Beijar Any foi uma experiência melhor do que eu imaginei que seria. Sua boca tinha um gosto doce, era macia e viciante. O que acabou com todo o clima foi sua mudança repentina, saindo de uma mulher cheia de vontade de me beijar, para alguém distante e incomodada.
Respeitei sua vontade e a levei para casa quando ela quis ir. Eu não insistiria em algo que aparentemente só eu queria.
No domingo de manhã, eu fui para a minha sessão de terapia semanal. O meu terapeuta sempre falava comigo sobre a evolução do meu trauma na semana em questão, nada além disso. Por mais que ele estivesse aberto a falar de outras coisas, eu me limitava ao problema que me trouxe até aqui.
— Como foi a semana? — ele perguntou.
— Eu acho que tive uma alucinação, mas passou rápido, eu percebi que não era real. — falei lembrando da sensação ruim ao encarar os olhos de Any pela primeira vez.
— Essa alucinação está relacionada com o acidente?
— Creio que sim, já que eu senti que estava me afogando.
— Podem ter sido apenas memórias recorrentes. É completamente normal. Basta continuar o tratamento com os medicamentos e tudo ficará bem. — eu assenti. — E sua relação com as pessoas ao seu redor?
— Tudo bem. Eu e meus irmãos voltamos a nos tratar como sempre. Sofya sempre muito carinhosa, Alfonso sempre muito indiferente. — dei de ombros.
— A indiferença do seu irmão não o incomoda?
— Eu já estou acostumado.
— E no trabalho?
— Estou muito feliz por ter voltado a trabalhar, eu sentia muita falta daquilo!
— Alguma diferença?
— Bem... — desviei o olhar. — Eu conheci uma garota, me interessei por ela e nós tivemos até um momento legal, mas parece que ela não está no mesmo ritmo que eu.
— Isso o incomoda muito?
— Me deixou um pouco chateado, mas eu não diria que estou incomodado. Eu acabei de conhecê-la e se eu ver que realmente não vai dar em nada, me conformo com a amizade. Ela é muito legal.
— Mesmo que as suas expectativas iniciais não estejam sendo cumpridas, é bom que você conheça novas pessoas, tenha um círculo de amizades diferente e teste coisas novas. Focar a sua mente em algo novo também pode servir para curar o seu trauma.
— Nós temos muitas coisas em comum. Amamos os animais marinhos, amamos o oceano e infelizmente ela também perdeu os pais num acidente marinho.
— Ela guarda algum trauma?
— Sim. Ela não se disponibiliza a tentar amar alguém porque tem medo de perder essa pessoa. Talvez seja por isso que ela reagiu tão mal quando eu a beijei... — concluí.
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𝑨𝒍𝒕𝒐 𝑴𝒂𝒓 ᵇᵉᵃᵘᵃⁿʸ
Fanfiction+beauany|| O oceano ainda é um lugar misterioso, pouco explorado pelo ser humano. Estima-se que apenas 5% de todo o território oceânico é conhecido pelos homens. Em sua vida como biólogo marinho, Josh vai descobrir que existem muitos mistérios a...