3 anos depois...
O professor finalmente deu final a aula me fazendo estralar o corpo e suspirar cansado. Como amanhã será sábado e eu estou de folga do trabalho, poderei dormir com minha mãe e garantir que ela está bem, já que sua saúde não é das melhores ultimamente. Se eu pudesse eu dormiria por lá todos os dias e viria para a faculdade de trem, mas ela insistiu que eu deixasse isso de lado e que ficaria bem, então acabei ficando pelos dormitórios que disponibilizaram.
Fui em direção ao dormitório para arrumar algumas roupas em uma pequena mochila, me encontrei com alguns colegas no caminho que puxaram assuntos aleatórios me fazendo demorar um pouco para chegar ao quarto. Assim que cheguei no quarto senti meu celular vibrar no bolso e com um pouco de dificuldade o tirei de lá, vendo o nome do loiro piscar na tela me fazendo ficar animado. Faz tempo que não vejo ele.
— Boa tarde, Tsukki! — Falei alegre ouvindo uma risada fraca do outro lado.
— Boa tarde anjo — Sempre sinto meu coração aquecer quando ele me chama por esses apelidos — Sabe eu vou voltar para faculdade na próxima semana, mas já vou estar na cidade amanhã, então...
— Está me chamando para um encontro depois de um mês longe?
— Se você estiver disponível... — Ele provavelmente está se referindo a saúde da minha mãe, já que eu sempre comento com ele.
— Caso ela esteja mal, você pode passar o final de semana lá comigo, prometo que não vou te empurrar muito trabalho.
— Seria uma honra mimar a pessoa que sempre me faz deliciosos bolos de morango — Ele deu uma risada divertida o que me fez rir junto.
As pessoas com certeza estranhariam se eu dissesse o quão fácil é conversar com ele, já que ele ainda é o mesmo Tsukishima reservado perto dos outros.
— Alias, os meninos me chamaram para algum tipo de encontro de ex-colegas de clube semana passada, se quiser te mando algumas fotos.
Finalmente voltei a andar pelo pequeno quarto ajeitando as roupas, deixei o celular na pequena mesa ao lado da cama ativando o viva-voz para facilitar o trabalho.
— Prefiro não ver você bebendo perto deles — Sua voz deixou óbvio que ele fica incomodado com a ideia, claramente indicando ciúmes — Mas vou aceitar se você quiser sair para beber a sós comigo na próxima sexta.
— Vou pensar no seu caso.
— Não diga que "vai pensar no meu caso", você tem que dizer sim.
— Claro amorzinho — Não via seu rosto mas sabia que o apelido utilizado por mim o deixou animado por conta da risada fraca que ele soltou — Como foi a visita ao templo dai?
— Foi interessante, eu peguei uma lembrancinha para levar pra você.
— Sério? O que é?
— Só vai descobrir quando eu chegar.
— Você sabe que eu sou um curioso incorrigível, não faça isso comigo — Ele apenas riu do outro lado.
A chamada ficou um tempo silenciosa, mas pelos seus resmungos ele provavelmente estava cogitando dizer algo que se passava pela sua cabeça. Julgando que ele ficou bem mais abusado do que já era durante os anos, não sei se eu quero saber o que ele pensa.
— Eu senti saudade de você colado em mim o dia todo.
— Eu tamb-
— Principalmente durante as noites — Eu sabia! Mesmo que anos tenham se passado ele ama me provocar, mesmo sabendo que algumas não funcionavam mais comigo.
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Todos os meus defeitos
RomanceInsegurança é tudo o que me assombra hoje, eu pensei ter superado, pensei que as sequelas da infância não me afetassem mais. Mas talvez o loiro inesperadamente seja meu porto seguro no meio de toda essa bagunça onde tudo o que eu vejo são meus defei...