Obs:. Descrição de violência.
Capítulo 11- Semana 5
Quarta-feira, 5:58 pm
Ian tinha até pensado em voltar atrás com o plano de verificar a loja assim que desceu da estação, mas agora não sabia se tinha feito a coisa certa ou não, sentindo seu estômago queimar em ansiedade e raiva quando avistou Kash'n Grab com as luzes acesas e funcionando normalmente, o completo contrário do ele havia sido informado.
Kash mentiu. Sua mente repetia a frase como um mantra, tornando sua respiração instável e sua visão avermelhada em fúria.
Se o homem achava que ele era tão estúpido, provaria que ele estava completamente enganado. Andou até a loja, sem se preocupar em manter uma expressão neutra ou uma postura pacífica.
Ouviu os sinos da porta da loja soarem tão abruptos quanto a forma como abriu a porta da loja ao entrar, e a primeira coisa que viu foi a expressão assustada de Kash atrás da bancada ao avistá-lo. Encarou com fogo nos olhos o homem, que continuava apavorado.
"Quem é esse, senhor Karib?" Um garoto loiro com rosto acneico, perguntou saindo detrás de uma das pratileiras, utilizando o avental de funcionário que Ian sempre utilizava em seus turnos. O ruivo encarou o outro brevemente, descreditado, olhou de volta pra Kash com uma expressão indignada e humorada, mesmo não vendo nenhuma graça na situação e a única piada sendo sua vida no momento.
"Tá falando, sério?" Perguntou, sua voz distante de tão chocado estava com a ousadia de Kash. Além de mentir o homem ainda o substituíu sem que ele soubesse. Se sentia como um completo palhaço.
Ao silêncio do mais velho, que continuava com a expressão facial patética e com a boca tremendo como se quisesse dizer algo, sentiu sua raiva aumentar exponencialmente.
"Você disse que a loja estava fechada, que eu não precisava vir..." Disse sua voz começando a tremer de emoção e nunca tirando os olhos de Kash, que agora finalmente parecia perceber que precisava dizer algo.
"Ian--"
"Você mentiu." Ian interrompeu num rosno. Seu sangue borbulhava com quão rápido seu coração batia naquele momento.
"Eu explicarei isso quando estiver mais calmo, tá legal?" Kash falou, um fraco tom parental tomando sua voz, como se estivesse se esforçando ao máximo pra superar domínio de Ian sobre a situação.
"VOCÊ MENTIU!!" Ian gritou, num tom desacreditado, mas que carregava toda sua raiva sobre a situação.
"O que está havendo aqui?!" De repente Linda intervia, ela entrava pelos fundos dando a mão pra duas crianças, que deviam ser seus filhos e de Kash.
Ian finalmente retirou a visão do homem, notando a expressão amedrontada do garoto e das crianças e o rosto furioso de Linda. É claro que Linda estava ali, pensou humorado, não era surpresa ele ser um merda azarado.
"Ian? O que ta fazendo aqui?!" Linda perguntou irritada.
"Eu trabalho aqui." Ian respondeu firme, se sentindo um pouco inseguro quando Linda olhou de volta com um ar reprovador. A mulher encarou o garoto com os braços cruzados, deixando as crianças próximas a porta e se aproximando com a familiar áurea autoritária, que deixava Ian genuinamente amedrontado.
"Não você não trabalha mais aqui, Ian." Ela disse olhando pra ele como se fosse estúpido.
"Desde quando?" Replicou exasperado, usando a coragem que ainda tinha.
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Gallagher
أدب الهواةIan Clayton Álvares tem uma vida aparentemente normal, pelo menos o mais normal que se pode ter vivendo num Lado Sul de Chicago dominado por facções criminosas, como a dos Gallaghers e Milkoviches. OS PERSONAGENS NÃO ME PERTENCEM, SÃO PROPRIEDADE DA...