estrelas cadentes

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Shuichi apoiou-se na varanda, a brisa cálida da noite tocou seus cabelos e o afastaram de seu rosto, os olhos púrpura vagaram por toda imensidão da tela colorida que era a noite estrelada no pico da esperança —; Em veras tudo naquela escola era estranhamente lindo, como se cada parte estranha e desconexa se conecta calmamente com a visão, como se mesmo Shuichi, um estrangeiro, tenha se tornado parte da pintura que é o pico da esperança no simples fato de pôr os pés na academia; Sua mente gosta de viajar em qualquer pequena ação que ele realize, e por tal fato, sempre acaba por se desconectar da realidade desconexa, que para Saihara, nunca possuiu qualquer mínimo sentido, ele mesmo sabia que era irrelevante na realidade atual e em sua própria existência, e quanto mais a grandiosidade da noite o acalmava, mas desesperado ele ficava em sua própria inutilidade crônica.

Vaguear inutilmente com a visão fixa num ponto específico que com o tempo começou a dominar todo o seu foco, sentido nenhum havia naquela cena desnecessariamente longa demais para a mente cansada de um detetive completamente derrotado, ainda sim, era ele,  incapaz de escrever — por tal motivo fatídico de: as pistas desgostan dele, fugiram e o evitaram durante toda a madrugada — olhar a noite a um ponto fixo sem motivo algum era algo inesperado, mas ao menos assim conseguiria esperar que cada segundo passasse mais rapidamente sem olhar o relógio a cada três segundos, seu sono há tempos estava desregulado e não havia como Shuichi dormir agora, isso era mais uma esperança inútil do que algo que ele possa fazer.

De certa forma, seus pensamentos ficaram nublados a ponto dos tópicos de sua discussão unilateral chegarem a velha e boa Disney, sua face tornou-se amarga e desfavorável ao lembrar de filmes estranhamente falsos demais para aplicá-los a vida real, bem, a não ser que a fada madrinha de Shuichi tenha se suicidado anos atrás, ele realmente ainda deveria ter alguma magia restante em sua vida, correto?

"Oh! Shumai!" Kokichi apareceu repentinamente, literalmente a poucos centímetros do rosto de Saihara.

"Kokichi?!" O detetive, assustado, deu quatro ou cinco largos passos para trás, atordoado. "Como você chegou aqui?!" Indagou, com uma expressão confusa.

"Pela escada?" Ouma disse, como se fosse óbvio.

"Estamos no sexto andar" Shuichi o encarou, sua expressão era lamentável.

De fato, mesmo que sentisse algo estranho e unilateral por Ouma, ele jamais esteve tão próximo do homem, ele esperou algum tempo para que seu coração se acalmasse um pouco mais antes de, lentamente, se aproximar da varanda.

"Eu tenho alguns bons reflexos" Ele riu, e somente agora Saihara percebeu que o homem estava firmemente agarrado a sacada, o detetive suspirou.

"Venha, deixe-me ajudá-lo" Aproximou-se do outro homem, puxando-o para o seu lado. "Francamente! Como você teve uma ideia dessas?"

"Você estava tão concentrado em algo que realmente não me viu ou ouviu" Kokichi resmungou. "Pensei que fosse uma boa idéia ensiná-lo que não deveria me ignorar tão casualmente"

"Nem vi você, como isso pode ser considerado ignorar?" Shuicji estava azedo, e a possibilidade de queda de Ouma piorou seu humor.

"Que há com você?!" O homem tirou um pirulito do bolso. "Está parecendo um velho mal humorado, em que tanto pensa?"

"Peixes dançarinos e ratos cantantes" Respondeu, sem muita explicação.

"Oh, Disney, eu presumo" Kokichi sorriu. "Então, o que o grande e mal Mickey Mouse te fez?"

"Engraçado" Saihara disse, virando o rosto. "Mas hoje, somente ilusões amorosas"

"Huh" Kokichi riu. "Então é um caso de coração partido?"

"Expectativas quebradas, creio eu" ele bufou. "Fui deixado a estrelas cadentes e fadas madrinhas, mas nenhuma delas apareceu para mim uma vez sequer, o que diabos é suposto para fazer quando eu tenho dezessete  anos e nada ainda aconteceu, Cinderella achou o seu aos quinze."

"Está com raiva da Disney?" Kokichi soltou uma gargalhada. "inacreditável, Shumai é mesmo estranho"

"Tudo não passa de um monte de besteira!" Saihara reclamou. "Perda de tempo!"

"Sabe" Ouma começou, jogando o pirulito sabe-se lá onde. "Talvez você não tenha sido tão enganado assim, Shumai", comentou.

"O que quer dizer?" Shuichi se virou para encarar Kokichi e aquelas intensas safiras, mas Ouma já estava olhando para a paisagem à frente, dando de ombros a pergunta de Shuichi.

"É suposto que eu saiba?" Respondeu, em um descaso irritadiço.

"Não" Saihara suspirou, mas os minutos que levou até perceber sua atual situação e atos com base no pouco conhecimento que tinha, o deixou pasmo e indignado "Planejou, não foi?" Acusou.

"Não sei do que está falando" Kokichi soltou uma risadinha.

"Você planejou..!" Shuichi acusou.

"O que posso fazer?" Ouma sorriu, encarando o detetive. "Também estava irritado com a Disney"

"Você realmente precisava escalar meu dormitório para isso?" Saihara o encarou, incrédulo.

"Não, mas eu quis" Kokichi gargalhou. "Deveria se ajoelhar e agradecer a mim por tamanho ato de bondade"

”Eu ..-" Shuichi retrucou.

"Veja, veja" Ouma apontou para um lugar no céu. "Estrela cadente, faça um pedido"

"Você primeiro" Saihara deu de ombros.

"..." Kokichi o encarou, mas nada disse."Então, eu desejo ganhar um beijo" Ele se sentou na varanda. "E você, Sr.Detetive?"

"Eu?" Shuichi riu levemente. "Desejo entender por quê um ladrãozinho invadiu meu dormitório às três da manhã para fazer um pedido a uma estrela"

"Você é tão chato!" Kokichi cruzou os braços, mal humorado.

"Kokichi" Saihara riu. "É você quem está dando uma de príncipe Philip para uma pessoa chata."

"Mas eu vou ganhar meu beijo?" Indagou, animado.

Shuichi sorriu antes de se aproximar e dar um beijo casto nos lábios de Ouma.

"Mais!" Ele exclamou, animado. "Bem mais! Mais beijos de amor verdadeiro, por favor!"

beijos de amor, por favorOnde histórias criam vida. Descubra agora