Dark Angel (H.S) - Pt

Dark Angel: Ch. 5

*Elena POV*

Finalmente ouve-se soar o toque da última aula, e eu estou tão feliz por sair da escola, ainda que o dia não correu muito mal como pensei que ia correr. Fiz uma amiga nova em Biologia Marinha, chama-se Rebecca. Ela é pequena com cabelo preto comprido que chegava à sua anca. Ela é uma aluna nova e temos alguns interesse em comum então ficámos logo amigas.

Enquanto caminho para o carro, tenho uma má sensação. O cabelo atrás do meu pescoço erguem-se. Porque é que continuo a ter estas sensações? Do outro lado da estrada do parque de estacionamento vejo um homem ao pé da grande árvore de carvalho. Está todo vestido de preto. Pensei que fosse o Harry, mas este homem é muito maior. Parece que está a olhar para mim, então tentei não olhar para ele diretamente. Há qualquer coisa estranhamente familiar neste homem. Não consigo entender o que é, mas está na ponta da minha língua. Deixei de pensar nisso e entrei no carro. Tirei o colar que o meu pai me deu e coloquei no lugar do passageiro. Partiu-se em artes hoje, e preciso de o arranjar quando chegar a casa.

O meu pai deu-me o colar quando tinha quatro anos. Não é nada de especial, é apenas uma corrente de prata com uma asa de anjo pendurada à frente. O meu pai deixou-me a mim e à minha mãe alguns dias depois de me dar o colar. Não sabíamos o porquê da sua partida, mas um dia ele tinha ido embora e quando nós acordámos restava apenas uma pequena nota. A minhã mãe chorou durante meses e ele nunca voltou. Eu odiei-o mas mantive o colar porque não conseguia deixá-lo. Ninguém sabe porque é que ele se foi embora, nós eramos todos felizes e a definição de uma pequena família perfeita. A minha mãe nunca mais foi a mesma depois da partida dele, nós tinhamos imensas contas para pagar, e ela teve de arranjar um trabalho a tempo inteiro a trabalhar dezasseis horas por dia. Ela quase nunca tinha tempo para me ver, mas depois começámos a receber cheques no correio. Nós presumimos que era do meu pai mas nunca tivémos a certeza. Eram grandes quantidades de dinheiro, usámos, e acabámos por não perder a casa. A minha mãe cortou as horas de trabalho e continuamos a receber cheques pelo correio mas já não tinhamos dívidas.

Franzi a sobrancelha ao pensar no meu pai. Eu odeio-o. Ele foi a razão de todos os problemas e a razão da minha mãe ter passado por um período doloroso. Eu fiquei com o colar porque é a única memória que tenho dele. Quando ele ainda era uma boa pessoa, e esse é o pai que quero relembrar, então utilizo o colar todos os dias. Estava prestes a fechas a porta quando ouvi alguém a chamar o meu nome.

"Elena espera!" Saí do carro e olhei para ver a Rebecca a correr até mim.

"Elena, desculpa, mas perdi o autocarro! Há alguma forma de me dares boleia para casa? A minha mãe só sai do trabalho às seis!" Ela disse sem fôlego.

"Sim claro, só temos de ir pôr gasolina no carro que está quase vazio, mas sim." Disse vendo a cara da Rebecca a iluminar-se.

"Muito obrigada! Não me apetecia mesmo andar o caminho todo até casa!" Ela disse dirigindo-se para o lugar do passageiro. Sentei-me e liguei o carro.

Falámos durante quase a viagem toda. Perguntámos uma à outra como é que foi a semana, e coisas de raparigas, coisas engraçadas que raparigas conversam. Parei o carro ao pé da casa que ela me deu as indicações. A minha boca abriu-se num perfeito "o", esta é provavelmente a maior caisa em Brigwall! Brigwall é uma pequna cidade chuvosa no norte de Maine e lá não há muitas casas como esta.

A Rebecca estava a sair do carro quando deixou cair a sua pasta. Algumas folhas soltas voaram mas não muitas.

"Wow, sou tão desastrada! Desculpa, provavelmente estás com pressa e eu estou a atrasar-te!" Ela disse e a sua face começa a ficar vermelha.

"Oh não, eu não estou com pressa. É super normal, eu estou sempre a deixar cair coisas!" Eu disse assegurando-lhe que estava tudo bem. Disse-lhe adeus e fui para casa. Mas que dia longo.