Capítulo 4- Rei Stefan

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   Ah, deve ser ótimo ter irmãos ou irmãs, nunca tive, nunca conheci na verdade. Sei que, se um dia encontra-lá passaremos o resto de nossas vidas juntos, fumando, contando a história dos outros e chorando até dormir, como minha vida agora, mas seria diferente, estaríamos juntos. Não consigo imaginar o quão feliz Aanya ficou quando viu Purrachd e tenho certeza que você também não. Assim que viu Evan, o pequeno saiu correndo até ele, mesmo sem ter visto sua irmã, porém assim que á viu teve mais motivação para correr até eles, transbordando de alegria Rosen inicia sua corrida também alcançando o mais novo e se agarrando nele.

Purrachd: Rosen! Eu senti tanto a sua falta! As histórias do papai não são tão boas quanto às suas.
Aanya: Eu também senti sua falta. Olhe, ainda estou usando a pulseira que você me deu.- A ruiva estica o braço, quase chorando de alegria.
Purrachd: Você é uma princesa agora?
Aanya: Não.- Diz entre risadas.
Purrachd: O que é isso no seu braço?- O garoto percebe o curativo.
Aanya: Eu caí, mas Evan cuidou de mim.- Ela diz na tentativa de acertar as coisas com ele, o que não deu certo.
Evan: Faremos uma longa viagem, vistam roupas mais quentes, o inverno se aproxima. Eu irei até o mercado comprar mantimentos, não saiam daqui.- Ele quebra o clima.
Aanya: Não mandam em nós.
Evan: Se quiser arriscar a sua e a vida do seu irmão podem sair, caso queiram viver, sintam -se em casa. Vendo toda aquela cena Purrachd faz o seguinte comentário:
Purrachd: Eu pensei que vocês eram amigos.
Aanya: Éramos.- Diz escondendo o seu desânimo sobre o assunto.
Purrachd: Por que não são mais?
Aanya: Eu não quero falar sobre isso Purrachd. Onde estão suas roupas de inverno?- Ela revirava a mala com os pertences do irmão.

   Eles então se trocam, Purrachd tinha uma blusa de manga longa e um sobretudo fino de crochê feito pela sua mãe embaixo do grosso casaco com peles de cordeiro que vestira. Rose, pegou a meia calça quente que vestia em dias frios e pôs por baixo de seu vestido extremamente grosso e vermelho, sem muitos detalhes apenas com algumas pérolas na região do busto, que era coberto por seu casaco também feito por peles de carneiro.

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Aanya: Meu pai esqueceu algumas roupas dele na minha mala, não encontrei nenhuma por aqui, então se quiser pode pegar.- Se pronuncia quando Evan voltara cheio de sacolas com cobertores, alimentos, produtos para higiene pessoal e roupas que ele comprou para si mesmo com algumas moedas que encontrou em seu bolso e com o troco do dinheiro que foi dado por Ryan.
Evan: Agradeço.- Diz seco.- Vocês podem dormir ali hoje, trouxe algumas cobertas, estão naquelas sacolas caso sintam frio.
Purrachd: E onde você vai dormir?
Evan: Não estou com sono.
Aanya: E se ficar?- Se intromete.
Evan: Não ficarei.
Aanya: Venha Purrachd, tem de tomar banho.
Purrachd: Mas eu nem estou suado! Por favor Rosen, está muito frio.
Aanya: Eu já tomei e não morri, é a sua vez.

   Purrachd continua se negando á ir até que Aanya vence esta "disputa". Evan observava tudo segurando o sorriso que estava quase escapando de seus lábios, tendo um encontro particular com os azuis olhos da ruiva diversas vezes. Ele saiu para fora de sua pequena casa, subiu em uma árvore próxima e ficou admirando o pôr do Sol, que para nós é impressionante, como o universo pode ser tão perfeito até nos mínimos detalhes? Sinceramente o que estraga este mundo somos nós mesmos, que sempre criamos algo, que de início parece ser bom, mas depois... Nem preciso continuar não é? A cada estrela que lentamente aparecia no céu, Evan lembrava de sua mãe.

