CAPÍTULO II

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Foi uma curta caminhada, no frio de novembro, mas após alguns quarteirões, cheguei à sede dos bombeiros de Green Point. O prédio deles possuía apenas 3 andares, sendo um deles o térreo. Ficava de esquina com uma avenida principal da cidade. o prédio em si tinha uma aparência anterior ao seu tempo. com os dois andares superiores sendo de tijolos vermelhos com pequenas ornamentações de mármore nas janelas, e o andar de baixo um grande bloco de mármore branco, entrei pela imensa porta que dava de saída para os caminhões, porta essa que estava totalmente aberta.

A frota de caminhões tinha apenas 3 e um deles estava sendo consertado por um pequeno grupo dos próprios bombeiros. e no canto da parede, próximo à uma escada que provavelmente dava para o lado de dentro do quartel, havia um brutamontes. Um homem de uns 50 anos e bem mais alto que eu, ele tinha um aspecto sujo, e um cheiro forte de fumaça. Apesar de todas as conscientizações possíveis, esse bombeiro, tinha um cigarro em seus lábios e brincava com um pequeno isqueiro, ele trajava apenas a calça de seu uniforme com os imensos suspensórios caídos, e uma regata bem desgastada e um pouco suja de fuligem. Ele tinha mais músculos do que alguém da sua idade, o que o dava uma aparência mais nova, mas seus cabelos, e sua barba grisalha não escondiam os anos que havia vivido e nem a experiência que havia adquirido. O nome daquele senhor que estava naquele momento em minha frente era Derek Hook, ele era o principal bombeiro da frota e braço direito de Oliver.

— Bom dia. — disse em um tom cordial e ele apenas me respondeu com um piscar de olhos e o franzir de suas grossas sobrancelhas — Eu estou aqui para ver o capitão Black.

Continuei meio sem jeito, o aspecto impassível dele me deixou levemente constrangido por alguns segundos, ele irrompeu seu silêncio apenas dizendo:

— Você não é o cara do roubo ao banco?

— Na verdade sou o cara que pegou o ladrão do banco.

— Ah tá, que seja.

— Sou I.R. Anttone.

— O capitão disse que você iria vir a esse horário. Caso esteja querendo saber, sou Derek. Me acompanhe.

Derek se pôs de prontidão, jogou no chão seu cigarro e pisou em cima. Eu o segui, ao entrar passei por uma secretária bonita, alguns bombeiros sentados em um enorme banco com um homem de terno nele. Derek me conduziu por uma escada que nos levou até o último andar, onde por fim, ele abriu uma porta de madeira com uma pequena janela. E lá era a sala de Oliver.

A sala do capitão Black era modesta, no seu centro, uma grande mesa redonda com um tampo de vidro. E no canto esquerdo, rente à janela, uma escrivaninha com uma máquina velha de datilografia, Oliver sempre foi alguém que valorizava esses costumes. Disse com um sorriso para Oliver:

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