Transformo tudo o que deveria ser insignificante em um oceano turbulento. Pego aquele pensamento tranquilo e o modifico para que vire algo maior, transformo em piada para amenizar o que eu sinto. Não consigo evitar de trazer os meus problemas para fora de mim, para fora dos meus poros, preciso transformar tudo o que me corrói em poesia, em gritos, dores externas. Só minhas lagrimas não servem mais, elas não são o suficiente para aliviar a minha dor.
Te trago como bagagem nesses pensamentos sem fim, tento suprir a minha vontade de te ter comigo inventando outras necessidades e as vezes outros amores. É ridículo a forma como eu te recrio na minha cabeça só para poder usufruir um pouquinho de um amor que só existe para mim. É loucura e eu sei, mas não consigo evitar te colocar em tudo o que eu faço, inventar você em cada canto da minha casa só para ter a (falsa) sensação de que você está aqui comigo.
Como se as cartas de taro tivessem previsto que eu sou sua e unicamente sua para o resto da vida, e mesmo não acreditando nessas coisas, vou usar como argumento só pra ter você. As vezes a maneira como eu te imaginei na minha cabeça quebra o meu coração, e não foi responsabilidade sua, e me culpo amargamente por isso, porque eu fiz você quebrar o meu coração. Teria sido um amor lindo se eu já não o tivesse inventado na minha cabeça. Sozinha.
- Eu
12.04.2020
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Linha Vermelha
Non-FictionColetânea de textos, contos, cronicas e poesia. O titulo do livro vem da linha vermelha de São Paulo, onde eu moro tem 19 anos. Amo essa cidade e não sei o que faria sem ela, resolvi trazer uma pequena homenagem. Quero falar sobre essa cidade caótic...