Center of my Universe • jjk & pjm

I can't help, but smile

Jimin concluiu que fugir pelo lago não fora uma ideia tão boa.

Se encolheu mais contra a árvore caída onde se sentara, sentindo a brisa fria piorar seu estado, mas ajudando a, pelo menos, impedir as paranóias de tomarem conta de seu cérebro, mesmo que ainda estivessem alí presentes. Essa mania estúpida de seu cérebro de só considerar os piores cenários o irritava além da imaginação, mas ele não era capaz de evitar. Só conseguia pensar que havia confundido totalmente o mais novo e estragara não só a pureza do que podiam vir a ter, mas também sua amizade.

Estava tão concentrado em se manter o mais aquecido possível e em chafurdar em autopiedade que nem mesmo ouviu o som da movimentação próxima até sentir o calor e a luz de uma fogueira e ter uma toalha enorme e felpuda em seu colo de maneira inexplicável, assim como, a uma distância segura do fogo, era possível ver um grande e convidativo tapete repleto de almofadas.

»Merda, sempre vou me assustar com essas porcarias de se materializar de repente«

Porque ele sabia que não só Jeon providenciara aquilo pra ele (o que ele podia fazer de qualquer lugar, mesmo sem saber onde lhe encontrar, o que tornava essa coisa ainda mais bizarra), mas que providenciara a sí mesmo para Jimin.

O mais velho não precisava se virar para saber. Ele sempre sabia quando o mais novo aparecia. Podia sentir os olhos negros acariciando sua nuca, podia sentir o seu calor acima da própria fogueira, podia sentir seu toque mesmo sem ser tocado. Era uma consciência estranha, mas ele amava ter tamanha conexão com o garoto.

—Pular no lago foi uma decisão ruim, hyung. Vai ficar doente. – Jungkook se pronunciou e Jimin teve que sorrir pela tentativa do mais novo de iniciar alguma conversa. Jeon sabia, mais que ninguém, que Jimin não adoecia ou mesmo se feria físicamente. Nunca, desde que se entendia por gente. – Diz pra mim... O que mais eu fiz de errado?

—Jeon...

—Foi a música? Eu não devia ter usado a mesma ideia que tive por algo que te feriu pra dizer que não quero mais fazer isso? Ou você só não gostou? Eu queria ter feito algo melhor, mas eu não suportava mais ver você se afastando, eu queria resolver logo... Ou... Você desistiu? Eu demorei demais pra perceber, não foi?

Jimin riu fraco pra sí mesmo, notando que, como sempre, seu garoto estava pondo os carros antes dos bois. Se enrolou com a toalha e suspirou profundamente.

—Não foi a música... Na verdade você ter feito isso por um sentimento verdadeiro em vez de conveniência é a melhor coisa que você podia ter feito pra parar de ferir meu coração. Eu não entendia como você podia usar algo tão sagrado pra nós com ela, sem sentir nada. Já usar comigo é outra história, nós dois sabemos o quanto notas e melodias são importantes para os dois. E ela ficou... Divina, Jeon... Linda mesmo e eu amei cada palavra. É só que... – Jimin baixou a cabeça. – E se isso é algo passageiro... Você simplesmente decidiu que está apaixonado por mim depois de um beijo... Pode ser que esteja só confuso por agora. Que logo perceba que não é nada além de pura ilusão. Que...

—Nunca ouvi tanta asneira junta saindo da sua boca, Jimin-ssi... Bem, na verdade, já sim... Você costuma falar muita asneira...

»Uff, isso foi levemente rude, pirralho« pensou o mais baixo apesar de sorrir fraco. Jeon se indignava tão facilmente quanto uma criança, era... Adorável.

—Jungkook!

—Bem, desculpa, mas... Olha, não vou mentir, se não tivesse me beijado talvez eu demorasse tempo demais para que tomasse coragem, talvez eu nunca fosse fazê-lo, na verdade... Mas, eu não decidi que te amo de repente, Jimin. Eu sou novo, mas não sou mais um adolescente pra me render a paixões repentinas e achar que elas são as únicas que terei na vida.