Evan: Ó mãe, me perdoe a todo momento que lhe pedi para me enviar meu pai. Ele foi a pior pessoa que eu já conheci, se é que me entende, agrediu sua esposa, agrediu e matou- lhe ó amada mãe, pagou á bandidos do pior tipo para assaltar lhe a casa e mata- lo, arriscando a vida de toda a sua família. Fico pensando o quão triste você ficava quando pedia- lhe isto, e não poderas fazer nada. Vingarei você, e terei uma conversa bem séria com a...- Para de falar pois ouve uma doce voz.
Aanya: Tudo bem aí em cima?- Evan desce da árvore.
Evan: Não deveria estar aqui, está frio e é perigoso.
Aanya: Entre comigo então.
Evan: Por favor, para de fingir que nada aconteceu, me dê tempo para pensar, ou então faça um pedido de desculpas adequado.- Após tais palavras Rosengely fecha a sua cara e sai batendo os pés, deixando o garoto de cabelo crespo sozinho.- Ruivas... sempre tão complicadas... pensei que ela seria diferente das outras, isso só prova o quanto eu fui tolo.

"Se foste tão tolo por culpa dela, por que ainda á acompanha?".- A voz de sua cabeça diz e ele responde.

Evan: Porque talvez eu prefira ser um tolo do que me tornar um monstro capaz de abandonar uma garota que acha que sabe da vida, mas a verdade é outra, juntamente com deu pequeno irmão que nem entende nem entenderia o que está realmente acontecendo. Mãe, diga- me, como vingarei- lhe sendo que aquele que matou- a já está morto, o filho pode estar morto, mas creio que não, e a mãe, está num barco mais fundo que o do mesmo, por causa de seu passado. Não penses que desejo matar alguém, só desejo vingar- te contando- lhes a verdade e fazendo- os lembrar todas as noites que o homem escolhido para ser seu pai e marido, era o mais podre da face desta terra.

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Purrachd: Rosen, por que papai e mamãe não ficaram conosco?

Aanya: Sabe muito bem que eles foram comprar uma nova casa para todos nós.

Purrachd: Evan também morará conosco?

Aanya: Tem de perguntar á ele, sei que terá uma resosta concreta.

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Mais cedo naquele dia...

Joalene: Vamos! Façam- o acordar ou perderão seus empregos.
Médico: Ele perdeu muito sangue, deverá ficar uns dias de cama quanto tudo isso acabar.
Joalene: Tudo por causa daquela...- A rainha se segura para não usar palavras de baixo calão, saindo da sala.

   Eu não gostaria de estar na cabeça de Lohan enquanto o mesmo estava desmaiado, e creio que você também não, pois estas eram suas lembranças:

Anos atrás...

Lohan: Papai, já estou cansado, estamos treinando há horas! Não podemos descansar um pouco?
Stefan: Não enquanto você não souber utilizar uma espada direito, passaremos semanas aqui se necessário e não ouse dirigir mais alguma palavra de fraqueza para mim! Reis não mostram suas incertezas.

   Eu continuaria listando todas as coisas arrogantes e abusivas que Rei Stefan dizia para seu próprio filho (e esposa...) mas eu passaria mais horas chorando e teria ainda mais crises existenciais e de ansiedade, então apenas imagine, esse é o intuito de ler um livro depressivo com um narrador ainda mais ao em vez de ver um filme saudável e familiar.

   No fim, felizmente ou infelizmente como preferir, Lohan consiguiu viver; sua mãe não foi tão afetada pelo veneno (que era fraco) e teve apenas uma forte enxaqueca; Evan acabou dormindo na árvore sob a luz das estrelas, quase caindo da mesma em alguns momentos; Purrachd dormiu como o gato da minha vizinha, já sua irmã ruiva passou a noite em claro, olhando para o teto, assim como eu nas noites que eu resolvo dormir e não sair para beber ou fumar ou os dois.

Rose...Onde histórias criam vida. Descubra agora