser suficiente tê-la a vir-se nos meus dedos – sabes que não podemos fazer isto, não agora...

Docemente, elevo os meus dedos à boca dela (numa tentativa de a calar) e, de bom grado, a Tessa lambe-os. Debruço-a sobre a cama e, com o joelho, separo as coxas dela tendo acesso ao paraíso. Pressiono o meu corpo seminu sobre ela de uma forma dominadora e desço até ao cós da barriga dela, onde outrora estiveram as cuecas. Com os pés ajuda-me a retirar os boxers e, da forma mais natural possível entro nela e possuo-a como jamais nenhum outro homem fará.

- Hardin, estou a vir-me – diz-me arfando o ar e deixando marcas de arranhões nas minhas costas e puxando me o cabelo como só ela o sabe fazer.

- Eu sei, querida. Conheço o teu corpo melhor que tu mesma, sei a forma como me desejas, como gostas de nos ver e da adrenalina de seres apanhada. – reconheço.

- Amo-te Hardin. Amo-te como nunca amei ninguém.

-Amo-te Tessa. Serei sempre teu. Sempre. – constato.

Estamos a atingir o clímax ao mesmo tempo e a sensação de libertação apodera-se de toda a atmosfera à nossa volta. Ainda somos os mesmos de há 19 anos atrás, os mesmos apaixonados e loucamente desejosos de estar um com o outro, aqueles dois estudantes que se conheceram numa universidade enfadonha cheia de pessoas ainda mais cretinas que eu.

Volvidos alguns minutos, estamos prestes a abandonar o apartamento rumo à NYU para a cerimónia de abertura e apresentação dos caloiros onde, a minha filha será presente ao comité. Foda-se. A minha filha, minha e da Tessa, com os meus olhos (e feitio), o sorriso e bondade da mãe, vai para a universidade. Espero que a Emery Young Scott encontre alguém que a ame tanto como eu amo a mãe dela, e que essa amor seja forte o suficiente para atravessar barreiras de discussões, inseguranças, mortes e desilusões tal como o que com a Tessa partilho.

AFTER - Até ao último suspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora