escorpiana

592 68 90
                                    

Arizona subiu as escadas em passos barulhentos, com a intenção de que a mais velha a escutasse e já aparecesse alumiando o ambiente.

Para sua surpresa o terceiro andar era realmente sombrio: a iluminação era baixa e alaranjada, com paredes e chão com tons terrosos.

Haviam duas portas, uma do lado da outra.

A loira se encontrava no meio, decidindo em qual batia.

Chamou alto:

-Callie?

E percebeu que ali tinha uma acústica perfeita quando não conseguiu distinguir da onde vinha a resposta:

-Pode ir a frente. Nessa porta do lado.

bem. a esquerda. com certeza.

Foi para frente e colocou a mão no trinco já impulsionando seu corpo para frente, fazendo com que seu corpo batesse forte contra o da mais velha que estava de saída.

-Oh, me desculpe!

-Mulher, era eu que estava entrando no lugar errado. Desculpa eu que tenho que pedir.

-É, então. Era a outra porta. E se não se importa…

Callie fechou a porta atrás de si e foi em direção a outra

-Aqui é a biblioteca. Normalmente eu  trabalho aqui, por isso que preciso desse andar isolado na maioria dos momentos.

Torres abriu a porta ligando a luz, depois percorreu o local em direção ao sofá.

E novamente Arizona teve uma surpresa quando  percebeu o sofá azul petróleo  no meio do ambiente, ao lado  de uma vitrola  antiga.

-Fique à vontade. Pode sentar-se. 

Disse Callie cruzando as pernas cobertas por um tecido fino e brilhante

A mulher continuou em pé na porta por uns instantes, mas depois fez o que lhe foi pedido.

Sentou e observou brevemente o vestido que lhe fazia pensar se dava para o abrir apenas desatando o laço de trás

-Acho que primeiro temos que entrar em acordo sobre o que vai ser escrito e anunciado.

-Também acho.

-Bom, nesse momento vamos fazer um contrato apenas oral. Vamos ignorar aquele de antes por um momento. Quero que exponha tudo que está pensando.

Robbins relaxou, soltando o ar que estava preso em seus pulmões desde que entrou ali.

-Quando iniciei o projeto, pensei em ser apenas um livro de poesias que podiam ou não ser colocadas em melodias. Tinha separado sonetos e certas citações. Iria ser mais caseiro.

Callie continuou a encará-la balançando a cabeça positivamente

-Mas uma professora incrível me disse que eu poderia escrever esse livro apenas com palavras que inventasse, e mesmo assim não seria minha cara.

-Dra. Avery. Fico entusiasmada que ela tenha lhe dado bons conselhos.

-As vezes eu esqueço que você me stalkeou. Já sabe dessa conversa ou eu conto?

-Você é muito dissimulada. Adoro isso.

-Quem tem olhos de cigana aqui é você!

-Oh não, isso é muito cantada de universitários para pegar gente  imbecil.

Sorriu se escorando no estofado, claramente declarando guerra a Robbins.

-Seja mais esperta.

-Não fale isso! Quando eu falo algo diferente você ignora.

Entre Linhas - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora