sete

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VICTÓRIA

"viva a vida como
se hoje fosse o último dia,
porque um dia vai ser."

Era uma terça-feira bem ensolarada, o que era extremamente comum aqui no Rio de Janeiro. Isso fazia com que tudo esquentasse mais, inclusive fazia com que minha apetite se esvaecesse. Meus seios doloridos não ajudavam em nada, já que fazia quase um mês que eu havia iniciado o tratamento de lactação, e estava sendo completamente estranho, mas eu seguia fazendo mesmo assim.

Pedro estava sendo tão atencioso. Havia me levado em uma das melhores médicas da cidade especialista na coisa e comprado todos os remédios também. Mas eu não contava que meus seios doessem tanto mas tanto que eu estava desconfiasse de uma possível gravidez, mas com toda certeza do mundo não era isso. A doutora que eu estava sendo acompanhada havia dito que era super normal eu sentir dores naquela área até porque era ali que toda a mudança estava sendo feita. Amanda ainda achava que eu era a pessoa mais louca do mundo de me oferecer para amamentar uma criancinha desconhecida porém eu estava literalmente me cagando para o que ela achava ou deixava de achar, eu era dona da minha própria vida e sabia muito bem o que estava fazendo, ou pelo menos era o que eu pensava.

Eu estava sem nenhuma vontade de preparar o meu café da manhã então decidi sair de casa um pouco mais cedo que o costume e fui até a padaria que ficava ali perto. A padaria era bem refinada e ficava na esquina de uma rua bem movimentada. Pedi um sanduíche de peito de frango e um copo de suco de maracujá, eu estava delirando com tudo aquilo, quando terminei pedi um doce de sonho de chocolate.

Peguei um uber e fui para a casa de Pedro que ficava distante da minha, quando cheguei lá estava uma música bem alta tocando, ele deveria estar animado. Abri a porta rindo da cena, Maria Alice estava em seu bebê conforto no chão enquanto ria do pai que cantava alto um pagode que tocava na TV.

━━━ Oi, oi. ━ sorri fechando a porta.

━━━ Fala, Vitórinha. ━ ele sorriu de lado, e meus olhos desceram por todo o seu tronco desnudo. Eu engoli seco sentindo o meu estômago se agitar, logo desviei meu olhar para Maria Alice. Ele era tão gostoso que me deixava sem ar.

━━━ Oi, tia! ━ sorri para a bebê que se esperniava de uma maneira engraçada. ━━━ Como você 'tá, princesa?

━━━ Ela 'tá bem, e eu também. ━━━ ele disse e eu me levantei para olhá-lo. ━━━ E você?

━━━ Bem porém dolorida. ━━━ suspirei.

━━━ Sério? Aonde?

━━━ Você não precisa saber. ━━━ revirei os olhos.

━━━ Ah, qual é! Vai ficar de palhaçada comigo agora, Victória? ━━━ o jogador abriu os braços.

━━━ Ih cara, 'tu 'tá ficando chatinho demais 'pro meu gosto hein. ━ me sentei no sofá pegando Maria. ━━━ Eu estou com dor nos seios, satisfeito?

━━━ Ah 'tá. ━ O mais alto sorriu meio sem jeito e eu pude ver suas bochechas ficarem avermelhadas. ━━━ É por causa da produção de leite, né?

━━━ Aham.

━━━ Poxa, eu nem sei como te agradecer, cara... ━ ele se sentou no chão à minha frente. ━━━ Você fez uma coisa que tipo, é surreal.

gratidão, 𝗉𝖾𝖽𝗋𝗈 𝗀𝗎𝗂𝗅𝗁𝖾𝗋𝗆𝖾. (reeditando)Onde histórias criam vida. Descubra agora