Após o meu primeiro dia longo de trabalho, eu queria mesmo sentar e poder conversar com alguém que não me olhasse com pena. E quem melhor para isso do que a zeladora que eu acabei de conhecer?
Any não presenciou minha história, não criou vínculo comigo a ponto de me fazer ser digno de sua pena. Ela sim podia me olhar como se eu fosse normal e saudável. Porque, apesar dos meus esforços em fazer terapia e me medicar, meus irmãos ainda me tratavam como se eu fosse quebrar a qualquer momento e isso me incomodava muito.
Preparei o café, como prometido e aguardei no laboratório. Sofya entrou com a face cansada e já bocejando, pronta para ir embora.
— Vai ficar? — apontou para a garrafa e as xícaras em minha mesa.
— Eu chamei a Any pra tomar um café comigo.
— Soares? Ela não vem. — deu um meio sorriso. — Sabe quantas vezes eu vi o Albert chamar ela pra sair? Várias. E sabe quantas vezes ela aceitou? Nenhuma. Até o Noah já tentou e não convenceu.
— O Noah? — arqueei a sobrancelha.
— Sim.
— Eu só a chamei pra um café, não é um encontro.
— E você não pensou em flertar com ela? — me olhou desconfiada.
— Você não ia embora? — fiquei impaciente.
— Toma o café antes que esfrie. — deu uma piscadela. — Eu guardo seu jantar na geladeira. Boa sorte. — saiu pela porta.
Os minutos passavam e parecia mesmo que ela não apareceria. Tomei pelo menos três xícaras de café enquanto aguardava. Quando me dei por vencido, a porta do laboratório se abriu e ela apareceu.
— Achei que não viria mais. — eu disse.
— Eu não vinha. Comecei a adiantar um pouco da limpeza de amanhã. Pensei que você tivesse desistido mais cedo, mas vi a luz do laboratório acesa e deduzi que ainda estivesse aqui.
— E aí você desistiu de me dar um bolo? — brinquei.
— Te achei muito persistente. — sorriu de lado.
— Por favor, se sente. — puxei a cadeira para ela e ela sentou. — Você vai adorar o café que eu faço. — falei enquanto enchia sua xícara.
— O cheiro está ótimo. — levou a xícara até o nariz. — Vejamos... — ela deu um gole e após uma expressão analisadora, abriu um sorriso satisfatório. — Muito bom.
— Obrigado. — sorri para ela. — E então, Any, de onde você é mesmo?
— Brasil. — respondeu rápida.
— E o que te trouxe até essa cidade?
— Eu não costumo morar em um lugar por muito tempo. Gosto de viajar, conhecer novos lugares, testar coisas novas.
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𝑨𝒍𝒕𝒐 𝑴𝒂𝒓 ᵇᵉᵃᵘᵃⁿʸ
Fanfiction+beauany|| O oceano ainda é um lugar misterioso, pouco explorado pelo ser humano. Estima-se que apenas 5% de todo o território oceânico é conhecido pelos homens. Em sua vida como biólogo marinho, Josh vai descobrir que existem muitos mistérios a...