Dark Angel: Ch. 22

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*Elena POV*

"Elena? Mas que raio é que estás a fazer?" Ouvi uma voz familiar atrás de mim. Virei-me e vi o Harry a olhar para mim com curiosidade. Ele tem um olhar num rosto, uma mistura entre choque e desilusão.

"E-eu uh," Eu comecei mas não consigo encontrar as palavras certas para acabar a minha frase. Para ser honesta, eu nem sei o que é que estou a fazer. De repente, sinto-me culpada, culpada do que acabei de fazer ao coelho. Comecei a sentir náuseas e consigo sentir as lágrimas a caírem dos meus olhos. Odeio-me pelo que fiz. Deixei o coelho ir e encostei-me a uma árvore. O coelho pula lentamente, coxeando e sem ser capaz de se mover correctamente com as suas três pernas. Provavelmente vai morrer cedo por causa da perda de sangue.

"O que é que acabei de fazer?" Eu chorei. "Eu não sei porque é que o fiz Harry! Juro que nunca o quis magoar!" Por agora já estou a chorar incontrolavelmente. Sinto as pernas dormentes. Nunca matei nada na minha vida para além de alguns insectos, mas nunca um animal. Agora este coelho está à beira da morte.

"Shhh, está tudo bem." O Harry baixou-se ao meu lado e agarrou-me num abraço. Não me consigo mexer. Estou uma confusão. "Elena eu vou-te levar a casa."

Acenei lentamente. Ele pegou-se suavemente, tentando não partir o meu estado frágil. Sinto-me um bebé grande enquanto ele me carrega para fora da floresta, impotente e inútil. O vento está frio contra as minhas bochechas vermelhas e causou-me um arrepio. O Harry segura-me perto dele, tentando que o frio do vento passe.

Chegámos ao alpendre e o Harry pousou-me à porta. A perda do calor do seu corpo deu-me arrepios. Fiquei desajeitadamente ali enquanto o Harry olha para mim. Olhei para baixo, mas ainda consigo sentir os seus olhos em mim.

"Elena?" O Harry perguntou colocando gentilmente a mão no meu ombro.

"O quê..."

Ele apenas suspirou, "Esquece, falamos sobre isto amanhã." Ele disse antes de ir embora. Deixando-me no alpendre sozinha, para pensar no que aconteceu à alguns minutos. Tudo se parece irreal, mas eu sei que é real.

Abri a porta e entrei. As escadas parecem que estão a ranger mais alto do que normalmente fazem enquanto subo. O ar na casa não está frio, mas por alguma razão eu estou gelada. Entrei no meu quarto e fui para a cama. Estou a ter dificuldades em adormecer, mas eventualmente fui capaz de dormir e limpar a minha mente.

****

Acordei com um cheiro estranho. O cheiro não é habitual, eu sei que já o cheirei antes, mas é raro. Cheira a metal como o cobre. Abri os olhos e observei o quarto à procura da fonte do cheiro. Não encontrei nada até que saí da cama e tirei os cobertores de cima de mim. Sangue.

Há sangue por todo o lado, nas minhas pernas, mãos, e cobertores. Entrei em pânico sem saber a origem do sangue. Corri para a casa de banho para me lavar, mas antes de chegar lá pisei nalguma coisa suave e nítida. A dor passou para o meu pé e dói com cada passo que dou. Olhei para baixo para ver pedaços de vidro espalhados no chão. Lembrei-me de ontem à noite quando mandei o meu colar contra o globo de neve e partiu-se, eu lembro-me de todos os acontecimentos de ontem. Os sonhos, o colar, e o coelho. O sangue que cheirei quando acordei é mais provavelmente do coelho porque não levei antes de ir dormir.

Andei nas pontinhas dos pés para a casa de banho a tentar não pisar em mais vidro. Liguei a torneira e sentei-me à beira da banheira. A água começou a encher a banheira com água quente e coloquei os meus pés lá dentro. A água ficou laranja avermelhada do sangue que vem dos meus pés.

Passei água pelas minhas pernas e braços para tirar todo o sangue do coelho de mim. Depois cheguei ao fim do balcão da banheira e agarrei uma pinça. Lentamente, começou a tirar os pedaços de vidro do meu pé. Tirar o vidro dói quase tanto quando perfurou a primeira vez a minha pele.

Dark Angel (H.S) - PtWhere stories live. Discover now