II

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A senhora Tsunade mal havia saído, mas, ao mesmo tempo, parecia ter me deixado ali na porta de casa há séculos. — sentimento estranho... — Ela se moveu tão rápido quanto a noite e eu fiquei tão atordoada com aquele abraço que mal cheguei a perceber.

Entrei em minha casa, me joguei no sofá e caí em mim: é estranhíssimo perceber que já não estávamos mais morando juntas. "Ela tem uma nova casa, um novo emprego e parece que 'esqueceu' de mim e de TonTon.", murmurei baixinho e me repreendi no mesmo instante. Sei que não deveria pensar assim, afinal Tsunade-Sama é minha mestre e não minha melhor amiga ou algo do tipo. Às vezes, eu queria tanto que as coisas voltassem ao que eram, mas a verdade é que a Aldeia da Folha precisa tanto de Tsunade quanto ela precisa do lugar.

Essas divagações sobre ela me tiram o sono de vez em quando e, graças às mesmas, dessa vez acabei passando umas boas horas acordada no sofá e me levantei apenas quando vi o sol nascer. Passei a noite do meu aniversário pensando na Tsunade.

Uma vez que percebo a hora, corro para me arrumar e ver se consigo chegar a tempo na sala dela. Antes de sair completamente da sala, escuto batidas na porta e fico com uma expressão de raiva ao ir abrir a mesma.

– Shizune, feliz aniversário... – Ri. – atrasado!

– Obrigada, Naruto. – Respondo meio sem jeito, ele tem uma flor na mão e me entrega. – O que é isso? É seu presente para mim?

– Si-... – Sakura o interrompe batendo de leve em seu braço, os dois estavam juntos e pareciam estar exaustos também. – Quer dizer, eu trouxe para você. Era esse o objetivo da minha missão com a Sakura.

– Mas quem mandou vocês dois trazerem isso para mim? – Fico curiosa porque é a primeira vez que recebo uma coisa dessa natureza de presente de aniversário.

– A Hokage. – Sakura responde. – Bom, se me dão licença, vou para minha casa dormir porque essa missão me arrancou uma noite inteira de sono. Até depois!

Sakura sai, aconselho Naruto a ir fazer o mesmo que ela e nos despedimos. Fico quase que complexada com aquele presente da senhora Tsunade. Ela nunca havia me dado algo assim e na maioria das vezes esquecia dessa data. De qualquer maneira, saio e me arrumo pro trabalho, mesmo que uma voz irracional me dissesse que o clima seria estranho por causa da flor — linda flor! — que ela me deu. Chego lá e percebo o bom humor da Hokage logo de manhã cedo, o que era realmente muito esquisito, além do fato da mesma não ter se atrasado como de costume.

– Senhora Tsunade, obrigada pelo presente. – Digo baixinho, do jeito mais corajoso que consigo. – Fiquei perplexa com essa flor.

– Perplexa?

– É que a senhora nunca havia me dado algo tão... – o silêncio paira na sala, não sabia bem como completar. – simbólico. Isso, simbólico.

– É que parece que tudo mudou. – Ela diz e parece se arrepender de falar no mesmo instante. O que diabos está acontecendo aqui? – Digo... não estamos mais indo de casa de jogos em casa de jogos, não é?

– Realmente. Temos tanto trabalho pra fazer que não resta tempo para esse tipo de coisa. – Tento mudar de assunto porque percebo o tom desconfortável dela... parece que tenho um sexto sentido para tudo que envolve a senhora Tsunade.

– Isso. Eu sinto saudade daqueles tempos mais simples, sabe? – Me pergunta e eu sinto meu coração saindo pela boca... por quê? Por que estou sentindo isso com ela agora?

– Eu também.

– Shizune, você está parecendo um camarão. – Ela diz e começa a rir, fazendo com que meu nervosismo vire ira em um instante. Vou estrangular essa mulher! – Vamos arrumar esses documentos que sobraram de ontem, camarão?

– Senhora Tsunade!

E ela continua rindo com minha raiva e meu nervosismo.

Fiquei ali auxiliando com a papelada como de costume e acabei me esquecendo da raiva e do nervosismo que senti com o xingamento de camarão e com o presente dela.

P.O.V Tsunade

Shizune estava me ajudando com alguns documentos, como fazia sempre. E ela não parava de brincar com a flor que dei de presente. Eu tinha quase certeza de que ela estava mais aérea que o de costume.

O clima dessa sala não me deixa parar de relembrar os sentimentos que eu tinha pelo tio de Shizune, Dan. E haviam momentos que eu não sabia direito sobre como me sentir vendo Shizune tão perto... Algo realmente mudou desde que nos mudamos para esse lugar.

"Eu não sei como isso foi acontecer..." — Pensei alto, tirando Shizune de sua concentração e me retirando de meus pensamentos.

– O que aconteceu, senhora Tsunade?

– É que... – Me perco na explicação, e ela fica ainda mais confusa. – Deixa. Você não entenderia.

Digo para despistar, mas sei que ela poderia compreender o assunto até melhor que eu mesma. Shizune sempre teve isso, esse poder de compreensão. Tinha com minhas bebedeiras, com meu mau humor e até com minhas fugas depois de apostar um dinheiro que eu não tinha naquele momento. Ela sorriu, aquele semblante de raiva havia sumido e sorri de volta no automático.

continua!

Oi gente! Eu demorei muitíssimo para att esse cap, por estar ocupada com assuntos pessoais e escolares meio que fiquei sem tempo para pensar em um enredo e pôr aqui pra vocês. Queria agradecer de coração à quem está dando chance pra minha fic, porque é bem de nincho mesmo e eu não pensei que alguém leria hahaha. Mas, obrigada! E saibam que vou dar meu máximo pra continuar fazendo ela aqui. Vem coisa nova por aí.

Rosas; Lotus; Nós.Onde histórias criam vida. Descubra agora